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Ficção Científica nos Filmes

28.3.14Michelle


No último post do CCSexta dedicado à ficção científica, falo de 5 filmes, de 5 estilos diferentes, que fazem parte dos meus preferidos. Para quem acha que as produções do gênero se resumem a naves espaciais e futuro apocalíptico, recomendo uma espiadinha após a quebra. ;)

Alienígenas

Um dos temas mais recorrentes e fascinantes da ficção científica, os extraterrestres despertam nossa imaginação. Embora haja algumas versões amigáveis dos alienígenas, a grande maioria parece mesmo disposta a atacar os humanos e dominar o planeta Terra (bom, pelo menos é isso o que achamos, né?). E nenhuma criatura do espaço é mais aterrorizante que o ser negro e babão da série ‘Alien’. O primeiro filme da franquia, lançado em 1979, ganhou uma série de prêmios (merecidamente) e levou nosso medo do desconhecido a um nível inédito ao mostrar o terror da tripulação da nave Nostromo, que fica à mercê do inimigo silencioso e mortífero em pleno espaço sideral. Considerado o “Tubarão do espaço”, ‘Alien’ sustenta o clima de tensão mais com o poder de sugestão do que com cenas de ataque, já que o bichão só aparece lá pela metade do filme. Ao longo da saga, podemos perceber que, além de feios e extremamente letais, os aliens são também muito inteligentes, demonstrando ser bons conhecedores do comportamento humano. As aventuras do alienígena de baba ácida já foram mostradas em 4 filmes da série 'Aliens', em 2 filmes da saga ‘Alien x Predador’ e no incrível prólogo ‘Prometheus’, bem como nos livros (que são novelizações dos filmes) e nos quadrinhos, além, claro, nos videogames. Ou seja: Alien rules!

Robôs e Viagem no Tempo

A série ‘O Exterminador do Futuro’ reúne dois temas clássicos da ficção científica: robôs e viagem no tempo. Lançado em 1984, o primeiro filme da saga trazia Arnold Schwarzenegger como o androide enviado do futuro para matar Sarah Connor e impedir o nascimento de John, líder da resistência humana que poderia colocar em risco a dominação mundial dos robôs, cuja estratégia já estava em pleno curso. Para proteger sua mãe, garantir seu nascimento e certificar-se de que a humanidade teria uma chance, o superprogramador John envia ao passado Kyle Reese, seu amigo e membro importante da resistência. No segundo e melhor filme da série, Schwarza volta novamente no tempo, mas, desta vez, reprogramado para proteger Sarah e seu filho, já adolescente. Se o volume 1 lançou a carreira de James Cameron (que, aliás, é o diretor do segundo filme da franquia 'Alien') e ajudou a consolidar a carreira de Arnold, o segundo filme foi um sucesso ainda maior e, graças aos avanços da tecnologia, possui visual incrível e até hoje moderno, trama tensa e com muita ação e trilha sonora maravilhosa. A saga ainda gerou mais 2 filmes (totalmente dispensáveis) e a série de TV ‘Terminator: The Sarah Connor Chronicles’, que teve duas temporadas e, infelizmente, foi cancelada. O quinto filme da franquia está previsto para 2015 (medo, muito medo!). 

Robôs também têm coração!

Inspirado no conto ‘Supertoys Last All Summer Long’, de Brian Aldiss, e num projeto idealizado por Stanley Kubrick, Steven Spielberg levou para as telas ‘Inteligência Artificial’, uma ficção científica comovente que mostra que os robôs nem sempre são ruins. Nessa história futurista, a humanidade já está bem acostumada à presença dos robôs no dia a dia, e são vendidos ciborgues em forma de criança, programados para amar os pais eternamente (um negócio e tanto. que pais não gostariam de ter filhos que não crescem e demonstram amor incondicional?). Joe é um desses robôs. Depois de ativado pela ‘mãe’, sua avançada inteligência artificial faz com que aprenda sempre mais e mimetize muitos comportamentos humanos, inclusive o amor. O mais aterrorizante desse filme com ares de fábula não é a capacidade dos robôs de demonstrar sentimentos, e sim a frieza e a falta de empatia dos seres humanos. Tocante e reflexivo.  

A tecnologia está aí para ajudar. Ou não?

Mais um filme do Spielberg, mais uma adaptação de conto, desta vez de 'Minority Report', presente no livro de mesmo nome, de um dos autores de ficção científica que mais fornece material de base para roteiros de filmes: Philip K. Dick. Na trama futurista, a polícia conta com a divisão pré-crime, que usa a ajuda de três seres paranormais (precogs) que trabalham interligados para prever os crimes e permitir a punição dos culpados antes da ocorrência do delito, fornecendo a data precisa do evento, o nome da vítima e o nome do criminoso. Com base nessas informações e em vagas imagens presentes nas visões dos precogs, os policiais agem, impedindo a concretização do crime e reduzindo imensamente a criminalidade. Mas será que o sistema é assim tão infalível? Quando um dos principais policiais do departamento vê seu nome aparecer em uma das previsões dos precogs como criminoso, dá início a uma corrida contra o tempo para provar sua inocência e acaba revelando as fragilidades da tão aclamada tecnologia anticrime. Com isso, o filme propõe uma reflexão sobre a condenação antecipada de um ato criminoso que nem aconteceu e sobre nosso poder de escolha. Muito interessante.  

Ficção científica também é romance

Quem acha que ficção científica e romance não combinam, precisa rever seus conceitos. O maravilhoso ‘Ela’ é um dos exemplos mais recentes de que a combinação funciona perfeitamente. Selecionei ‘Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças’ porque é um dos representantes do gênero que mais me marcaram, tanto por suas reflexões sobre a natureza humana quanto por seu visual estranho e poético. A trama, que dá margem a várias interpretações, conta a história de Joel, que um dia falta ao trabalho e vai para uma praia distante, onde encontra Clementine, uma ex-namorada que havia utilizado os serviços de uma empresa especializada em apagar seletivamente memórias indesejadas referentes a ele. Assim, ressentido por ter sido apagado da memória de Clementine, ele decide fazer o mesmo, só que, durante o procedimento, se arrepende e tenta desesperadamente salvar as recordações que tinha da amada. Quem já assistiu a outros filmes com roteiro de Charlie Kaufman (‘Quero Ser John Malkovich’, ‘A Natureza Quase Humana’, ‘Adaptação’, 'Confissões de uma Mente Perigosa') sabe de sua obsessão pela mente humana e seus labirintos obscuros e, portanto, já tem uma ideia do que esperar. A quem não conhece o trabalho do roteirista, só recomendo que dê uma chance e não racionalize demais. Embarque no sonho e se deixe levar. 

E para vocês, que filme de ficção científica foi marcante?

- Michelle Gimenes

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1 comentários

  1. Brilho Eterno é um filme queridinho, do coração mesmo, amo! Mas sabe o que me incomoda nos filmes de ficção científica? É que quase todos eles são recheados daquelas infelizes cenas de ação que, de tão excessivas, acabam tirando um pouco o foco da história - pelo menos é essa a minha opinião. Daí acabo achando a maioria sacal, apesar da história geralmente parecer interessante.
    Por isso mesmo amo Brilho Eterno, porque o tema envolve ficção científica, mas caminha por trilhas mais psicológicas, dramáticas, intimistas. Outro que é assim é Não me abandone jamais.

    Beijos, Livro Lab

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