por Michelle Gimenes
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“Quando Eu Era Vivo”
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Quando Eu Era Vivo (2014)
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Direção: Marco Dutra
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Roteiro: Marco Dutra, Gabriela Amaral Almeida, Lourenço Mutarelli
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Elenco: Marat Descartes, Antônio Fagundes, Sandy Leah, Gilda Nomacce, Kiko
Bertholini, entre outros
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Terror, Thriller, Drama – 109 min - Trailer
Nos
cinemas a partir de 31 de janeiro de 2014
Depois
de perder o emprego e a mulher simultaneamente, não resta muita coisa a Júnior
(Marat Descartes) além de pedir abrigo na casa do pai (Antônio Fagundes). Sem
dinheiro, sem moral e sem ocupação, ele passa os dias jogados no sofá da sala e
tentando se aproximar da jovem inquilina da casa, Bruna (Sandy Leah). As coisas
pioram ainda mais quando Júnior resolve mexer nos velhos pertences da falecida
mãe e começa a evocar um passado sinistro que deveria ter deixado para trás.
Tenho
uma coisa a dizer sobre o filme: Fofão!
Quer saber mais? Clique aí embaixo!
Embora
o antigo apartamento do pai seja mais moderno do que aquele que imaginei ao
ler, o passado está impregnado em suas paredes mofadas, portas que rangem,
gavetas que não param fechadas, luzes que não iluminam o suficiente. Outros
indícios do que está por vir são apresentados desde o início, com o mendigo que
grita coisas ininteligíveis, sussurros que vêm das paredes, ventos que surgem e
desaparecem do nada.
Conforme
os dias passam, Júnior vai ficando cada vez mais interessado em resgatar as
memórias de sua infância ao lado do irmão mais novo e da mãe. E quanto mais ele
mergulha em suas lembranças, mais seu pai vai ficando irritado com a falta de
perspectivas do hóspede indesejado. Logo fica claro que os dois não têm uma boa
relação, ao contrário do que acontecia entre Júnior, Pedro (o irmão) e a mãe.
No
contexto de mistério que se instala na casa, Bruna é a peça-chave que ajuda
Júnior a desvendar a partitura de uma música composta por sua mãe. E numa
mistura de sonho, delírio e misticismo, a história se desenrola, num crescendo
de suspense.
Este
é um caso típico de adaptação “levemente inspirada” em um livro. Não dá para
comparar mesmo. Considerando única e exclusivamente o filme, posso dizer que
foi uma boa experiência, embora eu prefira abordagens mais sugestivas ao estilo
direto usado na trama. O destaque é, sem dúvida, Marat Descartes, que consegue
passar toda a angústia de sua obsessão. O tom de ocultismo que o livro só
insinuava acabou se transformando na principal veia da história.
Ah...
adorei as falas macabras dos programas de TV! No início do filme, Júnior está
assistindo a um show infantil em que o palhaço apresentador ensina aos
telespectadores como fazer um bonequinho com cola, tesoura e caneta (que ele
maliciosamente pronuncia “capeta” e faz chifrinhos com as mãos). Em outra cena,
só ouvimos o som da TV ao fundo, com alguém dizendo que "o que vale é
morrer com saúde". Achei macabramente divertido! E ainda tem o Fofão!!!! Sim, aquele boneco satânico que, reza a lenda, vinha com um punhal em seu interior (ou uma cruz de cabeça para baixo, dependendo da versão que você ouviu quando criança). Quer coisa mais assustadora que isso?
(3 de 5 conversinhas)
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2 comentários
Oi, Michelle!
ResponderExcluirFaz tempo que não assisto um filme de terror e filme brasileiro também, acho que a oportunidade de reverter isso de uma vez só é vendo "Quanto eu era vivo", que me chamou atenção pelo título e após a sua resenha do livro.
Acho que, com certeza, assisto o filme primeiro, o livro se achar na biblioteca (espero que tenha!) e num mês em que estiver mais 'livre' pego pra ler :)
Beijos!
Essa semana abri a página do yahoo e vi uma lista de filmes de terror brasileiros, o que me deixou muito curiosa (só conhecia os trashs das produções do Zé do Caixão), mas o que me deixou surpresa mesmo era a ideia de ter um filme de terror/suspense tendo a Sandy como atriz e aí resolvi assistir.
ResponderExcluirSó não gostei de 2 coisas no filme: a cena que a gaveta abre sozinha (achei ridícula demais...) e o final (porque eu não entendi se ele simplesmente queria terminar o que a mãe começou ou se o o possuído da história era o pai que não estava se comportando como tal - porque a figura principal repete várias vezes que o personagem do Antonio Fagundes não é o seu pai).
Mas gostei da trama...talvez se o final fosse mais claro daria um ótimo filme, mas por enquanto prefiro classificá-lo apenas como "bom" porque teve pontos que deixaram a desejar, mas de qualquer forma recomendo.