Quando eu soube desse filme, há quase dois anos, fiquei bastante animada. Afinal, além de ser uma ótima cantora, sempre achei que Clarice Falcão atuava bem e o elenco é incrível para um diretor iniciante.

"Eu não faço a Menor Ideia..." é um filme sobre o cotidiano de muitos jovens adultos por aí (eu me incluo nesses muitos). A maioria de nós não sabe bem o que fazer com a vida depois do colégio e logo se sentem perdidos, sem saber o que fazer. Por influência dos pais acabam seguindo uma carreira completamente aleatória que não combina com seu estilo de vida. É o que acontece com Clara (Clarice Falcão), e para fugir desse destino, ela começa a matar aulas e acaba conhecendo Guilherme (Rodrigo Pandolfo) que tenta ajudar a menina a descobrir qual é o seu destino. Assim, eles vão em busca de todas as qualidades dela durante suas conversas. Além de Guilherme, Clara conta com a ajuda de alguns tios e de seus pais para descobrir o que fazer com a sua vida.

Acredito que este seja um dos filmes mais esperados do ano pelos fãs da Clarice Falcão. Obviamente, ela está realmente bem no filme, considerando todos os grandes nomes da interpretação como Gregório Duvivier, Alexandre Nero e Daniel Filho. Apesar de o filme ser bastante focado em Clara e Guilherme, as aparições dos tios e pais de Clara são essenciais para o público ver a construção psicológica de Clara.

O roteiro é muito bem construído, com várias citações a coisas da vida de qualquer pessoa, como o BBB, ipods, facebook... A busca da identidade e as dúvidas foram bem escritas e muito bem pensadas para passar para o espectador toda a angústia da personagem. Apesar da boa construção, algo acontece a partir da metade do filme, parece que ele dá uma desandada, ou que a história tenha acabado ou que... Não sei. As coisas começaram a se arrastar. De qualquer maneira, não deixou de ser bom, não deixou de fazer sentido. Só ficou um pouco arrastado. O roteiro poderia ter sido explorado um pouco mais e o filme ser um pouco mais longo, talvez, isso poderia ter ajeitado o vazio que ficou em algumas partes.

Quanto a direção, Matheus Souza, apesar de ser um iniciante no cinema, sabe dirigir bem um ator para que ele passe para o público os sentimentos certos. Talvez a escolha de Clarice Falcão e Rodrigo Pandolfo tenha sido perfeita, porque eles combinam e ainda tem uma sincronia muito boa entre si.