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Os pais em Frozen são abusivos? Sentem aqui, jovens, vamos conversar

30.1.14Dana Martins


Atualização: MAMILOS! AGORA COM UMA PARTE EXTRA E NOVAS OPINIÕES. O mais legal de Frozen é que uma animação que dá pano na manga. Eu poderia fazer uns 7 posts só disso aqui no CC (JÁ SEI, VAMOS VIRAR UM FANSITE DE FROZEN! -sqn). Hoje, especialmente, eu quero discutir uma das principais polêmicas do filme: Os pais em Frozen são abusivos?

Logo que saiu o filme rolou a história de que os pais das meninas eram abusivos. Afinal, eles prendem a garota num quarto, falam para ela não sentir nada e aí tem a parte tenebrosa em que a Elsa aparece usando algemas feitas especialmente para cobrir as mãos dela e bloquear seus poderes. O QUE ESSE TROÇO ESTAVA FAZENDO NO CASTELO? OS PAIS DELAS PRETENDIAM USAR AQUILO NELA?


Infelizmente, os pais dela foram passear com os pais do Tarzan, o navio afundou e nunca saberemos (felizmente, Tarzan e os pais sobreviveram e eu pude ser uma criança feliz na época que o filme lançou). Tá, sem deixar a minha imaginação voar... O que importa é que os pais das irmãs morreram e nós nunca saberemos o que eles fariam com Elsa.

O que nós sabemos é que eles tinham medo. Muito medo de que os poderes dela causassem um acidente pior do que já foi causado e acreditaram que a forma para controlar o poder seria bloquea-lo. 

Acho que, se o filme mostra alguma coisa, é o resultado das ações repressivas, mesmo quando se ama. Quando Elsa fere a irmã, ela está louca de medo e tem noção do que está acontecendo, mas em vez de receber suporte para lidar com isso, o que ela descobre é que todos têm medo também. Jesus! Ela deve ser algum tipo de monstro, mesmo que só queira fazer bem aos outros, então é melhor se esconder.


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Observe no primeiro trecho do filme com os pais como eles colocam as regras e, com o tempo, a própria Elsa começa a incorpora-las. (Conceal it vs. Conceal) Ela não quer abrir a porta do próprio quarto, não quer nem tocar nos pais. Tem um momento especial que o pai se aproxima e ela tenta se afastar, a expressão dele é de dor.

Os pais amavam as filhas e queriam apenas o melhor para elas. Você vê que eles não haviam repreendido a Elsa ser quem era, com poderes mágicos,  algo que deixou em pé o cabelo de muitos personagens quando foi revelado no filme. O que aconteceu foi que quando eles descobriram os perigos que isso poderia causar, decidiram se isolar para tentar resolver tudo a sós. 

Então, afinal de contas, os pais dela são abusivos?


Claro que sim. Até fazer esse post, eu não gostava muito dessa ideia. Mas não tem como negar a pressão negativa que eles causaram na menina mesmo que seja sem querer. Lembrem que existem pais abusivos fisicamente e psicologicamente. Por exemplo, aquele tipo de pai que fica brigando, xingando e ameaçando a criança. 

E é por isso que eu acho GENIAL e extremamente importante essa representação dos pais em Frozen. As pessoas pensam (eu inclusive) que você precisa ser "do mal" e não se importar com a pessoa para ser, de alguma forma, abusiva, mas não é a realidade. Os pais de Frozen não faziam ideia de como lidar com a filha e escolheram a repressão.

Pena que a Elsa não tinha wikihow ):  Leia mais na página aqui. E ainda há um para relacionamentos, além de muitos outros no google.
Aliás, isso é muito mais comum do que a gente pensa: existe o famoso castigo. Vai ficar trancado no seu quarto para pensar na vida. Nada de internet. Vai ficar sem aquele show que você quer ir. (muitas vezes, no calor do momento, isso ainda é berrado com raiva. o pai da Elsa até que foi bem amoroso ao ensina-la a não sentir)

O problema é que... e se isso não for a solução? E se o pai estiver castigando o filho por algo que ele não fez de errado? E se essas palavras de amor para a pessoa se controlar forem o oposto do que ela precisa ouvir?


Pois é, isso é bem comum acontecer. Imagine só para um filho gay crescer ouvindo para se controlar! É, problemático. Mas isso nós vamos conversar melhor no próximo post: Seria Elsa uma personagem gay? Por enquanto, basta lembrar que não precisamos ir tão longe. Imagine uma pessoa com problemas de peso ouvindo para se controlar, ou uma pessoa muito animada, ou uma mulher por ser mulher...

-dana martins



atualização
Então, depois de fazer esse post eu estive conversando com o Diego (QUE FINALMENTE VIU O FILME. MÚSICA EM HOMENAGEM) e ele trouxe outras ideias para gente pensar. Diferente do que eu disse, ele defende que os pais não são abusivos e eu concordo totalmente. Só acrescento uma coisa: mesmo que os pais não saibam (e não mereçam o nosso ódio. aliás, o filme nos ensina a não apontar vilões), eu acredito que o filme representa bem a problemática da educação. Há os dois lados...

Protesto, meritíssimo! A Defesa pede a palavra!

Embora a definição apresentada seja condizente com o comportamento dos pais das meninas, há uma diferença entre abuso e educação. Toda a criança precisa ser oprimida na infância. Não nascemos sabendo se vestir, a hora de dormir, onde falar baixo, etc. O abuso é opressor, mas a opressão nem sempre é negativa ou abusiva. Devemos separar as coisas. Abuso é agressivo. Seja através de berros ou força física, é a natureza bruta do abuso que o transforma em trauma. Os pais de Elsa não mostram comportamento abusivo. Sim, eles a ensinaram a se reprimir e não nego que estavam equivocados ao fazer isso, mas não faziam por mal. Só não tinham ideia do que fazer.

É como um pai que descobre que o filho é gay e tenta o curar por acreditar que se trata de uma doença. É um gesto de amor pelo filho. Um gesto equivocado, mas não homofóbico. A ignorância não é crime, o ódio ignorante que é. E isso os pais delas não tinham

O que eles tinham eram boas intenções e bons modos. Fizeram o melhor que podiam e fizeram de coração, então acredito que mereçam o nosso perdão pelo mal que causaram.

Ah, e é o Diego aqui. ;)

ATENÇÃO: A CONVERSA CONTINUA NOS COMENTÁRIOS! Eu coloquei a minha análise completa ali e a Juliana trouxe outras informações sobre pais abusivos. 

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8 comentários

  1. Olá!
    Gostei da temática do post, mas preciso discordar completamente do Diego.
    Crianças não precisam ser oprimidas, mas sim, ensinadas. Dizer a uma criança que não pode tomar banho de chuva não é opressão, já que ela não tem consciência do que essa ação traz para si própria.

    ((A proteção às crianças e aos adolescentes está expressa de maneira clara e precisa no artigo 227 da Constituição Federal que diz: "É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão."))

    Ou seja, há um equívoco na sua escolha de palavras. Assim como quando você diz que abuso é particularmente agressivo.

    ((Superproteção dos pais em relação à criança é também uma forma abuso infantil, embora à primeira vista não o pareça, por possuir origens totalmente diferentes dos outros tipos de abuso.))

    ((Violência doméstica psicológica
    Segundo Azevedo & Guerra (2007), a violência psicológica também designada como "tortura psicológica", ocorre quando o adulto constantemente deprecia a criança, bloqueia seus esforços de auto-aceitação, causando-lhe grande sofrimento mental. Ameaças de abandono também podem tornar uma criança medrosa e ansiosa, representando formas de sofrimento psicológico.
    Pode-se manifestar como:
    Isolamento emocional
    Dificuldades de fala ou linguagem
    Ausência de contato olho-a-olho
    Medo (real ou aparente) da vítima em relação ao agressor(es)))

    Assim podemos afirmar que sim, seus pais, por mais bem intencionados que possam ter sido, eram abusivos. Peço uma maior atenção para esse trecho: "bloqueia seus esforços de auto-aceitação, causando-lhe grande sofrimento mental." Nas primeiras cenas do filme, Elsa não parecia ter problemas com seus poderes e o que torna seus pais abusivos é justamente isso: por medo, lidam de forma errada com o acidente de Anna; e continuam lidando de maneira errada daí em diante, causando à Elsa: isolamento emocional, dificuldades de comunicação e medo de si mesma quando não havia motivo algum para tal.

    Fico surpreendida em ver que sua opinião é de que “Seja através de berros ou força física, é a natureza bruta do abuso que o transforma em trauma”. Assim você está afirmando que não reconhece como abuso algo tão complexo como o cyberbullying ou o abuso psicológico como um todo, já que só uma atmosfera fisicamente violenta conta.
    Os pais de Elsa não tinham consciência de quão abusivos eram, mas isso não altera os fatos. Assim como o outro exemplo dado: pais que procuram uma cura gay para seus filhos. Não duvido que eles pensem que é um gesto de amor pelo filho, mas isso NÃO ALTERA O CARÁTER ABUSIVO. E é um gesto HOMOFÓBICO SIM, pois trata a personalidade sexual do filho como DOENÇA,(assim como os poderes de Elsa, devemos lembrar), ao invés de usar todo esse pensamento carinhoso e todos esses gestos para estudar um pouco mais, pensar um pouco mais e entender um pouco mais o amado filho.

    Eu, como leitora do cc, acho que esse posicionamento não condiz em como o blog se apresenta e significa para mim, então espero que seja aberto esse debate entre a equipe. Devo chamar atenção também, a autora do post, no fim, não deixa sua opinião clara e acaba por desmentir sua pesquisa toda ao se deparar com uma opinião diferente, da qual eu discorro acima.

    E para fechar, boas intenções e bons modos podemos ter todos, mas boas AÇÕES, só para os que tratam a realidade com paciência e reflexão. E não cabe a nós perdoar ou não um personagem fictício, apenas podemos nos dispor a analisa-los.

    Atenciosamente,
    Juliana

    http://www2.mp.pr.gov.br/cpca/telas/ca_igualdade_8_2_1_1.php
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Abuso_infantil

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    1. Oi, Juliana! Eu ADOREI o seu comentário. Sério, você tem que (e deve!) vir aqui toda vez e trazer a sua opinião, além de mostrar como você enxerga os fatos. Está aí uma das coisas que eu adoro em Frozen, ele está trazendo assuntos tão sérios como esse (e tem muitos outros pra comentar ainda). Até esse filme, eu nunca pensei na questão de pais abusivos. Por causa dos comentários pela internet sobre isso, eu fui obrigada a procurar mais sobre o assunto. (veja ali na parte que eu digo "claro que que sim. até fazer esse post...") E estou grata por você vir e falar, porque me deu a chance de completar o post. (eu poderia falar muito e muito mais, no momento estou escrevendo um justamente que saiu a partir desse)

      O meu posicionamento é: Eu acredito que o que os pais das meninas fizeram foi ruim para as duas, não importa se isso é caracterizado como abuso ou não. Não só para a Elsa (que teve todos os problemas citados), como também para a Anna que cresceu sozinha e trancafiada e tem uma versão meio fantasiosa do mundo (da irmã dela, do amor, de aventuras...).

      E eu acho MUITO importante essa representação da Disney, porque eles tocaram num ponto frágil: nós podemos ser os maiores vilões para as pessoas que mais gostamos (tema do meu próximo post), simplesmente porque em vez de lidar com amor e aceitação nós acabamos tentando forçar o mundo - e os outros - dentro do que acreditamos que é certo. E quase ninguém se dá conta disso.

      Sem falar que, hoje em dia estamos conquistando maiores liberdades e a internet tem servido como um forte meio de reconstrução cultural, então o choque entre gerações é enorme. Hoje no grupo da equipe do CC a gente tava discutindo a novela e eu comentei que nós, acostumados na internet, vivemos no mundo mágico do tumblr (onde ver um casal gay, uma pornografia, rezar pela guerra no oriente, ser quem você é... é comum) . Mas as pessoas mais velhas estão longe de todas essas transformações e vivem de acordo com seus princípios de certo e errado. Um beijo gay no principal canal de televisão brasileiro ainda é tabu. As mulheres ainda precisam focar em se apresentar para o homem. (...)

      O resultado desse embate de gerações é que quando o filho se mostra diferente, a reação logo é "mandar arrumar." Esses dias eu estava lendo The Diviners, uma história que se passa em 1927 e começa quando a protagonista é mandada pelos pais para morar longe só para abafar um caso. E, como o filme mostra, isso não é nada bom.

      Só que, por outro lado, nós temos que entender também que esses pais não são exatamente vilões - eles também são vítimas da cultura. Muitas vezes a forma que eles aprenderam a se importar é através de gritos. É tentando proibir a pessoa de fazer as coisas. Aí entra algo importante que o Diego disse: Eles não sabem como lidar. Eles não têm informação e, eles mesmos, estão com medo.

      Isso torna algo do que eles fizeram certo? De jeito nenhum.

      E é aí que entra a moral da história de aprender a aceitar e ajudar e amar.

      Ainda há um outro lado, tocado pelo Diego, que eu concordo. A educação. Como educar uma criança? Ainda mais quando às vezes os próprios pais não foram educados direito. Qual é o limite entre "filho, não xingue os outros de nomes feios!" e "filho, você não pode falar o que pensa"? Ainda mais que os valores estão sempre se renovando. Como você vai saber que o que você acredita não está ferindo os outros?

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    2. Não posso falar pelo Diego, mas acredito que o que ele quis dizer é que não podemos alimentar essa raiva dos pais como vilões, porque do mesmo modo que nós precisamos nos descobrir e desenvolver, ainda há muitas coisas que nossos pais não sabem e, no meio desse rolo todo, todos nós cometemos erros. Em Frozen esse caso não pôde ser resolvido - os pais morreram. Mas muita gente vive um Frozen diário e alimentar alguma revolta contra os pais não leva a lugar nenhum. A aceitação funciona em mão dupla. (e acredito que, em parte, ele ter comentado a educação acredito tenha sido uma reação ao que eu disse sobre todo pai acabar "isolando" o filho na sua busca para cuidar, porque nem tudo isso é abusivo)

      Tudo aqui no CC está sempre aberto a debate - entre a equipe, com os leitores. Eu adoro descobrir novas opiniões, porque é só através da troca de informações que a gente entende mais as coisas. Eu não sabia nada sobre pais abusivos e fiz uma pesquisa, tive umas ideias. Depois o Diego veio e completou a minha visão. Depois você veio e trouxe mais informações. E a cada vez eu estou aprendendo mais. Eu não deixei toda a minha pesquisa para trás, eu acrescentei a ela outras opiniões. (:

      O CC não tem um só posicionamento, porque o objetivo aqui sempre foi poder mostrar os outros lados das coisas. Aliás, foi por isso que eu escolhi o gif da Anna com a Elsa ali, às vezes estamos de um lado só e precisamos saber o que tem do outro lado da porta.

      MAS se houvesse um posicionamento é o de que nós somos TOTALMENTE a favor de portas abertas e do amor. Não importa o nome que é dado para as coisas, se algo está causando ódio e briga, não conte comigo. Estamos sempre tentando nos conhecer mais e reconhecer o efeito que nós causamos no mundo, tentando filtrar tudo o que nós encontramos para aprendermos a ser pessoas melhores. Acredito que você já deve ter percebido isso pelos nossos posts.

      Versão resumida: As ações superprotetoras dos pais que não sabiam lidar com sua filha acabaram tendo consequências graves. Eles deveriam ter aceitado em vez de forçado. E isso é problemático porque acontece todos os dias entre pessoas que se amam e, por causa da vontade de causar o bem envolvida, o lado negativo acaba não sendo reconhecido ou, pior, é justificado. Porém, isso também não é motivo para julgar pessoas que estão no lugar dos pais delas e causar mais brigas. Seria até como inverter o problema (sendo a falta de conhecimento dos pais correspondente aos poderes da Elsa). Vamos abrir todas essas portas e, como aprendemos em Valente, entender o outro lado. (aliás, se pensar bem Valente é o filme com a moral relativa ao problema dos pais - se ficarmos com raiva deles, acontece exatamente o que aconteceu no filme com menos mágicas e mais metáforas-, enquanto em Frozen aprendemos a aceitar)

      Você tem total razão de que eu falei meio mal sobre a minha posição. E acho até que o Diego se expressou meio mal (ou não, ele tem o direito de achar o que quiser se isso não terminar em qualquer tipo de agressão contra os outros). Em uma coisa nós estamos completamente errados: decidimos tentar resumir uma análise importante e complexa com poucas palavras.

      Felizmente, nós temos leitores incríveis como você que nos lembram do que é importante. Muito obrigada. Espero que você continue escancarando a porta e mostrando o outro lado toda vez que não concordar com algo aqui (ou tiver algo a acrescentar!), isso é muito importante para gente.

      Vou alterar o texto e colocar um aviso sobre essa parte do texto. Qualquer pessoa que ler isso e tiver algo a acrescentar fique a vontade, minha decisão nunca é final, eu sempre quero aprender.

      DFTBA
      -dana

      http://dft.ba/-criancasfelizes

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    3. (alívio de falar tudo sem me preocupar com o tamanho do post!! HAUHAUH)

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    4. A intenção desse pai não é importante porque intenção não é algo mágico. Sim, mesmo que esse pai tenha boa intenção e ame o seu filho, tentar "curar" sua homossexualidade é homofóbico porque sexualidade não é uma doença que possa ou deva ser curada. Sim, mesmo que ele só faça isso por ignorância porque é o impacto da ação que importa, não a intenção. É homofóbico. E se quando o filho explicar o pai entender e "aceitar" (alias, a ideia de que a sexualidade do filho é algo que ele deva "aceitar" já é bem problemática), não muda o fato de que tentar "curar" a homossexualidade do filho é homofóbico.

      Pra deixar isso bem claro: Nós dois estamos andando na rua, eu piso no seu pé e quebro seu dedinho. Eu OBVIAMENTE não tive a intenção de pisar no seu pé e pedi desculpas, mas isso não apaga o resultado: seu dedinho está quebrado. Você pode ou não aceitar o meu pedido de desculpa, mas a minha intenção não vai mudar o resultado.

      E Diego, eu vou assumir aqui que você é hétero e dizer uma coisa: Não são as pessoas heterossexuais que decidem o que é ou não é homofobia. São as pessoas homossexuais que decidem o que é homofobia. As pessoas heterossexuais não decidem o que é heterossexismo. As pessoas não-heterossexuais decidem. Quem decide se uma coisa é ou não violenta é quem sofre a violência.

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  2. Nossa, discussão acalorada! Eu ainda não assisti ao filme, mas depois desse dilema dos pais e de conhecer um pouco mais da temática do filme, eu estou considerando bastante ir vê-lo no cinema. =)

    Um beijo, Livro Lab

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    1. HUAHUAH é um tema sério, né? você não pode falar sobre crianças sendo abusadas e filme da disney no mesmo tópico e falar pouco. E assiste sim, isso é só parte do que tem pra aproveitar de Frozen

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  3. Eu devo concordar com o Diego.

    Um dos piores problemas da sociedade entre muitos é ignorância, ou seja, a falta de conhecimento (como o mesmo mencionou). A intenção importa sim e eu acredito que altere o resultado final, pois, é diferente alguém querer tentar te forçar a algo tendo o conhecimento que isso te prejudique e te machuque (e que não se importe de o fazer) do que ter alguém que te ama e faz isso visando o seu bem, por mais que não seja isso que ela esteja causando.

    Por mais que a pessoa esteja errada ela apenas não tem consciência disso, e por esse motivo que você pode entender o seu lado de uma maneira que aquela pessoa não consegue fazer por você e tentar orientá-la da melhor maneira. E outra coisa, sexualidade (no caso a homossexualidade) pode ser vista por muitos sim como doença psicológica, não que essas pessoas estejam certas, mas é um teoria aceitável para muitos pois tem estudos que apoiam essa tese, se não não existiria pessoas afirmando isso. Apesar de ser óbvio que sexualidade independe da opinião alheia (somente a sua, pois diz respeito apenas a você) ou dos conceitos que as pessoas criaram e classificaram como certo e errado pondo todo resto dentro de uma caixa e a jogando fora, cada um tem direito de fazer o que quiser da sua vida, visando seu bem estar, da maneira que se sentir melhor e feliz (de preferência de uma maneira saudável), desde que não ultrapasse ou interfira no direito do próximo... E isso mal precisa ser explicado.

    Tem uma grande diferença entre causar o mal por pura maldade, e ser uma pessoa bem intencionada e acabar causando o mal. Essa diferença existe, de outro modo todas as situações seriam generalizadas e tudo de qualquer forma estaria sendo posto dentro de uma caixa a qual também estaria sendo jogada fora. Um forma extremista de ver as coisas.

    Repito: A intenção verdadeira não deixa de causar danos e ser prejudicial, mas também não é um ponto a ser ignorado, porque isso também seria ignorância.

    Outra coisa, quando eu era criança eu estava brincando e correndo quando um garoto que também estava na brincadeira meio que tentou me parar eu bati nele e cai no chão... Enfim, causou uma fissura o osso do meu braço esquerdo (sou canhota), senti dor por uns dois dias até eu reclamar e ser levada ao médico, depois veio o gesso que tive de usar durante quase um mês, tive um trabalhão para comer (tinha 6 para 7 anos), tomar banho, escovar os dentes. E olha, eu não me lembro de ter culpado o garoto, ficado com raiva dele... Ou de minha mãe ter ido na diretoria ou processado a família dele. Eu, mesmo com 6 anos, pude ver que aquilo foi um acidente, ele não tinha a intenção de me machucar ele não fez com o propósito ou querendo me machucar e em momento algum eu o culpei indiscriminadamente, apenas esperei meu gesso ser removido.

    Ps: Adorei esse post sobre Frozen, vi esse filme e não tinha parado para pensar sobre os temas que foram postos com (talvez nem tanta assim) sutileza e também descobri sobre abuso emocional pois não sabia que esse tipo de prática tão comum e feita principalmente antigamente (onde era muito natural e visto como tal até) tinha um termo específico, fico grata por terem aberto meus olhos e serei mais observadora de agora em diante com os filmes, aliais, não só com filmes como com todo tipo entretenimento. Ótimo trabalho de vocês.

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