por Elilyan Andrade
- Livro: Papai Noel: Uma Biografia
- Autor: Gerry Bowler
- Editora: Planeta
- No Skoob
Minicritica ~ Resumo
Qual é o personagem mais popular de todos os tempos? Branca de Neve? Mickey Mouse? Harry Potter? Sherlock Holmes? Ninguém consegue superar a popularidade do “Bom Velhinho” (talvez, apenas o Menino Jesus). A figura misteriosa envolta em vestes vermelhas e que entrega presentes magicamente as crianças boas é desvendada na biografia escrita pelo historiador Gerry Bowler.
Papai Noel: Uma Biografia faz um retrato chocante de um dos personagens mais emblemáticos do Natal. E acredite: Papai Noel existe.
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Foi na Festival Internacional de Biografias que encontrei por acaso entre as biografias de Margaret Thatcher e One Direction a história de um dos personagens que mais marcou a minha infância: o Papai Noel. Ser místico envolto em muitos mistérios não resisti a desvendar essa figura. A leitura de Papai Noel: Uma Biografia não é para os fracos de coração e de espírito, pois ela mexe com todo o imaginário popular. Logo no início a imagem do velhinho em vestes vermelhas e com risadinha engraçadinha é colocada de lado, o santo São Nicolau Taumaturgo, arcebispo de Mira, popular entre os cristãos ortodoxos, é a primeira face do Papai Noel e ela não é tão gentil. Apesar de distribuir sacos de ouro para os necessitados São Nicolau não tinha medo nenhum em repreender distribuindo varas e penitências para as pessoas más.
Com o passar dos anos e com a mudança da relação da sociedade com o Natal (antes a festa era como um carnaval regado a vinho) o Papai Noel precisou passar por uma transformação de visual e de caráter. Surge então na literatura os primeiros relatos de uma espécie de duende que presenteava as crianças conforme seu comportamento. Era o início da imagem que permeia o atual imaginário popular.
Agora se você assim como a Dana ficou chocado ao descobrir que foi a Coca-Cola que deu a cor vermelha característica do Papai Noel no início do século XX, saiba que vocês estão enganados. BOOM! É isso mesmo. Uma das maiores histórias publicitárias que a Coca-Cola deu a cor vermelha ao Papai Noel é um mito.
“Acredita-se muito frequentemente que o trabalho de Sundblom para a Coca-Cola criou o conhecido Papai Noel da era moderna, vestido de vermelho e branco. Na verdade, o Papai Noel da Coca-Cola não foi absolutamente inovador; os ilustradores do Saturday Evening Post, J.C. Leyendecker e Norman Rockwell, por exemplo, já haviam ajudado a estabelecer o Papai noel padrão na mente do público.” - pág. 116
Chocante não? O mais chocante ainda é que muito antes da Coca-Cola colocar o Papai Noel assaltando a geladeira o Bom Velhinho já tinha aparecido em suas vestes vermelhas e brancas calmamente lendo as cartinhas das crianças enquanto bebia uma dose de uísque. Uísque, pão, sabão em pó, armas, e uma série de infinidades de bens e serviços Papai Noel foi garoto-propaganda. Também foi atuando como garoto-propaganda que Noel ganhou uma leve reputação de conquistador, inúmeros anúncios ilustravam as bochechas rubras do velhinho após receber beijos de mulheres satisfeitas com seus presentes de natal.
Depois de páginas e páginas de revelações surpreendentes sobre o Papai Noel o último capítulo questiona o futuro desse ser fantástico. Ataques de psicólogos e líderes religiosos questionam a razão da manutenção da existência dessa antiga figura. Bowler é otimista e acredita que sim e meu coração está com ele, pois necessitamos de fé, amor e benevolência. Precisamos de exemplos que nós mostre o caminho para sermos pessoas melhores. Papai Noel pode ser um desses exemplos.
“Ah!, como seria árido um mundo sem o Papai Noel! Nesse mundo não haveria a fé infantil, a poesia, o romance, graças aos quais essa existência se torna tolerável. Não teríamos prazer, fora o dos sentidos. A luz externa com que a infância enche o mundo se apagaria. (...) Ninguém vê o Papai Noel, mas isso não é sinal de que o papai Noel não existe. As coisas mais reais do mundo são aquelas que nem as crianças nem os homens podem ver. (...) Ninguém pode conceber ou imaginar todas as maravilhas existentes no mundo que são invisíveis.” - págs. 227 e 228
Feliz Natal. E acredite: Papai Noel existe. Se você crer, você vai ver o milagre acontecer.
- elilyan andrade
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