por Paulo V. Santana
- Autora: (Casual Escritora) Dayse Dantas
- Editora: Gutenberg
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Minicrítica ~ Resumo:
“Camilla Pinheiro conseguiu
passar sua vida escolar praticamente ilesa, sem se envolver em dramas
adolescentes. Isso é uma grande vitória para ela, que sempre foi muito aplicada
nas aulas. (...) Porém, graças a uma confusão amorosa envolvendo seu melhor
amigo, Camilla vê seus dias calmos de estudos se transformarem, em meio a
revoluções escolares, brigas familiares, intrigas na turma, dúvidas sobre o
futuro e até uma inesperada paixão, que ela insiste em negar para si mesma.
Para se abstrair do mundo real, agora virado de cabeça para baixo, ela posta em
seu blog as aventuras da “Agente C”, sua identidade nada secreta para quem a
conhece e sabe o que é viver um dos períodos mais intensos da vida.” – trecho
da sinopse oficial.
A estreia literária da casual escritora
Dayse Dantas é marcada por uma forma muito mais realista de retratar a vida
adolescente. Sem usar um “modelo padrão” da adolescência, a Dayse conta a
história de diferentes jovens, todos envolvidos em conflitos. O livro é
excelente, recomendo a todos que gostam de ler YA contemporâneo mas que
procuram algo mais próximo do nosso dia a dia.
Ler a resenha de um livro
escrita por alguém que é amigo da autora pode deixar o leitor meio receoso. Eu
mesmo ficaria, confesso. Porém, sobre o livro de estreia da casual Dayse Dantas, “Nada Dramática”, não posso dizer nada que não seja
“EXTRAORDINÁRIO!”. Sério, se eu fosse vocês correria para comprar o livro agora,
ou participaria da promoção que está rolando aqui no blog.
Que a Dayse é megatalentosa
na escrita eu já sabia. Pelos seus tweets (@DayseD) e posts no Nem Um Pouco Épico, conheci toda a habilidade com as palavras e suas ótimas ideias. E tudo isso pode ser visto da melhor forma possível no livro. “Nada Dramática”,
diferente de muita coisa que vemos por aí, traz uma história que retrata de
maneira realista diferentes aspectos da adolescência.
No livro, tudo começa com um
drama. Camilla Pinheiro sempre teve uma vida calma, se é que se pode viver
tranquilamente quando está cursando o terceiro ano em um dos colégios mais
puxados de Goiânia. O dia a dia é corrido e agitado, claro, mas Camilla era
meio alheia a todos os conflitos que ocorriam, até ser envolvida em uma
típica confusão amorosa por causa de Thiago, seu melhor amigo. A partir daí,
ela vê o segundo semestre do seu último ano na escola cheio de intrigas
escolares, revoluções, problemas familiares e, claro, uma paixão – tudo isso
quando ela só queria poder ter dias tranquilos para estudar para todos os
vestibulares que vai prestar.
Poderia dizer aqui que a
Camilla é uma adolescente típica, porém, a adolescência é só uma fase da vida e
não uma definição de personalidade – essa, além de uma das várias questões que
passam pela intensa mente da protagonista, é um dos pontos da originalidade da
história. Diferente do que estamos acostumados a ver em livros Young Adult
Contemporâneo, não temos um modelo padrão de adolescência. Não há nada demais em ler coisas assim de vez
em quando, tanto que lemos e aproveitamos muitas histórias do tipo, embora, no
fim, não consigamos criar tanta conexão por estarem distantes da nossa
realidade. E é justamente aí que “Nada Dramática” acerta.
Mesmo que séries como “Glee” e
“The Carrie Diaries” tratem de vários temas interessantes sobre adolescência (e
eu adore assistir), muita coisa é colocada de forma não realista. Me identifico
com os conflitos, mas nessas séries e livros cada conflito vai acontecendo de
cada vez. Em “Nada Dramática”, no entanto, é tudo ao mesmo tempo, como acontece
na realidade mesmo. Um drama não espera outro acontecer, eles saem todos no mesmo instante, um atropelando o outro e se juntando ao caos da vida escolar. Além
da confusão que o Thiago trouxe para a vida da Camilla, há várias outras coisas
acontecendo ao redor dela, como Lenine, seu irmão, e os problemas no casamento,
P. A. e Ana Luíza e a revolução escolar, Fran e a dúvida do que fazer da vida...
Enquanto vamos vivendo o
cotidiano da Camilla, vários personagens são apresentados e todos eles têm a
sua importância, cada um em seu momento. Essa não é apenas a história de como a
Camilla passou os últimos meses do ensino médio, mas um retrato de um período
da vida de uma personagem e aqueles que estão ao seu redor. Os relacionamentos
são um ponto forte do livro, porque, além de interessantes, é muito legal ver
não só a história da personagem principal se desenrolando, mas também a dos que
a cercam. Embora tudo seja contado por causa da Camilla e de como ela se insere
nisso, nem tudo fica focado nela, cada um tem o seu o momento na história da personagem.
Todos esses subplots, além de significativos, enriqueceram o livro e mostraram
diferentes características da própria Camilla.
E é claro que em meio a todo o
caos há um espaço para romance. Para falar sobre isso teria
que entrar em spoilers, então, antes que eu não comece a surtar, digitar letras
aleatórias em caps lock e contar tudo, vou deixar vocês com o link de um post onde eu e a Nath fazemos isso no NUPE.
Bom, se isso tudo já não
fizesse o livro ser ótimo, temos algo genial completando: os contos da Agente
C! Além de tudo o que já foi falado, há outro lado da Camilla: o de escritora.
A personagem encontra uma fuga para todos os seus pensamentos e as coisas que
estão acontecendo de uma das melhores formas, escrevendo. Então, ela mantém um
blog chamado “Agente C”, onde posta as aventuras de uma... agente secreta! E, UAU,
eles são MUITO bons. De verdade. Eles são tipo a cereja do bolo. A Dayse
divulgou alguns (que não estão no livro!) em alguns blogs e vocês podem ler aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
Lembro que há alguns meses a
Dayse estava falando comigo sobre a Adriana Falcão e como é difícil atingir a
excelência quando se escreve primeiro livro, mas que a Adriana tinha
conseguido. Eu concordo, realmente é difícil, mas acredito que a Dayse também
conseguiu, “Nada Dramática” é um dos livros mais legais que já li. Assim, vou
terminar a resenha da mesma forma que comecei: falando o quão genial é o livro e
que vocês precisam começar a ler AGORA!
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Paulo V. Santana
3 comentários
Gosto muito de YA contemporâneo passado no Brasil. Talvez por falar de coisas que passei faz pouco tempo (e até certo ponto, sigo passando - a adolescência agora só acaba aos vinte e cinco, né?) é bastante tangível. Tô muuito louca pra ler o livro da Dayse (e o Ilha dos dissidentes tb - I mean, distopia. É o meu negócio) mas quero as edições físicas lindas que não dá pra ter estando do outro lado do oceano ahha :( Então fica pra depois de junho mesmo...
ResponderExcluirVim aqui para ver o que você achou agora que eu li e preciso comentar duas coisas: Você falou tudo o que eu tinha pra falar! Nem sinto vontade de escrever a minha resenha, porque você resume bem e acho que de um jeito que eu nem conseguiria. E a segunda é uma coisa que eu relembrei enquanto lia a sua resenha: você também escreve muito bem, Paulo. Eu acho que já falei isso várias vezes, mas é sempre gostoso de ler o que você escreve.
ResponderExcluir(lembrei agora: na verdade, na minha resenha eu teria um parágrafo para rir do nomes, porque... eu começo o livro e me vem uma jordana HAHAHAHAHAA e aí o nome da filha do irmão dela é valentina HAHAHAHAHA pensei que só a minha mãe ia misturar esses nomes assim)
DANA agdhjasgdhagsdfdsj
ExcluirAgora que vi esse seu comentário e MUITO obrigado. :)))) Escrever essa resenha foi mega complicado e fiquei o tempo todo achando que tava um lixo. OOOBRIGADO <3
E sobre os nomes: HAHAHHA Minha visão de Jordana do início ao fim foi você, sério. lol