Beyond: Two Souls CCgames

Video games como contadores de história (parte 2)

6.11.13Anônimo


Hoje meu foco é uma produtora só, que tem um trabalho tão diferente do resto que acabou merecendo esse destaque. A Quantic Dream é responsável por uma revolução silenciosa do uso das mídias digitais no desenvolvimento de histórias, popularizando os Interactive Movies - ou filmes interativos, se seu inglês não está em dia. A produtora francesa tem no momento quatro títulos em seu catalogo, todos seguindo o mesmo conceito narrativo: Omikron, Fahrenheit, Heavy Rain e seu mais recente lançamento, Beyond: Two Souls.
Te conheço de algum lugar...
Esse rostinho por um acaso é familiar? Não é por um acaso, é a Ellen Page. Um dos diferenciais da empresa é o uso de atores em captura de movimentos no desenvolvimento. Os nomes de Page e Willen Defoe recebem destaque na capa de Beyond: Two Souls, como no poster de um filme. A intenção é propor uma experiência de qualidade, provendo o aspecto de super-produção cinematográfica, mas também trás benefícios para os jogos. O ultra-realismo dos gráficos é determinante na imersão. Outra coisa digna de cinema são os roteiros, sérios, dramáticos e com temas pesados, gerando jogos reflexivos e com teor filosófico.

A jogabilidade toma papel secundário, se resumindo a apertar determinados botões no momento certo ou repetidas vezes - fato que pode incomodar alguns. A presença do jogador é sentida a nível intelectual. Diferentemente da maioria dos jogos, embora exista um roteiro definido, há grande liberdade de escolhas a serem feitas e é possível ver as consequências no decorrer da história. Heavy Rain, por exemplo, possui quatro finais para cada um de seus quatro protagonistas, que podem se combinar em centenas de conclusões diferentes para a história.

os quatro protagonistas de Heavy Rain
E alguns desses finais são enterros, pois se você cometer um erro e morrer, não há tela de carregamento e uma nova tentativa. Aquele personagem morreu e a história seguira para outro ponto, focado em outro protagonista. Isso cria um nível de empatia com os personagens impossível até então. Você sente que suas ações importam, que você realmente precisa se dedicar para dar um final feliz a esses personagens, ou o sangue deles estará em suas mãos.

Você sente que a história está acontecendo, e que você faz parte dela.

É uma experiencia que eu recomendo para todos ao menos uma vez. É simplesmente algo diferente demais para não ser pelo menos tentado.

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