Faltam duas semanas para a estreia de “Jogos Vorazes: Em Chamas” no Brasil, que será o primeiro país a exibir o filme em todo o mundo, e nós estamos todos surtando e morrendo porque isso vai ser muito bom, socorro!!!! não poderíamos deixar de fazer posts especiais. Depois de um tempo de “férias”, retomamos o CCSexta, a nossa coluna semanal que a cada mês recebe um tema diferente. Agora, voltamos ao mundo de Jogos Vorazes e comentaremos a respeito em todas as sextas-feiras desse mês – como no especial Centro de Treinamento, que fizemos para o primeiro filme.

Para iniciar esse nosso mês quente (péééém: piada ruim detectada), falamos do que podemos esperar do novo filme da trilogia – trilogia que nos cinemas terá quatro longas – Jogos Vorazes. Preparados? Que comece o treinamento!

Acredito que todos conheçam a “maldição do segundo livro”, mesmo que não por esse nome exatamente. É muito comum que, quando o primeiro livro de uma série é muito bom, a expectativa para a continuação fique muito alta e o segundo livro fique meio que em uma posição de risco, pois há uma necessidade de que ele seja tão bom quanto ou superior ao livro anterior. Porém, são poucas as vezes que a segunda parte da história se sai tão bem, geralmente as expectativas não são alcançadas.

E, bem, o “monstro” da expectativa em relação às continuações também ataca quando passamos para os filmes. Depois do sucesso que “Jogos Vorazes” alcançou, ficou uma dúvida de como seria a continuação. Em relação ao livro, Suzanne Collins se saiu bem e conseguiu fazer com que seu “Em Chamas” fosse muito bom, muito bom mesmo. Esse é o meu livro favorito da trilogia, eu fiquei fascinado durante (e após) a leitura. Mas, e agora, como será a adaptação do filme?

Podemos pensar, primeiramente, no quesito orçamento. O primeiro filme da franquia trouxe ótimos resultados para a produtora, a Lionsgate. Com um orçamento de $78 milhões, “Jogos Vorazes” conseguiu uma bilheteria mundial de mais de $691 milhões*. Isso é MUITA coisa, ainda mais se pensarmos nos lucros com venda de produtos licenciados. Obviamente, o fato da Lionsgate agora ter um bolso mais “recheado” levou a um aumento do orçamento do segundo filme. Para ter uma ideia, vi alguns sites dizendo que foi de $140 milhões, ou seja, quase o DOBRO do orçamento do anterior.

*Dados do Box Office Mojo

Desde que começaram a sair imagens de divulgação e o próprio trailer do filme, já dava para notar o aumento do orçamento. Isso porque a maior quantidade de dinheiro influi diretamente na qualidade técnica, já que se pode investir ainda mais nessa área. Efeitos como o do fogo na transformação do vestido da Katniss, por exemplo, são agora muito mais realistas. No último trailer lançado, também percebemos que os macacos-bestantes são muito bem feitos. Além disso, as cenas que acontecem na Arena foram filmadas em IMAX e, portanto, tem maior qualidade visual.

Apenas uma coisa: UAU

Por outro lado, algumas mudanças em relação ao primeiro filme podem não ter sido tão positivas assim. São elas o roteiro e a direção. “Jogos Vorazes” foi dirigido e roteirizado por Gary Ross, que fez um trabalhando muito bom, sendo que o roteiro ainda teve participação da Suzanne Collins, a própria autora dos livros. O resultado foi muito satisfatório, e, no entanto, para “Em Chamas”, resolveram contrariar aquela frase popular de que “não se mexe em time que está ganhando”. Gary Ross saiu do filme, e em seu lugar entrou Francis Lawrence. Já o roteiro ficou nas mãos de Simon Beaufoy, que escreveu o rascunho inicial, e de Michael Arndt, que finalizou.

Quando o anúncio das mudanças foi feito, ficou a pergunta: será que eles fariam um trabalho bom? Referente ao roteiro, eu acredito que sim, pois o Michael Arndt tem em seu currículo filmes ótimos, como “Toy Story 3” e “Pequena Miss Sushine”. Já a direção de Francis Lawrence gerou algumas dúvidas, pois não trazia consigo tantos filmes de peso. Entre os trabalhos de Lawrence, estão “Água para elefantes” e alguns vídeos musicais.  As entrevistas que saíram ao longo dos meses de produção, filmagem e pós-produção do filme revelaram um pouco das intenções do Francis e digamos que ele tem opiniões que dividem bastante o os fãs.

Francis Lawrence entre Liam Hemsworth e Jennifer Lawrence

Entre as falas de Francis Lawrence, está a afirmação de que a câmera tremida, marca de Gary Ross em “Jogos Vorazes”, não está presente em seu trabalho com “Em Chamas”. Uma outra mudança feita foi polêmica: ele diz que o triângulo amoroso ficou muito enterrado no primeiro filme e que ele o trouxe para a superfície da história, o que deixou muitos fãs irritados – inclusive eu —, afinal, não era o propósito da história ter o romance como destaque.

Sobre a diferença entre o trabalho de Gary Ross e Francis Lawrence, a Jeniffer Lawrence já fez um comentário em uma entrevista: “Eles são quase completos opostos, e ambos completamente perfeitos para esses filmes. Francis é meio genial em construir mundos diferentes e te transportar para outro mundo. O clima no set é bem mais quieto. Gary é muito enérgico. Francis é bem relaxado e muito calmo.” Realmente tenho dúvidas sobre o que achar, mas espero gostar do trabalho do Francis, até porque  foi anunciado que ele também irá dirigir  as duas partes de “A Esperança”, que encerram a trilogia.

A partir de tudo isso, não dá para afirmar com certeza se “Jogos Vorazes: Em Chamas” será melhor ou pior que o primeiro, mas podemos começar a palpitar.  Eu acho que será bem superior em relação à técnica e que o filme deverá agradar o público no geral, meu único receio é quanto ao trabalho do Francis Lawrence. Prefiro não pensar muito para não ficar ainda mais ansioso para a estreia, então fico por aqui. Mas e vocês?  O que esperam de Em Chamas?

>>>Trailer Final de "Jogos Vorazes: Em Chamas"

Não se esqueçam: “Jogos Vorazes: Em Chamas” estreia no dia 15/11 e os ingressos já estão disponíveis para venda!

- Paulo V. Santana