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eu sou o mensageiro
[Resenha] Eu Sou o Mensageiro, de Markus Zusak
22.9.13Isabelle Fernandes
por Isabelle Fernandes
- Livro: Eu Sou o Mensageiro
Mini-crítica ~ Resumo:
Eu Sou o Mensageiro é daquele tipo de livro que é capaz de tocar profundamente. Lá dentro da sua alma. E revirá-la, e desordená-la, e fazer você pensar em tudo o que você fez da sua vida e o que você pretende fazer. Mas calma, não se assuste. Este é um livro que flui lindamente e ainda arranca boas risadas.
Tudo começa quando Ed Kennedy, um inútil jovem acomodado resolve impedir um assalto. Depois disso, ele começa a receber pelo correio cartas de baralho contendo diversos endereços. O que significa tudo isso? Para onde vão levá-lo estes endereços? Por quê? Isso ele só irá saber se seguir as instruções. E a partir daí, Ed vê a sua vida e a ele mesmo mudarem, se tornando um mensageiro. Em todos os sentidos.
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Sinopse ~> Conheça Ed Kennedy: taxista, patético jogador de cartas, um desastre no amor. Mora numa casinha aligada com o seu cachorro viciado em café e está apaixonado pela melhor amiga. Seu dia-a-dia é uma rotina de incompetência, até que, sem querer, impede o assalto a um banco. Então recebe a primeira carta: um Às. É quando Ed se torna o mensageiro...
Escolhido para socorrer, ele segue seu caminho na cidade ajudando - e machucando (quando necessário) - até que resta apenas uma questão: Quem está por trás de sua missão?
Quando li essa sinopse pela primeira vez, há uns 6 ou 7 anos, fiquei logo interessada. Um cara totalmente perdedor recebendo cartas pelo correio e ajudando pessoas? Um curinga na capa (que ilustrava a primeira versão, veja aqui)? DAORA. E então comecei a ler. Naquela época eu estava no auge da adolescência, quando a vida parecia infinita e minhas maiores preocupações eram "Será que vou ficar de recuperação?", "Quando é que vou sair com os zamiguin?" e a maior de todas "SERÁ QUE ELE GOSTA DE MIM?". Então, o livro não me impactou tanto. Quer dizer, é claro que eu fiquei abismada com a escrita do Zusak, fiquei boquiaberta com o final e fui tomada por feels. Porém não houve o toque profundo na alma.
Mas então, este ano, reencontrei o livro à venda em uma livraria (coisa rara) e o trouxe pra casa. E olha, essa releitura mexeu comigo. E - como eu disse lá em cima - não só tocou na alma, como a revirou.
Pra começar, Ed é um personagem muito próximo do leitor. Terminou a escola, mas não sabe o que fazer com a vida. Para ir sobrevivendo, arruma um emprego qualquer sem pensar muito sobre isso. Vai levando a vida, em meio aos dias de carteado com os amigos igualmente perdidos e suas corridas no táxi, levando seus passageiros. Sua relação com a família não é das melhores, e o único membro que ficou na cidade, sua mãe, é uma desbocada que só sabe gritar e parece dar a mínima pro Ed. Sua única companhia é um cachorro fedorento, única herança do seu falecido pai.
Esse é o tipo de vida que todo mundo tem medo de ter, admita. E muita gente pode estar passando por isso, em menor ou maior escala. Talvez na parte da família, talvez na parte do "não saber o que fazer com a vida" ou do amor não correspondido. É neste ponto em que acontece o principal reviramento da alma. Você, de alguma forma, se identifica com pelo menos uma das questões que o personagem vive ao longo do livro e essa identificação pode doer lá dentro.
Só que Ed ganha uma chance: as tais cartas. Através dos quatro ases, ele se depara com todo o tipo de situação, cada uma mais linda, mais tocante ou revoltante que a outra, tentando dar à essas pessoas exatamente aquilo que elas precisam. E o que elas precisam pode ser muito simples, como um sorvete, uma companhia pro chá ou até mesmo uns socos e ameaças de morte (-q).
Mas são esses gestos simples que mudam a vida delas, ou pelo menos dão um alento. E o mesmo acontece com o Ed.
Acho que o trunfo do livro é mostrar a evolução dele, de um cara que nunca parou pra pensar sobre si mesmo para alguém que começa a se livrar das próprias amarras e a olhar ao seu redor, desde pessoas comuns e desconhecidas a até mesmo os seus amigos, que aos poucos ele descobre que no fundo não conhecia muito bem.
Enfim, acredito que já dei uma boa ideia do quanto o livro é simplesmente incrível. Apesar de todos esses questionamentos e de várias situações super tensas e de ter vontade de chorar em vários pontos do livro, a leitura é super leve, tranquila. Você devora as páginas, querendo saber qual será a próxima carta, se haverá alguma pista do remetente das benditas cartas ou se Ed finalmente vai deslanchar com a Audrey (não é spoiler porque está na sinopse, sim). Traduzindo:::: LEIA ESTE LIVRO.
Encerro esta modesta resenha com a que pra mim é o trecho mais lindo desse livro:
"Às vezes as pessoas são bonitas.
Não pela aparência física.
Nem pelo que dizem.
Só pelo que são."
Nota:
2 comentários
Uou. Zusak manda! hahahaha
ResponderExcluirSou super fã da escrita dele. Me apaixonei terrivelmente por 'A Menina que roubava livros'; nem sei dizer quantas vezes reli.
'Eu sou o mensageiro' foi o segundo livro dele que tive o prazer de ler (e reler, reler, reler). Confesso que de início a linguagem me assustou um pouco (acho que esperava algo mais rebuscado, por conta de "A menina..."). Mas o livro me conquistou de tal forma, que precisei (e ainda preciso) indica-lo para todas as pessoas que conheço! É lindo assistir ao crescimento do Ed, participar de cada conquista, esperar as próximas cartas... Mágico, mágico :)
Nossa tenho esse livro a algum tempo mas tinha reservado para minha mãe ler pq eu achei a cara dela, como ela esta sem tempo acho q vou ler primeiro. A sinopse me pareceu ótima e realmente preciso de uma leitura assim.
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