Assassin's Creed
CCdiscussão
Dia do preconceito: Menino bichinha, adolescente matador e loira burra
7.8.13Dana Martins
Hoje eu mal liguei o computador e fui atacada por uma série de notícias tão cheias de preconceito que eu precisei juntar aqui. Afinal, aqui no CC a gente volta e meia traz uma discussão sobre o que a mídia anda fazendo, certo? Vamos aos títulos das matérias...
Suspeito de matar pais PMs usa foto de game de assassino no Facebook
Garoto de 2 anos sofre ataque homofóbico por usar presilha rosa
Loira comemora antes da hora e perde na última curva!
Notícia 1: videogame e violência. Parece até sacanagem uma notícia assim. E eu não duvido que seja de propósito: afinal, todo mundo está divulgando o link só para reclamar dessa abordagem idiota sobre videogame.
Descrição do jogo retirada do site:
"Assassin’s Creed" é um jogo que mostra a visão de Desmond Miles, um barman que volta no tempo na pele de seus ancestrais. Com isso, encarna o matador Altair e se envolve na guerra entre assassinos e templários ao longo de diversos eventos históricos como as Cruzadas, o Renascimento, a Revolução Americana e, no último jogo, a disputa entre piratas durante a conquista da América. Como membro da ordem de assassinos, Miles tem a missão de dizimar a Ordem dos Templários, que iniciou uma das Cruzadas a Jerusalém.
O matador? Sério? Não dá para negar que é um jogo sobre um clã de assassinos, mas de todos os jogos que estão por aí esse seria o com menos protagonistas "matadores." Uma das dinâminas básicas do jogo é não sair matando qualquer um - se faz isso, você perde vida. As missões não são centradas apenas em porradarias e assassinatos. E dizimar a Ordem dos Templários? Onde isso?
Aliás, valia a pena lembrarem também que a jornada do Ezio em Assassin's Creed II é para defender a própria família. Não matar "pais, avó e tia."
Não nego que Assassin's Creed como jogos de videogame em geral tenham muitas problemáticas. Assim como novelas, filmes, livros e jornais. Agora fazer metade de uma reportagem com foco nisso... sensacionalismo puro.
(aceito uma reportagem falando que videogames foram um dos motivos que influenciaram nas manifestações, aquelas onde gritaram "fora globo")
Agora uma notícia diferente: o outro lado. (não foi vista no g1, talvez coloquem no mundo bizarro...)
Notícia 3: Menino e a presilha rosa. Menino vai ao mercado com a mãe e um homem tira a presilha rosa dele porque é muito feminino. Então a mãe, a blogueira Katie Vyktoriah Reed, desabafa sobre o que aconteceu na internet.
Essa é boa que abre espaço pra discutir as dificuldades de se criar um filho hoje em dia. Criar um filho é moldar ele, mas ao mesmo tempo há a ideia de que a pessoa não deve ser moldada de acordo com padrões. Como diria a Lady Gaga, a pessoa was born this way. Então o que fazer?
Notícia 3: Menino e a presilha rosa. Menino vai ao mercado com a mãe e um homem tira a presilha rosa dele porque é muito feminino. Então a mãe, a blogueira Katie Vyktoriah Reed, desabafa sobre o que aconteceu na internet.
Essa é boa que abre espaço pra discutir as dificuldades de se criar um filho hoje em dia. Criar um filho é moldar ele, mas ao mesmo tempo há a ideia de que a pessoa não deve ser moldada de acordo com padrões. Como diria a Lady Gaga, a pessoa was born this way. Então o que fazer?
O mais legal de tudo é que o homem homofóbico machista bêbado não fez por mal. Quer dizer, pelo relato da Katie Vyktoriah Reed, ele tentou proteger o menino.
"De repente, o homem avançou e arrancou a presilha do cabelo do Dexter e a jogou no nosso carrinho de compras. Depois, passou o braço em volta da cabeça do Dexter (não foi com força, mas o ponto não é esse) e disse com uma risada malvada e alta “Você vai me agradecer depois, homenzinho”.
Na mesma hora que eu fui pra cima do homem, Dexter segurou a parte do cabelo em que o homem encostou, apontou o dedo para ele, pisando forte, gritou “Não!”. Entrei no meio dos dois e disse para o bêbado “Se você encostar no meu filho mais uma vez, eu vou arrancar suas mãos!”.
O cara me encarou, olhou para o Dexter com nojo e disse “Seu filho é uma bichinha desgraçada (em inglês o termo que ele usou “Fucking faggot“). Virou as costas e antes de sair completou “Ele ainda vai levar um tiro um dia”."
Não estou defendendo o que ele fez, mas eu achei interessante. Eu realmente acho, ainda mais nos Estados Unidos, que o menino corre mesmo risco de levar um tiro por andar assim. Entra naquela história de "você pode ser diferente, mas não seja diferente em público." E as pessoas ficam literalmente loucas diante do diferente: o primeiro impulso é apagar aquilo e jogar para baixo do tapete.
Eu realmente acho que o cara que fez isso acreditou que estava certo e ajudando. Ele estava protegendo o menino de outras pessoas, como a que um dia pode dar um tiro nele e até aquelas garotas que estavam rindo antes. Ele nem de longe fez isso do jeito certo, mas não deixa de ser interessante.
Sabe, eu estou feliz que as pessoas estejam deixando de se esconder.
Notícia 3: Celebrar antes do tempo custa medalha de ouro. E esse é só um simples tweet para mostrar que em 140 caracteres você consegue reforçar um estereótipo negativo.
Qual o problema disso?
-a matadora (aka dana martins)
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3 comentários
No primeiro caso, a criança pode ter matado por qualquer outro motivo, mas acredito que o jogo foi um dos menores deles E SE foi influencia desse "game" violento, a culpa foi quase que inteiramente e exclusivamente dos pais, pois como esse jogo chegou ás mãos desse jovem q não possuía maturidade suficiente?
ResponderExcluirO que estou dizendo é que: o que os pais deveriam ter feito era conversar, dialogar, entender o problema do filho.
Bem, é isso que eu penso...
Otávio Braga | www.bookolicos.com
Isso porque o menino ter matado é só uma das hipóteses. E sério, se algum desconhecido ENCOSTASSE no meu filho, eu tinha dado O. MAIOR. ESCÂNDALO com direito a gritos. A mãe do menino foi discreta até. E UOL. Nem considero. É a mesma coisa que falar que a reportagem saiu na Veja.
ResponderExcluirVejo notícias assim e dá vontade de me demitir da humanidade.
Eu li a reportagem do menino que matou os pais e eu não acredito que ele poderia fazer isso, pode até ter feito, mas se eu estivesse em um juri e sabendo o que sei até agora pra mim ele seria inocente.
ResponderExcluirSobre o garoto é dificil dizer algo, mas acredito que tenha sido um fato isolado no sentido de que se o cara tava bêbado e quem tá bêbado tudo é motivo pra alguma coisa. Mas deixa bem claro a imposição de 'padrões'. Pra criança tudo é objeto nem sempre sabem o valor e o significado semântico de algo.
Sobre a loira nem sei se tem o que comentar kkkk mas por um lado deve ter feito mais sucesso com o erro se tivesse ganhado uhauaha