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Brasil
Longe das capitais: Como eu descobri que essa manifestação também é minha
20.6.13João Pedro Gomes
Nunca me envolvi efetivamente em política, protestos ou qualquer coisa do tipo. Votar aos 16? "Preguiça". Passeata sobre qualquer coisa na escola? "Que chato, deveria ter ficado em casa". Não tenham uma má impressão de mim: exercer a cidadania era algo que eu admirava, sim, porém de longe, apenas observando os outros se envolverem. Imaturidade, talvez. Mas esse modo de pensar mudou quando caiu uma bomba sobre mim (no sentido figurado, claro - hoje em dia tem que especificar...): a Revolta do Vinagre.
O primeiro contato que tive com ela foi no facebook. Um protesto qualquer sobre aumento da passagem de ônibus, longe da minha realidade, que acabou ficando de lado. Mas a coisa foi aumentando sem que eu nem percebesse, até que, em alguns dias, meu professor de geopolítica do cursinho disse algo assim:
"Vocês estão vendo o que está acontecendo lá em São Paulo? Isso é lindo, cara, queria muito estar lá com a galera".
Oi? Do que ele estava falando, do que todos sabiam e eu não? Me sentindo excluído da sociedade, fui procurar o que, de tão intrigante, estava acontecendo no meu país. BOOM. Foi aquele choque todo. Obrigado, professor, por me fazer enxergar tudo isso.
E só então a pessoa aqui fica chocada, lendo e assistindo tudo o que consegue pra ficar por dentro do assunto. De cara, depois de me inteirar um pouco sobre o assunto, fui totalmente envolvido pelo espírito da coisa. Eu nunca imaginei que esses protestos criariam um sentimento tão forte em mim. Pode parecer idiota para alguém lerdo como eu, mas, de repente, bateu um orgulho repentino, uma vontade louca de sair nas ruas e reivindicar nossos direitos, de levantar bandeiras, cartazes e denunciar os problemas que tentam esconder de nós, brasileiros.
Logo, algo que antes se encontrava tão distante da minha realidade começou a surgir em todo lugar. Até mesmo cidades menores aqui do interior, onde nem é preciso utilizar o transporte público para ir de um lugar a outro, aderiram ao manifesto (mais uma prova - se é que ainda é preciso - de que não é só pelos vinte centavos). Imaginem minha surpresa ao ver que o município onde estudo (Andradina - SP) fará uma manifestação pacífica nessa sexta-feira. Melhor ainda: a própria polícia militar permitiu que a ação ocorresse no centro comercial da cidade.
E não para por aí: Ilha Solteira, outra cidade paulista famosa pela sua usina hidrelétrica e qualidade do ensino universitário, também aderiu ao manifesto. Organizado por estudantes da faculdade local, o movimento, que será totalmente pacífico, ainda irá recolher mantimentos para ajudar ONGs da região.
Isso sem falar em protestos menores, não menos importantes, que ocorrem em muitas cidades brasileiras e reivindicam soluções para problemas tanto nacionais quanto locais. O Brasil está parando para ir às ruas e expressar sua opinião.
E o que fica disso tudo? Ao meu ver, uma prova de que somos fortes. Como já foi bastante dito aqui no blog, de que temos poder. Não sei como essa revolta terá fim ou que melhorias vai trazer para o nosso país. Só sei que o povo brasileiro não é mais o mesmo. Chega de aceitar tudo de cabeça baixa, já passou da hora de mudar essa realidade. Nosso Brasil clama por justiça.
- joão pedro gomes, jovem cidadão brasileiro
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