- Livro: "Adeus, Por Enquanto"
- Livro Único
- Autor: Laurie Frankel
- Editora: Paralela (selo da Companhia das Letras)
- Autor: Laurie Frankel
- Editora: Paralela (selo da Companhia das Letras)
- No skoob
Mini-crítica - Resumo:
Com uma história sobre amor, morte
e perdas, “Adeus, por enquanto” é uma leitura muito agradável, ótima para quem
está querendo ler um romance diferente e moderno.
O livro fala sobre Sam Elling, um homem que conhece Meredith Maxwell, sua “alma gêmea”, através de um programa que descobre os casais ideais que ele mesmo criou. Porém, o programa era perfeito demais, o que traria prejuízos para a empresa e levou à demissão do programador. Aproveitando o tempo livre e tentando ajudar a namorada, Sam desenvolve o RePose, um programa que cria projeções virtuais de entes queridos falecidos, permitindo um último adeus aos parentes. Porém, quando ele menos espera, surge a necessidade de usar o programa. Como seria se o amor continuasse além da vida?
Quer saber mais? Clique abaixo para conferir a resenha completa.
O livro fala sobre Sam Elling, um homem que conhece Meredith Maxwell, sua “alma gêmea”, através de um programa que descobre os casais ideais que ele mesmo criou. Porém, o programa era perfeito demais, o que traria prejuízos para a empresa e levou à demissão do programador. Aproveitando o tempo livre e tentando ajudar a namorada, Sam desenvolve o RePose, um programa que cria projeções virtuais de entes queridos falecidos, permitindo um último adeus aos parentes. Porém, quando ele menos espera, surge a necessidade de usar o programa. Como seria se o amor continuasse além da vida?
Um relacionamento amoroso que
chegou ao fim. Uma amizade que foi desfeita. Um parente querido que se mudou
para longe. Tudo isso dói muito, porque perdas são sempre difíceis,
independente do tipo. Mas a perda definitiva, quando alguém que você ama morre,
parece ser muito maior e não ter fim. Mesmo que saibamos que um dia isso
acontecerá com todos, é difícil aceitar quando alguém se vai.
A pior coisa seja, talvez, a
falta de um adeus, uma despedida concreta. É sempre tão de repente e a sensação
de que não se disse tudo é recorrente. Mas e se todo esse avanço da tecnologia
nos desse uma chance de dizer um adeus definitivo e permitisse que o amor
continuasse além da vida? Esse é o ponto que “Adeus, por enquanto” toca.
Capa americana do livro. Os aviões podem não dizer nada para quem não leu, mas tem muito significado. |
Sam Elling trabalha para um
site de relacionamentos online como programador e leva uma vida um tanto irônica: ele ganha dinheiro unindo casais (mesmo que por pouco tempo), mas não
consegue ele mesmo se unir a alguém. Quando Sam desenvolve um algoritmo
revolucionário que promete (e consegue) encontrar a pessoa ideal, as coisas
mudam. Ele conhece Meredith Maxwell, uma mulher que sempre esteve próxima, mas
com quem ele nunca teria nada se não fosse pelo seu programa. Mas, como nada é
completamente bom, Sam é demitido, porque um programa perfeito demais não pode
ser algo muito lucrativo para a empresa que trabalha.
Mesmo estando abalado pela
demissão, Sam estava muito feliz em seu relacionamento com Meredith. Porém,
isso se quebra com a notícia do falecimento da avó de Meredith, o que
entristece muito a garota. A fim de tirar a namorada do poço de tristeza, Sam
desenvolve um algoritmo que permite um adeus, seja por e-mail ou chamada de
vídeo.
O novo programa, que incialmente
deveria ser só para Meredith, se torna um produto muito conhecido e utilizado,
o RePose. Sam, Meredith e Dash, primo de Meredith, se dedicam ao sucesso do programa,
que ganha muito reconhecimento e ajuda muitas famílias que sofriam com a perda
de entes queridos. Porém, quando menos se espera, um deles precisa fazer uso do
programa. Será que o RePose realmente funciona e o amor além da vida existe?
Essa é a Laurie. Vou aproveitar esse espaço para dizer que é muito injusto ter gente que consegue escrever bem e fofinha ao mesmo tempo. |
“Adeus, por enquanto” me
interessou logo de cara por conta do tema, um amor após a morte que nada tem a
ver com qualquer doutrina religiosa ou com o sobrenatural. Além disso, a Laurie
Frankel é autora de “O Atlas do Amor”, que também parece ser interessante. Então,
não desperdicei a oportunidade de ler algo dela.
E, bem, fico muito feliz por não
ter desperdiçado a oportunidade. A escrita da Laurie não tem nada de extraordinário,
mas consegue prender o leitor – tanto que eu, que estou com um ritmo de leitura
muito lento, li razoavelmente rápido. A temática em si ajudou muito, porque obras
que envolvem morte sempre me atraem. Não que eu goste ou algo do tipo, é porque
eu tenho medo. Não da minha própria, porque quando isso acontecer eu não terei
como reclamar, mas a dos que estão ao meu redor. Eu ainda não lidei com algo
tão próximo de mim, e não sei como irei reagir quando isso acontecer. Um
programa para dizer adeus não seria uma má ideia.
O RePose é baseado em tudo o
que os entes queridos falecidos postavam no meio digital, seja nas redes
sociais, por e-mail, conversas de áudio ou vídeo, sms, etc. Isso me levou a
pensar sobre o conteúdo que eu deixo disponível por aí. Se eu morresse agora e
meus parentes usassem o programa, o que eles teriam? Tem algo o Sam diz sobre
isso que me chamou muito a atenção e se encaixa bem nisso:
“Não invento nada. As projeções dizem o que é real e verdadeiro. Mas isso é real e verdadeiro? Aquela pequena parte de nós que tornamos pública e confiamos ao código digital é realmente o que somos?”
Outro elemento positivo do
livro é que a autora não se ateve somente ao trio principal, Sam, Meredith e Dash,
ela foi além e mostrou muito da história dos que estavam em volta, como uma
senhora vizinha do casal, Penny, e os próprios clientes do RePose. Eu sempre
tenho interesse de saber um pouquinho de todos e a Laurie proporcionou isso. A
única reclamação nesse ponto é que eu senti falta de um desenvolvimento mais
elaborado para alguns dos personagens, mas não é algo que influencie na
história central.
Durante o momento em que o
RePose explode e fica muito conhecido, a autora não esquece de mencionar a
repercussão na mídia. Isso não altera diretamente em nada, mas é interessante
ver que isso não foi esquecido, principalmente a opinião de entidades
religiosas sobre um programa que “brinca com a imortalidade”.
Na quarta-capa do livro, tem
uma citação do Redbook’s Sizzling Summer Reading List que diz que “Adeus, por
enquanto” é uma boa opção para os que gostam de histórias de amor levemente melancólicas,
como “Um Dia”. Confesso que isso foi um dos elementos que me motivou durante a
leitura, mas terminei discordando da comparação. Pode ser que para outros leitores
não tenha sido assim, mas, para mim, livro tem muito mais destaque pelo RePose
do que pelo casal principal. É óbvio que o romance entre o Sam e a Meredith é
importante para a história, afinal, ele é o responsável por todo o eixo central
do livro, mas não consigo compara-los com Emma e Dexter. Não me entendam mal,
porque eu gostei muito de ambas as histórias, mas de formas diferentes. Diria
que “Adeus, por enquanto” é sobre um casal que cria um programa, enquanto “Um
Dia” é só sobre um casal.
Apesar de ter gostado muito,
não dou nota máxima para “Adeus, por enquanto”. Não tem nada grande que tenha
me incomodado, foi uma leitura muito agradável, só não teve nada que me marcou
definitivamente. Digamos que ele bateu na trave, e quase atingiu o ponto, mas
não conseguiu. Recomendo para todos os que procuram uma história de
amor-que-não-é-só-sobre-o-casal-principal moderna e que levante algumas
discussões sobre o que é real e o que é virtual.
Classificação:
(4/5 conversinhas)
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Paulo V. Santana
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