a guerra da arte
as vantagens de ser invisível
Coisinha engraçada chamada resistência
31.5.13Dana Martins
Outro dos últimos posts aleatórios em que eu falo sobre o que der vontade. Dessa vez é sobre uma coisinha chamada Resistência. Na verdade, cada um chama de uma forma e você vai encontrar em várias culturas ou pensamentos aleatórios algo parecido. Eu só me dei conta disso há pouco tempo, quando li o livro "The War of Art" (A Guerra da Arte - não confundir com A Arte da Guerra). Então aproveite isso como uma mini-resenha também. :D
Deixa eu explicar um pouco. "A Guerra da Arte" é um livro do Steven Pressfield sobre ser um escritor. Meio que mostra tudo o que ele precisou para realmente se tornar um escritor. E esse livro quem me indicou foi meu primo, que trabalha com música e também enfrenta a guerra da arte. E eu indico a leitura para todo mundo que está com algum projeto em andamento ou quer viver melhor.
Tive a oportunidade de ler em um momento importante: enquanto eu finalizava meu primeiro conto. E posso garantir que sem esse livro eu não teria terminado. O que o livro fez? Me deu conhecimento.
Um conhecimento prático.
Ele me mostrou que tudo são caraminholas na minha cabeça, Potter.
Eu meio que sempre vivi pela vontade. Ler livro? Vontade. Assistir tal filme? Vontade. Música do momento? Vontade. E eu escrevendo era totalmente ligado a vontade, a emoções e ao "momento." Eu achava que se não fosse a hora certa eu simplesmente não conseguiria fazer.
Então o livro me mostrou uma coisa: objetivo. Quando você sabe o que quer e se compromete a fazer aquilo, independente do que for, todos os problemas acabam. De verdade. Todo momento vira o momento.
É claro que os problemas não acabam em um piscar de olhos. Você tem que se forçar, ignorar a "vontade" e continuar batendo a cabeça na parede até que quando se der conta você está fazendo tudo e está até escrevendo um post sobre isso.
Tipo agora.
Hoje foi um dia peculiar em que eu precisava terminar um texto que eu vinha preparando há semanas com horas de trabalho intenso e estudo para poder conhecer o que eu estava falando e poder escrever. Hoje eu fiquei com dor de cabeça, olhava para a quantidade de texto que eu juntei e não sabia nem por onde começar.
E então tem o texto para refinar, links para criar, inscrição para fazer, diagramação e design para alinhar. Bate sono, gente aparece para conversar, você não consegue nem falar mais direito para pedir ajuda e por aí vai.
Depois disso você se lembra do horário (durmo agora ou depois?), lembra que você ficou de fazer um outro texto e que talvez fosse melhor ter lido tal trecho em outro livro.
No final das contas você tá duvidando se deveria fazer ou não. Lembra do trabalho imenso que isso significa, todo o comprometimento, toda a vulnerabilidade. E então fazer não parece mais uma boa ideia.
Isso se chegar aqui, porque é capaz de você ter se desviado com outro pensamento horas atrás. E fica lá longe até ser tarde demais e você se dizer: "é, não deu, que pena..." e colocar a culpa em algo aleatório.
Tipo ficar escrevendo um texto sobre isso enquanto você poderia estar dormindo para acordar bem e finalizar de uma vez.
Mas a questão é que eu fiz tudo o que eu tinha que fazer. E amanhã, com sono ou não, vou terminar a segunda parte.
Tudo isso porque eu venci uma coisinha engraçada chamada resistência.
Que é você mesmo se desviando do que quer fazer. Fugindo pelo que é mais fácil com um milhão de desculpas (bem racionais - principalmente bem racionais) para não viver a vida que você quer. Porque o pensamento de que talvez você consiga, pode ser muito forte pra você.
"We accept the love we think we deserve"
Até que, retornando ao livro, ele me mostrou como autores e muitas outras pessoas ignoraram a resistência e fizeram mesmo assim o que queriam.
E na época, eu me forcei a editar um texto que parecia não ter saída e quando eu vi cheguei muito mais longe do que eu imaginava. Hoje eu fiz a mesma coisa e funcionou. Essa semana eu fiz algo maior ainda que também funcionou.
Às vezes a gente fica meio perdido e é legal ter um ponto de referência que garante que funciona. E funciona mesmo.
Toda essa discussão aqui começou porque eu não poderia explicar para um amigo que, talvez, ele esteja deixando a resistência ferrar tudo sem ele saber o que é essa coisinha idiota chamada resistência.
Com o nome resistência pode parecer algo sobrenatural, ou sei lá o que. Mas na verdade é tudo o que te atrapalhar (tipo não ter um pé na hora de correr, é um bom motivo para não correr. não significa que você não possa correr). A diferença é que quando você dá um nome fica mais fácil reconhecer e passar por cima.
decidi escrever e postar de qualquer jeito, porque eu posso :D
-dana martins
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4 comentários
OBRIGADA DANA POIS VOCÊ DEFINIU O MAL QUE ME ASSOLA DESDE SEMPRE.
ResponderExcluirO problema é passar por cima da resistência. Porque a bicha é forte e no final das contas é muito mais cômodo ficar deitada em posição fetal num quarto escuro q
HUAHUAH de nada, Isabelle! É difícil, mas quando você decidi fazer as coisas independente de tudo (tudo!) acaba funcionando. Tem funcionado para mim e para todas essas pessoas HUAHUAH
ExcluirEu vi seu comentário mais cedo e voltei aqui agora, porque comecei a assistir um vídeo sobre produção musical (wtf, eu sei) e aí o cara falou a mesma coisa! Acho que é coincidência demais para ignorar
E indico a leitura do livro, foi bem legal.
DANA! Que texto! Que lindo! Que tapa na cara! Que... Dana você é incrível! Haha. Eu precisava ler isso. E eu vou precisar ler outras vezes então... *favoritando*. Obrigada! :')
ResponderExcluirTenho lido sobre esse livro é todo mundo fala muito bem dele. Sou vestibulanda de medicina e muitas vezes desanimo e bate aquele sentimento de fracasso e acabo procrastinando muuuuuito. Medicina é o que mais quero nessa vida, meu sonho desde que me entendo por gente,gostaria de saber se mesmo o autor se referindo à escritores,o livro ajudaria em alguma parte,para me tirar do comodismo, o que você acha? Poderia me dar uma opinião antes de eu realmente compra-lo?
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