a verdade por trás dos contos de fadas
Ana Luíza Albacete
A Verdade por trás de Cinderela
24.5.13UnknownNão é novidade para ninguém que os contos de fadas que vemos por aí são muito mais leves do que os originais. Enquanto as histórias pelos olhos da Disney são felizes e românticas, os mais antigos costumam ser bem mais pesados. Os Irmãos Grimm, por exemplo, alemães responsáveis pelo registro de boa parte dos contos mais conhecidos (naquela época, eles eram passados oralmente) têm algumas histórias com detalhes “não muito agradáveis”. Com o passar dos anos, novas versões foram surgindo e modificações foram aparecendo. Hoje vamos falar sobre a Cinderela – o que de tão horrível haverá por trás de uma história tão bonitinha?
A origem: uma história bem diferente da versão da Disney
Quando eu ouvi a história da Cinderela pela primeira vez, confesso ter ficado um pouco chocada por conta das "maldades" que as irmãs e a madrasta dela faziam, e eu pensava "como alguém pode fazer isso com ela?". Mas, como sempre, no final vinha o lindo "eles se casaram e viveram felizes para sempre"
Eu sempre me identifiquei com a Cinderela porque eu sou a caçula da família, logo sempre pediam para eu fazer as coisas. E eu fazia, mas sempre cantando "Cinderela, Cinderela, noite e dia, Cinderela". Enfim.
Com a idéia de fazer os posts de "o que o conto é realmente", acabei ficando mais apavorada. Até porque eu descobri lendo esse conto que os irmãos Grimm são quase um Tarantino dos contos de fadas. Vamos ver o porquê.
A história, até certo ponto, é igual a que já conhecemos. O que muda são alguns detalhes, que deixam tudo mais sangrento e menos mágico do que a Disney ensina às garotinhas que querem ser princesas algum dia.
Tudo começa com a morte da mãe de Cinderela, fazendo seu pai, em busca de uma substituta, se casar novamente. Porém a escolhida é uma mulher terrível (outra madrasta ruim, lembram de algo?) que, pra piorar, tem duas filhas tão insuportáveis quanto. O pai de Cinderela morre de desgosto e não demora para que a pobre menina vire a escrava da casa, tendo que vestir trapos e morar ao lado do fogão.
Tudo vai mal, até que chega o convite para o baile – não um baile qualquer, e sim uma festança que duraria três dias – para que o príncipe escolha sua noiva, futura princesa do reino. As irmãs e a madrasta vão, sendo que Cinderela não consegue permissão delas para ir junto. E essa parte você já conhece: ela vai chorar no cantinho até aparecer a fada madrinha e salvar o dia, certo? Não, errado.
A verdade é que nossa pobre jovem, ao se ver sozinha em casa, vai correndo pra árvore ao lado do túmulo de sua mãe – que ela mesma plantou, com um galho qualquer, e regou com suas lágrimas (sente a emoção) - e pede ajuda pra ela (sim, pede ajuda pra uma árvore!). Um passarinho, todo caridoso, aparece com um vestido magnífico de ouro e prata. O que nos leva a pensar: será que ele criou magicamente o vestido, assim com a fada madrinha? Acho que não. Há boatos de que ele roubou de outra donzela e –
Enfim, o que importa é que Cinderela consegue ir ao baile – a pé mesmo, porque o passarinho já deu o vestido e o sapato e não consegue fazer milagre. Todos os dias a moça foge do príncipe, volta cedo pra casa e esconde o vestido na árvore pra não ser pega. Porém, na terceira noite, quando a jovem tenta fugir uma vez mais, as coisas não saem como o planejado. O príncipe, nada bobo, manda passarem piche na escadaria e o sapatinho – que, pasmem, era de ouro, e não de cristal (convenhamos que ouro é mais chique, né) – fica grudado. O jeito foi correr pra casa descalça de um pé, toda esculachada.
As coisas seguem seu rumo e o lacaio do príncipe vai atrás da misteriosa donzela da festa com apenas um sapatinho em mãos. Chegando no casarão da madrasta, começa a mutilação: pro sapatinho caber no pé, a mãe dá uma faca pra filha e manda ela cortar o dedão. Simples assim.
A moça engole o choro e vai ver o príncipe, que aguardava por sua princesa do lado de fora. Eles vão em direção ao castelo quando, no caminho, passam pela árvore de Cinderela. Duas pombinhas amigas (próxima dos animais, essa garota, não?) denunciam a impostora com um belo versinho:
"Olhe para trás, olhe para trás,
há sangue no sapato,
o sapato é pequeno demais,
sua noiva lhe espera muito atrás."
O príncipe volta pra mansão e leva no lugar a outra irmã, que arranca um pedaço do calcanhar pro sapatinho servir. As pombinhas mostram a verdade ao príncipe novamente, que, na terceira tentativa, ao testar o calçado no pé da empregada, encontra seu “amor verdadeiro”.
Assim, tudo termina bem – ao menos para Cinderela. Durante a festa de casamento, quando as duas irmãs aparecem tentando fazer as pazes e se aproveitarem da fortuna da princesa, as pombinhas justiceiras entram em ação novamente e furam os olhos das duas, que vivem como mendigas cegas pelo resto de suas vidas. Que final feliz, crianças! Ou não? Bom, fica a seu critério decidir.
O que me assusta nesse conto é que ele é meio romântico e bem parecido com a versão da Disney (tirando todo o sangue). Mas, mesmo assim, fiquei um pouco apavorada por saber até que ponto a maldade e a vontade de alguém tirar vantagem de uma pessoa pode chegar.
Uma coisa que também chamou muito a minha atenção: o nome original do conto não é "Cinderela", e sim "A Gata Borralheira". Essa denominação vem de Cucendron – termo que utilizavam para chamar a moça, que, em tradução livre do francês, significa “pôr a bunda no borralho, nas cinzas”, um sinal de humilhação e dor na antiguidade. Mas o título não interfere em muita coisa e a essência da história é a mesma.
Outra coisa interessante é que algumas versões do conto falam que o pai de Cinderela chega a querer casar com ela, já que ela parecia muito com sua antiga esposa, por quem era muito apaixonado. Olha só o incesto...
Eu sempre me identifiquei com a Cinderela porque eu sou a caçula da família, logo sempre pediam para eu fazer as coisas. E eu fazia, mas sempre cantando "Cinderela, Cinderela, noite e dia, Cinderela". Enfim.
Com a idéia de fazer os posts de "o que o conto é realmente", acabei ficando mais apavorada. Até porque eu descobri lendo esse conto que os irmãos Grimm são quase um Tarantino dos contos de fadas. Vamos ver o porquê.
A história, até certo ponto, é igual a que já conhecemos. O que muda são alguns detalhes, que deixam tudo mais sangrento e menos mágico do que a Disney ensina às garotinhas que querem ser princesas algum dia.
Tudo começa com a morte da mãe de Cinderela, fazendo seu pai, em busca de uma substituta, se casar novamente. Porém a escolhida é uma mulher terrível (outra madrasta ruim, lembram de algo?) que, pra piorar, tem duas filhas tão insuportáveis quanto. O pai de Cinderela morre de desgosto e não demora para que a pobre menina vire a escrava da casa, tendo que vestir trapos e morar ao lado do fogão.
Tudo vai mal, até que chega o convite para o baile – não um baile qualquer, e sim uma festança que duraria três dias – para que o príncipe escolha sua noiva, futura princesa do reino. As irmãs e a madrasta vão, sendo que Cinderela não consegue permissão delas para ir junto. E essa parte você já conhece: ela vai chorar no cantinho até aparecer a fada madrinha e salvar o dia, certo? Não, errado.
A verdade é que nossa pobre jovem, ao se ver sozinha em casa, vai correndo pra árvore ao lado do túmulo de sua mãe – que ela mesma plantou, com um galho qualquer, e regou com suas lágrimas (sente a emoção) - e pede ajuda pra ela (sim, pede ajuda pra uma árvore!). Um passarinho, todo caridoso, aparece com um vestido magnífico de ouro e prata. O que nos leva a pensar: será que ele criou magicamente o vestido, assim com a fada madrinha? Acho que não. Há boatos de que ele roubou de outra donzela e –
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Seu sapatinho de cristal é tão lindo. Seria uma pena se ele... |
A moça engole o choro e vai ver o príncipe, que aguardava por sua princesa do lado de fora. Eles vão em direção ao castelo quando, no caminho, passam pela árvore de Cinderela. Duas pombinhas amigas (próxima dos animais, essa garota, não?) denunciam a impostora com um belo versinho:
"Olhe para trás, olhe para trás,
há sangue no sapato,
o sapato é pequeno demais,
sua noiva lhe espera muito atrás."
O príncipe volta pra mansão e leva no lugar a outra irmã, que arranca um pedaço do calcanhar pro sapatinho servir. As pombinhas mostram a verdade ao príncipe novamente, que, na terceira tentativa, ao testar o calçado no pé da empregada, encontra seu “amor verdadeiro”.
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O que me assusta nesse conto é que ele é meio romântico e bem parecido com a versão da Disney (tirando todo o sangue). Mas, mesmo assim, fiquei um pouco apavorada por saber até que ponto a maldade e a vontade de alguém tirar vantagem de uma pessoa pode chegar.
Uma coisa que também chamou muito a minha atenção: o nome original do conto não é "Cinderela", e sim "A Gata Borralheira". Essa denominação vem de Cucendron – termo que utilizavam para chamar a moça, que, em tradução livre do francês, significa “pôr a bunda no borralho, nas cinzas”, um sinal de humilhação e dor na antiguidade. Mas o título não interfere em muita coisa e a essência da história é a mesma.
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Cinderela hoje em dia:
O conto da Cinderela ainda não teve nenhuma adaptação hollywoodiana moderna que se prendesse muito à história original. Os poucos filmes que abordam a história só usam a essência do conto: Madrasta que obriga a menina a trabalhar pra ela, duas irmãs chatas e um “príncipe”.
O exemplo mais famoso é “A Nova Cinderela”, filme onde a Hilary Duff interpreta uma garçonete que trabalha feito escrava na lanchonete da madrasta (sério?). Ao invés da Cinderela perder seu sapato de cristal, esquece seu celular no baile de máscaras da escola. Além disso, o sonho de consumo da protagonista não é um príncipe, e sim o famoso gatinho do ensino médio que trabalha no posto de gasolina do pai. Bem moderno, não?
Depois desse vieram mais dois que inserem a história em um universo musical. “Outro Conto da Nova Cinderela”, com a Selena Gomez, que é outra empregada injustiçada que se apaixona por um astro da música teen, e o mais recente: “A Nova Cinderela: Era Uma Vez Uma Canção”, com a Lucy Hale (a Aria de Pretty Little Liars). Dá pra perceber que criatividade nos títulos dos filmes não é bem o forte dessa galera, né?
Tem também aquela adaptação antiga que já virou clássica da sessão da tarde, interpretada pela linda da Drew Barrymore, que tem o melhor título de todos: “Para Sempre Cinderela” (esse título me emociona, ele fez parte da minha infância. Produção, traz um lencinho?). Essa versão é a mais real de todas, pois mostra uma história totalmente possível de ter acontecido num passado medieval.
"Just Breathe" <3
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Teremos um remake da Walt Disney Pictures, com previsão de lançamento para 2014. A trama terá Lily James no papel principal, além de Cate Blanchett no papel da madrasta má. É esperar pra ver o que vai sair... Particularmente, estou torcendo muito pra dar certo. Uma história tão atemporal, que tem lições que funcionam ainda os dias de hoje, merece ter atenção renovada. Até que é legal, mas... já deu das versões adolescentes, né?
--- - - - - - - - - - - -
Por hoje é só, pessoal! Semana que vem nós voltamos com outra personagem dos contos de fadas, mas, enquanto isso, experimente ir atrás das versões mais antiga de Cinderela, veja o filme da Disney e também as versões mais atuais. Essa experiência de comparar as diversas leituras de histórias com uma mesma essência é muito divertida.
- ana luíza albacete, brenda cordeiro e joão pedro gomes
- ana luíza albacete, brenda cordeiro e joão pedro gomes
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João Pedro Gomes
41 comentários
O conto da Cinderella sempre foi um dos meus favoritos, e foi delicioso descobrir a origem do mesmo neste post!
ResponderExcluirBeijo,
Vinícius - Livros e Rabiscos
Posso pedir um favor? Coloquem fontes
ResponderExcluirNaquele filme,caminhos da floresta a historia da cinderella é retratada semelhante a historia dos irmãos Grimm,eu achei que ficou muito bom.Entre as versões as que mais gosto são :Para Sempre Cinderela e caminhos da floresta.
ResponderExcluirCinderela sempre foi meu clássico preferido... Adoro a Disney então o clássico de 1950 foi o melhor pra mim...afinal quando falamos de cinderela só lembramos da linda loura de olhos azuis e vestido azul rsrs
ResponderExcluirA segunda melhor versão pra mim é o pra sempre cinderela...realmente vc tem razão parece até que aconteceu mesmo! E a atriz foi não só linda como excelente...
O de 2015 tbm foi ótimo mais não supera para sempre cinderela e nem o da Disney...
Então e esses modernos adolescentes... São chatinhos...
A versão da Disney é baseada no conto de Perrault, escrito em apoio a sua sobrinha feminista (não lembro o nome dela, mas pesquisei no google e achei esse: Marie-Jeanne L'Héritier de Villandon). É a minha versão preferida por causa da Disney, mas adoooro o final da versão dos Grimm.Tem também um conto italiano com um enredo similar, mas não me recordo o título.
ResponderExcluirAmo Para Sempre Cinderela. <3
O filme Caminhos da Floresta baseia sua Cinderela na versão dos Grimm.
Ps. Já leu Branca de Neve dos Grimm? Adoro o final dessa versão também.
A versão de Charles Perrault, mais antiga do que a dos Irmãos Grimmm é a utiizada pela Disney e por muitos considerada a original.
ResponderExcluirMuito grande, preciso de um resumo, mas só q com a versão nova burrooos
ResponderExcluirMuito grande, preciso de um resumo, mas só q com a versão nova burrooos
ResponderExcluirOlá Ana
ResponderExcluirGostei muito do seu post, apesar de já conhecer esse conto, pois sou apaixonada por contos de fadas, só tenho um pequeno detalhe a acrescentar, com relação à sua citação sobre uma das versões da Ciderella ser a respeito de 'incesto', na verdade é um outro conto de Charles Perrault, chamado "Pele de Asno"
Adorei seu texto e o modo que escreve, Parabéns! Gostaria de perguntar se você assistiu a Cinderela II Os sonhos se realizam? Pois não achei que teve conexão com Cinderela III Uma volta no tempo. Pois no 2 a Anastácia se apaixona pelo padeiro e no 3 ela "toma" o principe da Cinderela.
ResponderExcluirTambém não achei a conexão entre o 2 e 3 de Cinderela , mas gostei da história ❤
Excluirem 2015 a Disney produziu um Filme com a Lily James no papel de Cinderella.
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