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[Resenha Misturada] Este Lado do Paraíso, de F. Scott Fitzgerald
14.4.13ConversaCult
por Dana Martins, João Pedro e Elilyan Andrade
- Livro Único
- Autor: F. Scott Fitzgerald
- Editora: Cosac Naify
- Autor: F. Scott Fitzgerald
- Editora: Cosac Naify
- Comprar: Estante Virtual
Mini-crítica - Resumo:
"Este lado do Paraíso" é o primeiro livro do prestigiado autor americano F. Scott Fitzgerald. De cunho autobiográfico, o livro se passa na década de 1920 e conta a história de Amory Blaine, personagem que é odiado por muitos, mas que muda e melhora ao longo do romance. Esse é um livro que dividiu opiniões desde o início do mês de fevereiro, quando foi tema de discussão do Charlie's Booklist.
Dessa vez, Dana, João e Elilyan vem contar o que acharam desse livro tão polêmico. Já adianto que tem opiniões muito positivas e outras mais negativas, mas você só vai saber mais lendo a resenha completa.
Dessa vez, Dana, João e Elilyan vem contar o que acharam desse livro tão polêmico. Já adianto que tem opiniões muito positivas e outras mais negativas, mas você só vai saber mais lendo a resenha completa.
Sinopse: Primeiro romance de Fitzgerald, “Este lado do paraíso” retrata uma época - a década de 1920 nos Estados Unidos, de prosperidade e modernização - e também um momento de transição na cultura americana: a passagem do ascetismo religioso focado no trabalho para um momento em que se torna possível gozar sem culpa os bens materiais por ele gerados.
Amory Blaine, o protagonista do livro, é um jovem com aspirações literárias e obcecado por prestígio social que se inscreve na Universidade de Princeton às vésperas da Primeira Guerra Mundial e passa o tempo entre festas, namoros e clubes. Não tem compromisso com qualquer esteio de ordem moral e promove a celebração de um egoísmo aristocrático que, ao menos até 1929, encontrou nos EUA terreno fértil para se desenvolver. Com uma narrativa vibrante, um tom fortemente autobiográfico e sua ironia típica, o autor nos revela a imaturidade e a insensatez dos jovens deslumbrados pelo progresso. Fontes: [x] e [x]
Esse é um livro que vem dividindo opiniões desde que começou a ser comentado no grupo do Charlie's Booklist. Tiveram algumas pessoas que não gostaram muito do livro logo de cara ou que não gostaram em nenhum momento, contrastando com o grande sucesso que "O Sol É Para Todos" havia feito no mês anterior. E ainda havia aqueles que, como eu, estavam gostando, mas a leitura nunca fluía normalmente.
Porém, opiniões positivas quanto ao livro também aparecem. Hoje, temos o ponto de vista de três membros da equipe do blog, Dana Martins, João Pedro F. Gomes e Elilyan Andrade. Eu, Paulo, fico como "mediador", já que nem terminar o livro eu consegui.
Porém, opiniões positivas quanto ao livro também aparecem. Hoje, temos o ponto de vista de três membros da equipe do blog, Dana Martins, João Pedro F. Gomes e Elilyan Andrade. Eu, Paulo, fico como "mediador", já que nem terminar o livro eu consegui.
A Dana começa dizendo que ela nunca leria o livro se não fosse pelo Charlie's Booklist, por conta daquela ideia de clássico que todos (ou pelo menos a maioria) tem: "uma história não muito atraente e uma narrativa de outra época". Ela ainda diz que não foram poucos os avisos de que não seria a melhor leitura do mundo, mas que ela achou tudo completamente o contrário.
Enquanto a história não teve nenhum atrativo no início, o estilo de escrita de F. Scott Fitzgerald chamou atenção desde o início. "O livro é muito bem escrito e
ele sabe encadear as palavras, ou pelo menos a tradução foi muito bem feita. Eu
estava gostando de ler só por ler."
A história não se passa em uma época específica, ela conta a vida do protagonista
e para apenas em passagens importantes para a construção do personagem, o que ela achou interessante, mas que para alguns pode fazer a história ficar lendo. "Você conhece Amory, a mãe dele, a situação da família dele, os
primeiros anos de vida, como ele virou um esnobezinho, como foi quando ele
entrou para a escola e o que ele fez para se relacionar com os amigos. Vemos o
primeiro beijo dele e a reação. Descobrimos todos os momentos necessários para
ver como o Amory é desagradável."
Por mais que ela tenha ficado encantada com o romance, ela sabe que ele não é para qualquer um, até porque não é típico livro de entretenimento. "É um livro para uma base literária - tanto para leitores quanto escritores. A forma como ele é escrito é inovadora - o autor conta partes da história também como poemas, cartas e até escreve como peça de teatro, a melhor forma para cada situação. O estilo de escrita dele também é único. A história é o retrato de uma época e ao mesmo tempo traz críticas à sociedade que são válidas até hoje em dia."
"O que me prendeu na história
foi: 1) A forma, como o autor continuaria desenvolvendo aquilo? 2) Amory, por
mais que ele fosse chato, tinha algum objetivo naquilo tudo, então eu queria
saber no que ia dar (e ver ele se ferrar).
Acho que dá pra dividir o
livro em duas partes. A primeira, que o tempo passa mais rápido e é o 'estabelecimento do personagem'. Nessa a leitura é mais devagar, eu
não conseguia ler por muito tempo. Ainda assim, ficava com a história na
cabeça. A segunda é a 'transformação do personagem', que coloca tudo
o que foi construído em jogo e foca mais em momentos (o personagem na
faculdade, a vida depois da faculdade, o amor da vida dele... aliás, o Amory
vai ficando bem melhor).
Uma das coisas que eu mais gostei
é ver o personagem falando de heróis e grandes pessoas da História, ele fala
com uma sensação de que já não existem mais pessoas assim, só no passado. O que
é bem comum hoje em dia, né? 'Antigamente não era assim...' Eu sempre
quis ver se essa sensação existia antigamente.
Não foi uma leitura fácil, mas
eu gostei de ter lido. É uma história rica que quanto mais você cavar mais
coisa boa vai encontrar. Eu já tinha gostado, depois da discussão descobri
vários aspectos que eu nem tinha me dado conta (como aquilo do diabo - quem leu
vai saber do que eu to falando). Aposto que o livro ainda pode me oferecer
muito mais."
Como já deu para perceber, a opinião da Dana foi muito positiva e ela dá 5 conversinhas tanto por conta da qualidade quanto pelo gosto pessoal, mas ela avisa: "essa nota pode descer bastante dependendo da pessoa."
Nota: 5/5 conversinhas
A opinião do João vai para um lado diferente e ele já começa dizendo: "Essa é a parte em que eu sou sincero e todos começam a me odiar: eu não gostei de 'Este lado do Paraíso'." Para ele, o livro é enrolado, o que não deixou que a leitura fluísse e o fez pensar em largar o livro várias vezes, mesmo que ele não seja desses que desiste fácil.
O porquê dessa opinião negativa foi a construção do livro, que é "muito diferenciada, mas esse é um 'diferente ruim'". A trama até tinha potencial, mas o jeito que o Fitzgerald colocou as coisas foi sem graça e não conseguiu prender o João.
Já a opinião quanto aos personagens é meio dividida. Por um lado, foi a construção do protagonista que fez com que o João terminasse o livro, o Amory é um dos personagens mais profundos e bem elaborados que já viu. Contudo, "o foco no personagem principal foi tão grande que os personagens secundários e outras coisas importantes, como os cenários por onde ele passava, acabaram ficando de lado".
"Há também algumas críticas sociais bem interessantes e o jeito que o autor escreve também é ótimo. Pena que ele não soube organizar os fatos pra deixar a obra mais cativante.", conclui.
No fim, o livro não agradou tanto o João, mas ele tem esperanças, já que esse é só o primeiro livro dele. O livro de março do Charlie's também foi do Fitzgerald, será que "O Grande Gatsby" foi outra decepção ou cumpriu as expectativas?
Nota: 3/5 conversinhas
>>>Elilyan
Assim como aconteceu com a Dana e o João, esse foi o primeiro contato da Elilyan com o texto de F. Scott Fitzgerald. O que poderia ter sido uma ótima primeira vez, houve certa dificuldade na leitura de "Este Lado do Paraíso". Mas ela deixa claro: "não porque o livro seja ruim, mas sim por causa da sua narrativa arrastada e da falta de identificação com qualquer personagem".
O problema principal foi o protagonista, que, mesmo tendo um nome cool, é "um chato superficial e isso dificulta a simpatia, o que consequentemente leva um desapego com a leitura. Muitas vezes me peguei olhando a paisagem através da janela do ônibus do que lendo o livro."
"Se a superficialidade de Amory não gera identificação no início, ao longo das páginas a coisa deslancha: assim como Draco Malfoy (por algum motivo acho Amory e Draco parecidos) o garoto cresce e se torna um homem interessante. Cheio de problemas e neuroses, mas interessante. Da superficialidade e preguiça surge um homem de pensamento aguçado e complexo."
Na segunda parte do livro, a Elilyan viu Amory Blaine brilhando verdadeiramente. A guerra, o amor, o trabalho e a má sorte foram elementos que mudaram o personagem e, consequentemente, levaram a uma leitura mais agradável. Ela ainda completa: "Como não se identificar com sua dor de cotovelo ao ser abandonado pela mulher que ama? Como não concordar com seu pensamento sobre a classe média, universidade e tantos outros assuntos?"
Para terminar, Elilyan disse que a evolução do Amory e da leitura de “Este Lado do Paraíso”, renovaram sua fé na obra de F. Scott Fitzgerald e lhe deu gás para a leitura de “O grande Gatsby”.
Nota: 2,5/5 conversinhas
O livro teve uma opinião muito
positiva e outras duas não tão boas, o que pode deixar na dúvida na hora de
pensar em quem devemos confiar. Particularmente, a minha opinião* é muito
próxima do que o João e a Elilyan disseram, mas eu tenho esperanças de chegar
na nota máxima que a Dana deu. Como eu já disse, eu não terminei o livro ainda
(e não sei se vou terminar em um futuro muito próximo), mas eu gostei do que li
em certos momentos, meu problema maior é que ele é um tanto cansativo.
*Paulo aqui, só para lembrar
Acho que posso deixar aqui algo que a Dana disse no comentário original
dela e que pode ser um guia melhor para você saber se deve ou não ler o livro: "Indico
não para quem quer se divertir, mas para quem quer algo além. Também não acho
bom para leitores mais novos, diria que é para estudantes da faculdade para
cima. Primeiro, porque é mais fácil se conectar (o livro passa um bom tempo na
faculdade). E, depois, porque eu acho importante o modo como você decide
encarar um livro e um jovem leitor pode desanimar totalmente. De qualquer
forma, depois/durante/antes procure saber mais sobre o livro."
Sobre a nota: Enquanto a Dana deu a nota máxima, a Elilyan e o João não gostaram o suficiente para fazer o mesmo. Tirando uma média das notas, temos 3,5, permitindo-nos classificar "Este Lado do Paraíso" como um livro mediano.
Classificação final:
(3,5/5 conversinhas)
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3 comentários
Há poucos dias terminei a leitura de O Grande Gatsby, do Fitzgerald, e adorei a escrita do autor. Gostei de ver Este Lado do Paraíso por aqui e tenho bastante vontade de ler o livro, ainda mais depois de ver que ele gerou opiniões bem divergentes, o que me deixou ainda mais curiosa. Gostei muito do post!
ResponderExcluirBj, Livro Lab
Gostei do livro, muito bom. A personagem mexe com nosso imaginário, meio mulher-maravilha, meio mulher-gato, meio mulher "confiável"... Mas não creio que vire novela, filme, ou teatro (Ficaria péssimo). É só minha opinião. Bjo. Lindowisky
ResponderExcluirinteressante a sacada do ascetismo protestante
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