Após quase 3 anos de muita espera, o Paramore lança seu quarto álbum de estúdio, o primeiro desde a saída dos Farro em 2010. Desde então a banda fez várias turnês (inclusive uma passou pelo Brasil), lançou o Singles Club e passou boa parte dos últimos dois anos em processo de composição e gravação do novo trabalho. O maior medo com certeza era: será que perdemos de vez o Paramore? O novo álbum, que carrega o próprio nome da banda no título, "Paramore", veio para responder.
Se quando lançaram "Now" a resposta não foi clara, o resto do álbum veio para não deixar dúvidas. Todo o tempo de espera valeu a pena. Se por algum motivo aleatório você não gosta de música, ou não acredita nisso, ou quer se agarrar aos farrapos de um passado sem se dar conta do futuro. Well... go get your shovel.
Reação de quem escuta o novo álbum |
"Paramore" é um dos melhores cds que a banda já fez e, com certeza, o em que ela mais ousou. Ao ouvir o novo cd fica clara a mudança que houve na sonoridade da banda, mas isso é algo que realmente já era de se esperar. Hayley, Taylor e Jeremy tiveram que amadurecer e aprender a lidar com toda uma nova dinâmica dentro da banda. E dessa nova dinâmica é que surgiu a liberdade para a experimentação de novos instrumentos, ritmos e caminhos de composição.
Paramore veio com uma nova fase e isso fica bem claro na escolha para o nome do álbum e da arte da capa. Fazer um álbum homônimo em que a capa é toda preta, sem detalhes, com uma foto dos três integrantes é uma forma de reapresentar a banda, quase como se eles dissessem: "é isso que nós somos, gostem ou não."
Ainda assim, é aquele mesmo Paramore do início. É como um upgrade na armadura do Homem de Ferro, no final ainda é o Tony Stark lá dentro. - Dana
E eu tenho que dizer que gosto e gosto muito do que eles são agora. As músicas se tornaram mais dançantes, alegres e divertidas, até mesmo quando estão falando do passado e das dificuldades. A principal diferença é o ponto de vista das letras em relação aos problemas: a forma de contar tudo isso se tornou mais positiva e menos rancorosa, provando que o que passou já foi superado.
Mas é preciso deixar claro que não é porque a sonoridade é mais alegre que o Paramore deixou de ser uma banda de rock ou o som se transformou num "happy rock" estilo Restart. Rock não é só guitarra pesada e headbanging. Nem Elvis Presley, considerado o rei do rock, tinha isso como sua característica principal. Rock é, antes de tudo, se divertir e "botar pra quebrar" [tia velha mode on].
O que dizer sobre bandas como The Smashing Pumpkins e The Cure então? Elas são menos rock por usarem sintetizadores, teclados e menos distorção nas guitarras? O grande problema é que querem tornar o rock 'n' roll uma coisa monolítica (trocadilho, desculpe), esquecem que o gênero tem um milhão de variantes e que mais um milhão delas surgem a cada novo momento na história da música.
“Paramore” é um álbum muito bem trabalhado, com letras e melodias muito bem pensadas e que conseguiu superar todas as expectativas dos que tanto aguardaram por ele. Aliás, até quem não é fã da banda deve, e merece, dar uma chance ao novo trabalho. Definitivamente é um dos melhores e mais dinâmicos CDs que foram lançados nos últimos meses.
O mais lindo de tudo é perceber que o futuro melhor que eles tanto esperavam, que foi tema de grande parte das músicas desse álbum composto durante dois anos e tanto, é exatamente o que eles vivem agora. As dificuldades e o drama ficaram para trás, a banda voltou com um dos melhores (se não o melhor) álbuns que já fez e, nesse momento, é #1 no iTunes de mais de 16 países. Paramore está de volta, melhor e mais forte que nunca.
>>>(Paulo dando pitaco, porque eu posso -n): “Isso não combina com o Paramore” foi o que eu mais li por aí desde que “Now” e “Still Into You” (os dois primeiros singles) saíram e continuei lendo quando o álbum foi, enfim, lançado. Desde então, eu me pergunto: se o que temos agora não combina com o Paramore, o que combina? Uma música de uma outra banda que é mais parecida com o estilo dos outros álbuns deles?
E antes de falar qualquer coisa sobre ser diferente, coloque "Looking Up" e depois "Anklebiters." E eu não preciso nem falar de "Part II." - Dana
>>>(Paulo dando pitaco, porque eu posso -n): “Isso não combina com o Paramore” foi o que eu mais li por aí desde que “Now” e “Still Into You” (os dois primeiros singles) saíram e continuei lendo quando o álbum foi, enfim, lançado. Desde então, eu me pergunto: se o que temos agora não combina com o Paramore, o que combina? Uma música de uma outra banda que é mais parecida com o estilo dos outros álbuns deles?
E antes de falar qualquer coisa sobre ser diferente, coloque "Looking Up" e depois "Anklebiters." E eu não preciso nem falar de "Part II." - Dana
Dizer que o quarto álbum do
Paramore é diferente do que eles já fizeram antes ou que não é parecido com o
estilo que você gosta é uma coisa, outra completamente diferente é dizer que
ele não combina com a banda em si.
Isso é a mesma coisa que eu dizer
que o Paulo de hoje não combina com o Paulo de cinco anos atrás, afinal, o
tempo passou e eu fui mudando (e muito) durante esse período. Posso ter ficado
diferente na forma de pensar, agir, etc., mas a essência continua a mesma.
Você também pode ouvir o "Brand New Eyes" e o "All We Know Is Falling" juntos e já reparar várias diferenças. Aliás, o "Paramore" é mais próximo dos dois primeiros do que o terceiro álbum. - Dana
"I remember" |
E também é assim com o
Paramore. O fato de eles terem mudado em relação aos seus outros trabalhos não alterou
o que eles são, eu ainda vejo claramente a banda que me encantou lá atrás.
E as pessoas também esquecem
que muita coisa aconteceu desde o lançamento do terceiro álbum, “Brand New Eyes”.
A banda passou por um período muito difícil e era evidente que, quando (e “se”)
eles voltassem, não seriam os mesmos. E, particularmente, eu gosto muito desse
Paramore que temos agora, arrisco dizer até que essa é a fase deles que mais me
agrada.
Mas atenção: eu não estou
dizendo que alguém é obrigado a gostar e aceitar a mudança da banda, só gostaria
de deixar claro como não faz sentido usar como argumento que o novo álbum da
banda não tem a cara deles.
Para terminar, uma pergunta
sincera: vocês realmente gostam de ouvir a uma banda que sempre segue o mesmo
estilo, que nunca se reinventa? Qual é a graça em ter mil álbuns para escutar,
mas com músicas dizem as mesmas coisas e melodias iguais? Eu gosto é de
experimentar músicas novas, ver até aonde a banda que eu gosto consegue ir para
mostrar novidade pros seus fãs.
----
Informações Técnicas:
- "Paramore" (2013)
- Paramore (Hayley Williams, Taylor York e Jeremy Davis)
- Gravadora: Fueled by Ramen
- Produtor: Justin Meldal-Johnsen
- Compre: Fnac e Saraiva
- Tracklist:
1. Fast In My Car
2. Now
3. Grow Up
4. Daydreaming
5. Moving On (interlude)
6. Ain't It Fun
7. Part II
8. Last Hope
9. Still Into You
10. Anklebiters
11. Holiday (interlude)
12. Proof
13. Hate To See Your Heart Break
14. (One Of Those) Crazy Girls
15. I'm Not Angry Anymore (interlude)
16. Be Alone
17. Future
- rebeca chaves e paulo v. santana
(com comentários SUPER interessantes da dana, tipo esse)
(com comentários SUPER interessantes da dana, tipo esse)
TAGS:
álbum,
análise,
CCMúsica,
colaborador,
hayley williams,
jeremy davis,
músi,
música nova,
paramore,
Paulo V. Santana,
rebeca chaves,
taylor york
1 comentários
"Para terminar, uma pergunta sincera: vocês realmente gostam de ouvir a uma banda que sempre segue o mesmo estilo, que nunca se reinventa? Qual é a graça em ter mil álbuns para escutar, mas com músicas dizem as mesmas coisas e melodias iguais?"
ResponderExcluirAC/DC, alguém?