Segunda sexta do mês, um novo tema aparece para nossa discussão. Enquanto a semana passada falamos sobre influência e como a gente debate pouco*, hoje vamos falar sobre livros digitais!
Tem gente que não consegue se adaptar ao formato, tem gente que acha que podia ser mais barato e tem até gente que não aceita que ebooks sejam pagos. E aí, será que o mercado do livro digital pega no Brasil? Vem compartilhar suas opiniões com a gente!
Recentemente no formulário de
inscrição para parcerias da Intrínseca uma das perguntas era “como você prefere
receber livros para resenha?” e você tinha que escolher entre "livro
físico" e "livro digital". Isso me deixou pensando: por que é
preciso escolher entre um e outro? Não dá para usar os dois?
Vejo muita gente por aí com
dificuldade de aceitar os ebooks, como se a versão física e digital não
pudessem coexistir. E aí são várias as desculpas para não aceitar o ebook...
Uma das que mais me incomoda é
em relação ao preço. O que mais tem é comentário tipo “10 reais em um ebook?!
Não, obrigado, no Submarino compro livros físicos pelo mesmo valor.” Acredito
que as pessoas achem que o livro digital veio ao mundo para ter uma opção mais
barata, mas não foi por isso. O preço menor é uma consequência.
Particularmente, não vejo
sentindo escolher entre um livro digital e um livro físico, até porque não
consigo ver alguma diferença significativa entre eles. Ambos possuem o que eu
procuro numa leitura: conteúdo e entretenimento.
É claro que há diferenças, mas
é uma diferença física. Uns vão ficar armazenados dentro do meu leitor digital
e os outros precisam de um espaço maior, são armazenados em uma estante.
Meus pulsos doem só de pensar em ficar segurando esse livro grosso que está em baixo durante horas. Nessas horas, ereaders salvam! |
Outro problema é a questão do
TER. A ideia de posse para a maioria das pessoas é de ter um objeto físico,
algo que você pode tocar. Com isso, acaba que não enxerga valor em um arquivo
digital a ponto de ser considerado burrice pagar por "algo que você pode
ter de graça."
Mas não é burrice, pelo
contrário, esse é o correto, é o que a lei manda. Por isso “downloads ilegais”
são chamados de... ilegais. Esquecemos que existe uma pessoa que é dona daquele
produto que estamos usufruindo sem nenhum custo e que houve uma equipe que
também trabalhou naquilo e que merece ser remunerada. E o mesmo vale para filmes, música e games.
Um livro digital recebe quase
o mesmo processo de produção de um livro físico. Escrita, revisão, edição,
diagramação, arte de capa, etc. Sem falar do serviço da loja que leva a versão
digital até você. A diferença mesmo é nas questões de impressão, mas não quer
dizer que só porque é digital você não deva pagar às pessoas que criaram
aquilo.
Para mim, toda essa
dificuldade de aceitação do livro digital é porque os ebooks são uma coisa
nova. Se a gente parar para pensar, a cultura dos livros físicos tem milhares
de anos, enquanto mal faz 20 anos que os livros digitais passaram a existir.
Vocês não acham que os próprios livros físicos já não foram questionados?
Coisas novas surgem e a única coisa que devemos fazer é nos adaptar.
Como já deixei claro, acredito
na coexistência do livro físico e do digital. Eu poderia me estender em
parágrafos falando sobre as vantagens e desvantagens do livro digital e a do
físico, mas é mais fácil eu deixar vocês com o vídeo super criativo que a
Intrínseca fez sobre o assunto:
*com o parágrafo inicial não
estamos falando que a Intrínseca está errada. Afinal, ela mesma tenta difundir
os dois e pode haver outros motivos para a divisão entre livros digitais e
físicos. Mas nós gostaríamos poder marcar a opção "os dois"...
- paulo v. santana
TAGS:
Brasil,
CCdiscussão,
CCLivros,
CCSexta,
discussão,
Ebook,
ebook vs livro,
livro digital,
mercado literário,
Paulo V. Santana
14 comentários
Eu concordo que os dois podem coexistir numa boa. Gosto mais dos livros físicos, mas leio tranquilamente e-books e acho que, em alguns casos, facilita.
ResponderExcluirBeijos,
Carissa
Sim, a coexistência é super possível! :D Eu não tenho uma preferência, mas eu acabo lendo mais livros físicos por uma questão de costume mesmo, sabe? E ebooks facilitam e muito. Eu estou com os livros d'As Crônicas de Gelo e Fogo aqui, mas vou acabar comprando por kindle porque fico com preguiça só de pensar em segurar e carregar aqueles "tijolos" por aí. hahaha
ExcluirObrigado pelo comentário!
- Paulo Vaughan
Muito legal o vídeo, a Intrínseca mandou superbem ao mostrar com humor uma "batalha" que nem precisa ser batalha. Acredito na coexistência. Quando tiver meu e-reader, não vou deixar de comprar livros físicos.
ResponderExcluirBj
Livro Lab
Sim! O video é muito bem, foi mais um acerto da editora. Eles mostraram a "luta" dos dois de forma indireta e que, no fim, acabou em paz. É por isso que eu amo o marketing da Intrínseca! hahahah
ExcluirEu tenho um kindle e foi um dos maiores acertos que já fiz, vale muito a pena. Mesmo que eu não leia sempre nele, a ajuda que ele dá é gigantesca.
Obrigado por deixar seu comentário! :D
- Paulo Vaughan
Aceito a existência dos dois, mas para mim ebook ainda não funcionou. Já li, mas não consigo me focar com a mesma facilidade, e fora que (infelizmente), não da pra ficar andando com o aparelho (seja qual for) para ler ebook por qualquer lugar, como o livro físico.
ResponderExcluirMas também tem o lado de aceitar as escolhas do leitor, porque tem editora por ai oferecendo apenas ebook... mas independente do preço, dos gastos da editora, do conforto, não funciona para todo mundo... tem que aceitar!
E não acho que ebook tenha que ser de graça, mas não me vejo comprando um aparelho e comprando um livro digital, ainda prefiro os físicos, que ainda vão enfeitar minha estante! AHAH :)
Oi, Claris!
ExcluirEu não cheguei a ver nenhuma editora oferecendo só ebook para parceria, mas concordo em parte com o que você disse. Na minha opinião, se a editora está oferecendo parceria só com ebooks, ela não está sendo muito inteligente. Afinal, a maior interessada numa parceria é a editora, que vai ter seu livro divulgado. Então, se ela restringe seu material de divulgação a somente livros digitais, ela está perdendo muitos possíveis divulgadores. Não acho que "aceitar" seja a palavra mais correta, acho que as editoras tem que "pensar". No caso da Intrínseca, foi uma atitude muito inteligente, porque ela abriu para quem prefere ebook também.
Obrigado por compartilhar sua opinião! :D
- Paulo Vaughan
Eu acho que, ao comprar um livro físico, a versão em ebook deveria ser disponibilizada de graça para o comprador. Por conta dos ebooks serem um pouco mais baratos que os livros físicos, eles não deixariam de ser comprados. E também tem os casos em que você não faz questão de ter uma cópia física do livro, como alguns livros de faculdade.
ResponderExcluirOi, Maria Luiza!
ExcluirEntão, eu acho que a ideia da versão ebook de um livro ser disponibilizada na compra do livro físico até é válida, mas isso deixaria os livros físicos ainda mais caros. Como eu disse no post, o processo de produção de um livro físico e um digital só são diferentes nas fases finais, na forma que ele é entregue ao público.
Então, se um livro ebook é disponibilizado gratuitamente na compra do físico, a editora vai acabar lucrando menos e a equipe que trabalha no ebook não tem seu trabalho reconhecido. Portanto, versão ebook disponibilizada junto com o físico não seria vantajoso para todos os leitores.
Obrigado por comentar! \o/
- Paulo Vaughan
Acho que o problema na falta de aceitação do ebook é exatamente o que foi dito no post: o tempo de existência. O ebook é bem recente e ainda não caiu no gosto popular, até porque não é todo mundo que tem um ereader pra aproveitar esse formato ao máximo. Acho que, com o passar dos anos, esse tipo de leitura se tornará beeem mais comum. Quem garante que num futuro distante os livros físicos não sejam (quase) totalmente abandonados, como forma de tornar a leitura mais prática e economizar espaço na casa das pessoas? Consigo até imaginar uma biblioteca virtual, onde você leva seu ereader, conecta o cabo com o sistema local, escolhe o livro e vai embora lendo. Imagina a economia de espaço (poderia funcionar até numa cabine telefônica, no meio da rua...), de árvores e de papel, de manutenção (bibliotecária pra quê? Não tem prateleira de livros pra organizar ou limpar.... Melhor uma assistente eletrônica)... Às vezes até as escola e universidades, ao invés de dar uma lista de livros pra ler, já entregam um ereader com todos eles lá dentro. Quem sabe o preço que um aparelho desses pode atingir daqui alguns anos? Enfim.
ResponderExcluirNunca tinha pensado nisso, estou com medo agora. Melhor parar de comentar.
Abraços.
Adorei seu comentário, João! :D
ExcluirConfesso que fiquei maravilhado com as coisas que você disse. Mesmo que eu ame os livros físicos, a ideia de inovação e renovação são ainda melhores para mim. E tudo o que você disse é possível, porque a população está sempre pegando uma forma mais fácil de viver. No mundo em que vivemos hoje, a praticidade é a prioridade.
Vamos pegar um exemplo: cartas. Pouca gente manda hoje, a maioria é email. Mas mesmo assim tem gente que ainda manda cartas com a mesma paixão que os antigos. Pode acontecer o mesmo com os livros.
Enfim, obrigado por comentar aqui! Abraços,
Paulo Vaughan
Precisava só comentar que eu concordo com você sobre a facilidade de carregar livro no ereader, mas que isso de peso do livro nem é desculpa porque tem alguns que são beeem leves. Tenho uns dessa grossura mais leves do que fininhos. Reclamar de livro por isso é dizer que ebook é ruim porque tem um ereader meio vagabundo ou coisa assim u_u
ResponderExcluir- Dana
*ConversaCult respondendo ConversaCult*
ExcluirMas, Dana, tem uns livros muito pesados, tipo os de Millennium e Crônicas de Gelo e Fogo. E livros num geral são muito cansativos de segurar por muito tempo ainda mais em certas posições (tipo ler deitado com a barriga para cima e os braços esticados segurando o livro - ou só eu faço isso? acho muito estranho. hahaha). E o ereader é bom tanto porque é leve quanto pelo formato. Alguns do kindle e o kobo são tão compactos que dá para carregar em alguns tipos de bolso.
- Paulo
Antes eu tinha birra com os ebooks por implicância idiota - hoje eu estou com um e-reader que tem me ajudado DEMAIS. me ajuda a economizar espaço em casa, a carregar por aí um monte de livros pesados sem quebrar minha coluna (quem diz que é mais fácil levar para a rua um livro físico não experimentou ebooks apropriadamente para poder argumentar. nem leu As crônicas de gelo e fogo <3).
ResponderExcluirtambém tem permitido que eu economize UM MONTE em xerox de faculdade, porque agora eu praticamente não preciso mais disso, e posso gastar as moedas em outras coisas! e, mais importante, eu agora posso ler vários livros que eu não conseguiria de outra maneira, por só venderem lá fora, por exemplo. e-books são lindos e cheio de vantagens, mas realmente não é por isso que livros físicos vão acabar. talvez virem peças de colecionador algum dia, só que não será hoje! XD e nem amanhã, mas daqui a muuuuuuuuito tempo, qdo (se) impressões em massa ficarem inviáveis.
YAY! Adoro ver gente que ama ebooks. hahaha
ExcluirEu mesmo leio mais livros físicos, mas é mais por uma questão de costume porque eu sempre leio ebook quando posso ou é necessário. :D Como já deixei claro dezenas de vezes, acredito na coexistência entre o físico e o digital. E gosto de como o ebook tem sido vendido lá fora e daqui alguns anos o Brasil vai diminuir os preços e seguir o mesmo caminho. \o/
Obrigado por compartilhar a opinião, Lizzie! :)
- Paulo Vaughan