a passagem arqueiro

[Resenha] A Passagem, de Justin Cronin

26.2.13ConversaCult

por Dana Martins
- Livro: "A Passagem"
- Livro 1 (de 3)
- Autor: Justin Cronin
- Editora: Arqueiro
- Comprar: Fnac
- No skoob
- Segundo: Os Doze








Mini-crítica - Resumo: 
Se você já começou a ler, se você já ouviu falar ou se você teve qualquer preconceito com a capa: ESQUEÇA. Esse é um livro pós-apocalíptico de contágio meio sobrenatural escrito de uma forma que você nunca viu antes. Só para ter ideia, uma das melhores personagens passa o livro inteiro praticamente sem dizer uma palavra e você sabe que ela está ali o tempo inteiro! É um livro grande, tem 815 páginas, e é dividido entre "precedentes" e "depois que o mundo acabou". Nem todo mundo vai acompanhar, porque não é puro entretenimento (principalmente na primeira parte) e mistura tanto gêneros que a pessoa precisa ter a cabeça mais aberta. Mas garanto uma coisa: se você gosta de ler e tira um dia para passar com o livro, vai se surpreender! (li 600 páginas em uma noite, reflita)

Indico para quem gosta de escrever, a escrita do Justin Cronin só pode ser definida como bruxaria, e para quem gosta de cenário pós-apocalípticos. Sobreviventes, cidades acabadas, jovens completando missões, forma que as pessoas reagem ao desastre...

Quer saber mais? Clique abaixo para conferir a resenha completa.

É melhor você se preparar, porque, como Stephen King diz, “você se descobrirá prisioneiro, lendo noite adentro”. A Passagem é um livrinho de 815 páginas impressionante, pode ter certeza. Apesar de ser só o primeiro de uma trilogia, é do tipo que inicia e completa bem a própria história, mesmo que esteja ligado a outros. No momento, vou tentar abrir uma “janela” para vocês terem ideia do que estão perdendo.

Sinopse (sim, são esses três parágrafos e sem spoiler. juro!!)

Jonas Lear descobre um vírus que pode mudar o mundo: a pessoa infectada fica praticamente imune às doenças. Contudo, a necessidade de financiamento faz com que ele se associe ao exército, que, por sua vez, tem outras pretensões quanto ao uso. O problema é que o vírus não causa só melhora nas capacidades físicas e regenerativas, aqueles infectados passam também a ter um “comportamento animalesco e uma sede de sangue insaciável”. É por isso que antes da utilização efetiva devem fazer vários testes e modificações. Nesse contexto, diversos personagens são inseridos, como Wolgast e Doyle, agentes do FBI em um trabalho secreto, Carter, um presidiário condenado à morte, Amy, uma garotinha de 6 anos, os trabalhadores da instalação secreta…

O problema é que tudo dá errado quando há uma quebra na segurança e as cobaias acabam escapando. No meio da confusão e terror, Wolgast tenta fugir com Amy e sobreviver em um lugar seguro. Mas onde é seguro quando a cada dia que passa o número de infectados aumenta?

Nesse ponto a narração é transformada. Lemos uma série de documentos e pequenas narrações que nos transportam 90 anos adiante, para uma colônia de sobreviventes na Califórnia. Aqui a atmosfera muda tão drasticamente que parece até outro livro. A história passa a ter um personagem principal evidente, que é Peter, um dos descendentes daqueles que formaram as primeiras famílias refugiadas. Somos apresentados aos costumes criados por esse pequeno grupo que não conhece o mundo de antes e aprendeu a se virar com pouco. E o que os mantêm vivos no meio desse mundo contaminado? As luzes que se acendem todas as noites e os grandes muros que os cercam. Mas será que isso vai durar para sempre? Não há nem tempo para questionar, já que acontecimentos estranhos começam a perturbar a rotina da colônia. A esperança, então, chega na forma de uma estranha andarilha. A partir disso, Peter se une a um grupo que está disposto a enfrentar a realidade fora dos muros e seguir em busca do que parece ser a última solução.

O que você vai fazer quando as lugares apagarem?
Ele é longo, então há vários momentos. No começo a narração salta entre vários pontos de vista, mostrando. Se essa constante mudança entre cenários e personagens é ruim? Pra alguns mais apressados, talvez. Fora isso, Justin Cronin foi hábil o bastante para conseguir criar a mesma linha envolvente, de modo que mesmo mudando, a ideia é de que a história continua.

A história segue até que todos os focos fiquem mais alinhados e alguns personagens ganhem mais atenção. É quando nos damos conta de que esse é só “o mundo de antes do vírus”. Esse início tem um clima de Sidney Sheldon, com Law and Order SVU, CSI e análise profunda dos personagens. Confesso que não é o clima mais atraente para qualquer público, mas é só o início.

Vale a pena seguir em frente porque logo depois é que a coisa fica boa!
É como levar uma rasteira e ficar de cabeça pra baixo, caindo dentro do armário de Nárnia, pendurado em uma vassoura de Harry Potter e na mão uma espada medieval. Isso, sem deixar pra trás o estilo ficção científica/sobrevivência/Resident Evil. 

Parece loucura, não é? E Justin Cronin consegue unir tudo isso com maestria. Ele pega esses vários climas e encaixa na mesma linha de história. Impressionante.

Sonho de consumo: hardcover desse livro em inglês

Quando chegamos nessa parte do livro nós já estamos completamente imersos. O trabalho de progressão é tão bem feito que o início parece mesmo há 90 anos. Chega a ser difícil falar de algo “tão antigo” aqui.

Repare que normalmente quando falam de um livro já começam citando personagens, o que eles são, o que eles fazem. Isso é porque na maioria das vezes a história se pendura no personagem. No caso de A Passagem o prêmio máximo vai para trama. O que não significa que os personagens não sejam bons. Pelo contrário, eles amadurecem com a história, têm personalidades vivas, são mais realistas e ainda são legais. Muitos, como a Amy, são surpreendentes.

Falando nisso, se a minha carreira de adivinha dependesse desse livro, eu estaria perdida, porque várias vezes a história tomou caminhos que eu nem imaginava.

É uma contaminação. As pessoas viram monstros. Não é bonito. Mas não se preocupe: li esse livro sozinha numa casa em uma cidadezinha pequena durante a madrugada. Se houvesse qualquer risco de dar medo eu seria a primeira a saber.

Coisas que faço questão de ressaltar: A construção do mundo de “depois do vírus”, onde as pessoas não conhecem a nossa civilização, os conceitos estabelecidos com os quais convivemos. Pra ter ideia, eles não sabem nem o que é aeroporto. E a outra é o modo criativo de contar a história, que é feito através de emails, diários, imagens e a narração em terceira pessoa, que também só pode ser elogiada.

Enfim, é um livro grande, meio complicadinho. Seria até injusto encurtar mais a apresentação dele, porque há muuito pra falar. Com certeza, é do tipo que merece uma boa análise, mas só pra quem já leu. É difícil tentar explicar a imensidão que é sem falar demais, por causa da progressão o risco de spoiler é alto.



Sobre a nota: 5, marcado como favorito, levo pra casa, pra cama e o que mais puder. Ah! Evite expectativas, aproveite o livro.

Classificação:



(5/5 conversinhas)


E o Oscar vai para... Não, peraí! Pausa aqui para agradecer aos lindos de Arqueiro que nos deram a chance de ler o livro! Muito obrigada. :D



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10 comentários

  1. Esse livro é simplesmente um dos meus favoritos! Mal vejo a hora de ler o segundo da trilogia, que ainda não foi lançado por aqui.

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  2. Anoooos esperando a continuação (a capa da 1º edição é muito mais lindaa embora lembre muuuito A Cabana,rs,e eu tenho), que enfim, pela misericórdia dos deuses está pra chegar. Um dos melhores livros que já li, era puro filme da melhor espécie passando pela minha cabeça enquanto lia, tããão rico. Um dos pouquíssimos que me fez chorar quando "alguém" estava a um fio da vida. Volte logo Amy, e Alice sua badass lindíssima louca pra ver como está agora nessa nova historia.

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  3. Sou fã de romances, sendo muito difícil pra mim sair desse gênero. Ganhei o livro de um familiar e demorei um ano (sim, UM ANO) para lê-lo pois 815 podem ser bem intimidadoras... Mas não deu outra! Me apaixonei completamente pela trama. A história e os personagens são tão envolventes que é impossível você torcer apenas por um. Esse com certeza foi o melhor livro que já li e não vejo a hora do lançamento do segundo livro, que se eu não me engano será mês que vem XD

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  4. "para quem gosta de cenário pós-apocalípticos. Sobreviventes, cidades acabadas, jovens completando missões, forma que as pessoas reagem ao desastre..." << Me ganhou aqui.

    Estou retardando a compra desse livro porque ele é gigante e eu tenho medo de empacar com a leitura. Estava esperando ter aquele momento mágico que diz "vai ler logo, criatura". E ele acabou de acontecer -q Vou comprar assim que tiver uma oportunidade.

    Ah, e eu não gostei nadinha dessa capa nova. A antiga é bem melhor.

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  5. Oi, tudo bom?
    Como assim ainda não tinha ouvido falar desse livro, maravilhosa resenha, só me deixo com vontade de ler esse livro.

    Território das garotas
    @territoriodg
    Bjss *-*
    Passa lá no blog?
    http://territoriodascompradorasdelivro.blogspot.com/

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  6. Não pude deixar de comentar, porque tipo, eu estou há muito tempo querendo esse livro! Sua resenha foi tipo, algo que me despertou e me lembrou que PRECISO ler esse livro. Não me importo com o número de páginas, já que "Queda de Gigantes" do Ken Follett é 100 páginas a mais que "A Passagem".
    Sobre a mudança das capas, achei legal, já que a outra lembrava muito "A Cabana", e cheguei a ver gente que pensou que era continuação e comprou. Mas essa nova capa, por mais espetacular que seja, me parece a capa de "A Travessia" - mesmo autor de "A Cabana" - só que em seu tom mais sombrio... é só reparar, rs.
    Enfim, vou pedir pro meu irmão comprar agora em março... uma pergunta: o apocalipse é zumbi ou de vampiros? - ou de qualquer outro nome que seja?

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    1. Na verdade é um vírus que pode ter duas consequências distintas: ou você se torna imune a todas as doenças, aumentando a expectativa de vida; ou modifica o corpo até um ponto quase irreconhecível, com perna e braços alongados, postura curvada, entre outros... e, é claro, a alimentação passa a ser de sangue humano XD

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    2. É o que a Violeta disse! (Muito obrigada por responder :D)

      Mas, no geral, eles são chamados de "vampiros". Só que é uma coisa tão animalesca. Nunca tinha lido algo desse tipo.

      - Dana

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  7. Como foi que eu nunca ouvi falar sobre esse livros? 600 páginas em um só dia? Putz, já vou procurar em alguma livraria aqui por perto!

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  8. Oi adorei sua resenha!.. muito obrigado, me fez se interessar pelo livro....mas vc já leu o livro reverso escrito pelo autor Darlei... se trata de um livro arrebatador...ele coloca em cheque os maiores dogmas religiosos de todos os tempos.....e ainda inverte de forma brutal as teorias cientificas usando dilemas fantásticos; Além de revelar verdades sobre Jesus jamais mencionados na história.....acesse o link da livraria cultura e digite reverso...a capa do livro é linda ela traz o universo de fundo..abraços. www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?

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