Olá, pessoas! Esse é o primeiro post relacionado ao “Charlie’s Booklist”, o nosso projeto literário de 2013. Ainda não conhece? É só entrar aqui e saber como participar.
O primeiro livro da lista do Charlie é o “O Sol é Para Todos”, ou “To Kill A Mockingbird” (título original). Alguns posts relacionados ao livro ainda vão entrar, mas escolhemos começar falando sobre o livro na forma mais inicial possível: contando as origens.
É meio constrangedor dizer, mas tenho que confessar que até eu (Paulo) pesquisar sobre a Harper Lee para o projeto no mês passado, eu tinha umas conclusões erradas.
Por uma dedução puramente machista (e eu me envergonho disso), sempre acreditei que quem havia escrito “O Sol é Para Todos” fosse um homem, mas como vocês já devem saber é uma mulher, Nelle Harper Lee.
E para minha total surpresa, a autora ainda está viva, com seus 86 anos, tendo nascido em 28 de abril de 1926. Minha cabeça tinha um preconceito de que, para o livro ser tão aclamado como “O Sol é Para Todos” é, ele precisa ser velho* e eu ignorava o fato desse ser relativamente recente, lançado em 1960.
*“velho” e “novo” são conceitos relativos, mas minha cabeça insiste em desconsiderar isso.
Tudo começou...
Acredito que as influências da Harper Lee começaram desde cedo, com o pai editor e proprietário de um jornal. Ele também chegou a ser senador e advogado em Monroeville, uma pequena cidade do Alabama (EUA) onde a família morava. Está lembrando de alguma coisa com essa história?
Lee demonstrou interesse pela literatura nos tempos de escola, mas acabou indo estudar Direito na Universidade de Alabama de 1945 a 1949. Durante esse período ela fez intecâmbrio na Universidade de Oxford (Inglaterra) e logo que retornou, faltando apenas seis meses para se formar, Harper largou a faculdade e foi para Nova York tentar uma carreira literária.
Harper Lee, a escritora
Lá ela teve que se virar e trabalhou como vendedora de passagens aéreas até 1956, quando largou o emprego para se dedicar integralmente à escrita e terminou o primeiro rascunho do seu livro em um ano. Ao mostrar para seu editor, Tay Hohoff, percebeu que eram mais várias histórias reunidas do que um livro. Nos dois anos e meio seguintes, ela e Hohoff trabalharam juntos para lapidar o romance.
“O Sol é Para Todos” foi lançado em julho de 1960 e fez (e ainda faz) um enorme sucesso. Em 1961, ganhou um dos maiores (senão o maior) prêmio da literatura americana, o Pulitzer, e ainda recebeu uma adaptação cinematográfica em 1962.
O primeiro livro de Harper Lee fez um grande sucesso, mas também veio a ser seu único romance. Depois de publicá-lo, a autora publicou alguns artigos para revistas e similares e voltou a escrever novos romances, mas largou-os e desistiu de publica-los.
Lee também foi importante em “In Cold Blood” (1966), um livro de não-ficção de Truman Capote, amigo de infância de Nelle. Ela ajudou na pesquisa do livro, que também é um dos marcos da literatura americana.
Curiosidades
Curiosidades
Uma característica de Harper é sua reclusão. A autora é conhecida por dar poucas entrevista e raramente aparecer em público para discursos. Curiosamente, o último post sobre autores que nós fizemos aqui foi da Suzanne Collins, que também é assim!
De acordo com um amigo de Harper, Rev. Dr. Thomas Butts Lane, a autora, que já está com idade avançada, sofre com alguns problemas de saúde, como parcial cegueira e surdez, além de perda de memória e andar em cadeira de rodas.
Também de acordo com Butts, Lee nunca escreveu novamente por “duas razões: primeiro, eu não passaria pela pressão e publicidade que passei com ‘O Sol é Para Todos’ por qualquer quantidade de dinheiro. Segundo, eu disse o que eu queria dizer e não vou dizer isso de novo.”
Lee recebeu inúmeros prêmios e nomeações honrosas desde que publicou seu único romance e, em 2007, ganhou de George W. Bush a Medalha Presidencial da Liberdade. Esse é o maior prêmio civil dos Estados Unidos e premia os cidadãos que fizeram uma importante participação no país.
Seu nome é, na verdade, Nelle Harper Lee, mas preferiu retirar o “Nelle” quando publicou seu “To Kill A Mockingbird”, pois tinha receio de grafarem seu nome erroneamente, como “Nellie”.
Até a próxima!
Até a próxima!
-paulo v. santana e dana martins
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Paulo V. Santana,
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4 comentários
Olá!!
ResponderExcluirTenho muita vontade de ler esse livro, ainda mais por ser um clássico na educação norte americana.
Fiquei bem empolgada ao ler seu post e ri quando você disse que pensava que Harper Lee era um homem... Eu, feminista, achava que Joyce era uma mulher (hoje ele é meu escritor preferido). haha
Adorei conhecer um pouco mais. :) Ótimo projeto.
Beijos,
Samantha Monteiro
Word In My Bag
http://wordinmybag.blogspot.com.br/
Muito bom o post sobre a autora. Também pretendo fazer uma resenha e falar sobre o projeto Charlie's Booklist no meu blog. Espero que não tenha problema.
ResponderExcluirBjoss
http://monopapo.blogspot.com.br/
Muito boooom este post. Usarei como fonte de pesquisa para a resenha no meu blog.
ResponderExcluirMuito legal saber mais sobre a vida da Harper Lee. Pelo nome, é difícil identificar se a pessoa é do sexo masculino ou feminino. Eu também achei que "Harper" fosse homem e que já tivesse morrido. E vocês ainda citaram outro livro que quero ler faz tempo "A sangue frio"!
ResponderExcluirbjo