por Dana Martins
- Autor: Valérie Zenatti
- Editora: Companhia das Letras
- Comprar: Travessa
Mini-crítica ~ Resumo:
Uma garota israelense joga uma garrafa no mar de gaza com uma carta que é um desabafo sobre a própria vida, tudo o que ela quer é ter certeza de que na Palestina alguém também quer a paz. Ela consegue a resposta, mas não é o que esperava. Com o nome de "gazaman" um homem (velho? garoto? menino?) aproveita o contato para despejar o ódio diretamente. Mas ela é muito sonhadora para desistir com algumas palavras rudes. A história, que nós conhecemos através de cartas e diários dos personagens, acaba sendo sobre "se conhecer". Nós conhecemos os personagens e os personagens se conhecem, como uma prova de que não somos tão diferentes assim. "É um livro simples, bonito, leve... Só tem realmente 120 páginas e eu indico para qualquer um. Tanto para quem quer algo no estilo 'romance virtual', quanto para quem quer conhecer de uma maneira simples e divertida a relação entre Israel e Palestina."
Quer saber mais? Clique abaixo para conferir a resenha completa.
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Se você ainda não conhece a história: Tal, depois de mais um atentado, decide fazer contato com o outro lado. Ela estava cansada de ver pessoas mortas, ouvir falar de ódio e até de ir a movimentos pela paz. O que isso tudo adiantava se, no fim das contas, ela nunca tinha conversado com um palestino? Então escreve uma carta, coloca em uma garrafa e pede para o irmão que vai até Gaza por causa do exército deixar no mar. Dias depois alguém responde e pronto, eis a história do livro.
Acho que o livro pode ser definido com "se conhecer através das palavras" e traz um toque de esperança. Através de dois jovens que trocam cartas ele mostra o efeito do conflito israel-palestino, não de uma maneira "Bom dia, classe, hoje nós vamos falar de...", é bem mais como um livro jovem comum.
A garota que estuda, tem namorado baterista, a melhor amigo que não perde nada e um irmão às vezes irritante. A garota sonhadora que quer fazer cinema e se preocupa com o "o que fazer depois da escola?". A garota inquieta que decide trocar cartas com um estranho (ou conversar na internet) e os dois jogam no meio das palavras um bando de pensamentos sobre a vida e o mundo.
Bem, a leitura foi tranquila e leve, o livro só tem umas 120 páginas e passa rápido. Soou como ficar lendo discussão alheia em grupo no facebook. Ainda teve uma "curiosidade extra" minha que incentivou. Eu adoro conhecer outros países e culturas, principalmente os jovens hoje em dia, então teve muita informação que eu não sabia. Tipo eles escutarem e assistirem o mesmo que nós (isso eu já fazia ideia), em Israel é obrigatório tanto pra homem quanto pra mulher entrar no exército aos 18 anos... E até como é para o "mundo moderno" se misturar aos conflitos de lá, já que a televisão tudo o que faz é mostrar bomba e destroço. Se deixar, a gente fica com pensamento no estilo de "oh, eles usam tanguinha na rua? Todo mundo lá é negro?".
É um livro simples, bonito, leve... Só tem realmente 120 páginas e eu indico para qualquer um. Tanto para quem quer algo no estilo "romance virtual", quanto para quem quer conhecer de uma maneira simples e divertida a relação entre Israel e Palestina (e a vida de alguns jovens nesses países). Em algum momento do livro é dito a garrafa no mar de gaza é um ato de esperança que as coisas melhorem, de que as pessoas descubram que são iguais. E Uma Garrafa no Mar de Gaza é uma esperança.
Sobre a nota: Ele é tão pequeno... mas eu vou dar 4. Seria 3, porque o livro não tem nada de ruim, nenhum ponto realmente negativo, mas não tem como dar 5 porque não há pontos positivos o bastante. O ponto extra é pela forma como aborda a história e pela história em si. Talvez, se nossas prateleiras fossem cheias de livros sobre Israel e Palestina, o assunto já teria se esgotado e seria um livro mediano (pra que eu li isso se eu já sei?), mas como não é bem assim, tudo parece novo e até alguns detalhes bobos podem aparecer como descobertas. 1 a mais por ser o primeiro do tipo que eu vi.
Classificação:
>>> Extra: Filme
Para quem não sabe, o livro foi adaptado (não nos EUA) no filme "Uma Garrafa no Mar de Gaza". É uma colaboração França-Israel-Canadá. Eu ainda não vi, mas parece bem legal. Acho que eles mudaram algumas coisas para dar uma emoção extra na história. Até porque é contado em imagens, enquanto no livro em cartas. Como é que eles fariam o suspense de "quem é o cara com quem ela está se correspondendo?" e mostrar a história dele se o ator precisa aparecer? Se você é desses que dão ataque com as alterações, saiba que a Valérie Zenatti (autora do livro) também está como roteirista. Quero ver!
E, pra terminar, esse livro foi a Seguinte que me mandou. Muito obrigada!
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