Olá, crianças!! Hoje a gente vai falar de uma nova coluna aqui no blog: o "Histórias que Abandonamos", inspirado no original Murphy’s favorite books, do Murphy's Library. Pra estrear, quem vai falar hoje sou eu (Igra), que costumo abandonar mais séries do que livros em si. O mais legal desse tipo de post é perceber que um mesmo livro (ou série) pode ter visões completamente diferentes dependendo de quem lê. Como é uma opinião muito pessoal, a cada postagem apenas um membro do blog vai falar, sempre se referindo a uma história específica, explicando os motivos por trás do abandono e da desistência.
Antes de mais nada, deixe-me esclarecer uma coisa: Para Sempre é um livro legal. Sim, o post é sobre abandono literário e estou afirmando pra você, caro internauta, que esse livro é bom. O problema não está nele, pelo menos não pra mim. O problema está na série.* Mas vamos à história, que você já vai entender por que resolvi deixar Ever Bloom sem um final feliz na minha cabeça.
*Lembrando mais uma vez que isso tudo é uma opinião minha.
O livro conta a história de uma menina de 16 anos que tinha tudo: popularidade, namorado, amigos mais do que requisitados e uma família perfeita: pai, mãe, irmãzinha e cachorrinho. Até que um acidente muda tudo: sua família é destroçada e ela é a única sobrevivente. Pior do que isso, como se não bastasse a dor, Ever (nossa protagonista) precisa mudar de cidade e aprender a lidar com suas novas habilidades. Isso porque ela desenvolveu dons após o acidente, incluindo ler mentes, auras e conhecer a vida inteira de alguém com um simples toque.
Vivendo escondida sob um capuz e com fones de ouvido sempre prontos para estourar seus tímpanos (tudo para abafar as outras mentes), Ever jamais imagina que um dia um menino completamente irresistível aparecerá em sua vida para neutralizar todo a confusão em que vive. Afinal de contas, Damen é tudo que ela sempre sonhou; está pronto para socorrê-la e lhe proporcionar paz a qualquer momento - e ainda é alto, moreno, bonito, sensual talvez seja a solução dos seus problemas. Mas acontece que ela não sabe o quê ou quem ele é, não entende como Damen faz isso, como consegue abafar todos os ruídos de vozes só estando por perto. E a partir de certo ponto, não importa mais: Ever está completamente apaixonada por ele.
É uma história razoavelmente simples, popular, estilo fácil de gostar, juvenil e etc. Me agradou, tanto que eu comprei as sequências quando elas saíram. Consegui chegar ao volume três e aí abandonei. Não são a mesma coisa que o livro 1, embora sejam uma única história contada em diferentes capítulos. Na verdade, a série tem bastante referência alquímica, menciona alma gêmea, reencarnação, limbo, morte, vida, memória, todos assuntos bastantes ricos se o autor souber usar.
Mas também são assuntos cansativos, principalmente para uma série com 6 livros. Em algum momento o leitor fica cansado. Às vezes, enquanto eu lia, me deu a impressão de que até a Alyson Nöel (autora) estava cansada. A sensação que eu tive era que de a coisa havia se tornado uma corrida desesperada pela minha atenção, como se as apelações e a explorações de história fossem necessárias para me manter ali. Quando na verdade, se a Alyson tivesse deixado tudo fluir com maior naturalidade, talvez a história tivesse se sustentado por si só.
>>> Por que você resolveu deixar o livro?
Talvez você se surpreenda com isso, mas como eu disse anteriormente, eu costumo abandonar mais séries do que livros em si. Antes eu tinha aquela mania infundada de querer completar as coleções porque me sentia ~~ mal ~~ em não dar um final feliz aos personagens (coitadinhos). Mas o tempo passou, e hoje em dia eu superei isso. Tive que superar. Com a quantidade de livros que eu acabei comprando com o decorrer dos anos, se tornou impossível eu ler e acompanhar todas as séries que comecei.
Eu não queria, mas não tive escolha -nn. |
"Mas aí você abandonou por necessidade, Igra!", você vai dizer. Não, não foi por necessidade. Quer dizer, é claro que isso ajudou, mas não foi o principal motivo. Antes, eu empurrava os livros (as séries) que eu não gostava muito, continuava lendo porque me sentia na obrigação e ficava com dó de ver a minha estante com volumes faltando - principalmente quando se tratava de série bonita visualmente. Hoje em dia eu sou mais controlada nesse sentido, e acho que essa é uma forma mais saudável de se ler por prazer. Afinal de contas, estou lendo para me divertir, certo?
O caso de Para Sempre foi uma soma de fatores. Para começar, eu gostei e muito do primeiro livro. Embora eu já estivesse um pouco cansada desse tipo de literatura quando parei pra ler, eu achei o livro bom. Achei algumas coisas interessantes, principalmente o fato de parecer haver mais de um clímax no decorrer da história, como se uma série de tv tivesse sido toda concentrada naquelas poucas páginas.
Na verdade, comprei Para Sempre sem saber que era uma série. E ouso dizer que, se fosse volume único, teria sido muito mais legal. Isso porque o problema - ao menos para mim - não estava no livro 1, e sim nas sequências. Toda a coisa da alquimia, da vida após a morte, alma gêmea, deslumbramento com amor juvenil... tudo isso foi explorado tão ao extremo que a história se tornou desgastada. É como se a fórmula do sucesso tivesse sido explorada demais e a autora tentasse continuamente salvar a trama com artifícios cada vez mais absurdos.
Fazendo uma ponte rápida com a televisão brasileira: todo mundo lembra da novela "Os Mutantes", da Record? Nada contra quem assistia, na verdade acho que a ideia foi boa - falando sinceramente. O problema foi em empregar a novidade. Porque depois de um tempo passa a não ser mais novidade.
"Os Mutantes", que tinha como subtítulo o nome da novela original. |
Com uma pesquisa rápida, descobri que a novela nem se chamava assim no início, que "Os Mutantes" foi uma extensão de uma outra novela, cujo nome era "Caminhos do Coração" e que tinha o artifício do fantasioso (mutantes) como uma característica à parte, sem ser realmente o foco da trama. O sucesso desse fantasioso foi tão grande que eles resolveram mudar a abordagem e transformar a novela. Usaram a fórmula até o pessoal começar a se cansar e a história inicial se perder. Aí fizeram uma terceira novela, que também tinha mutantes no meio, mas ninguém estava mais absorvendo a ideia como antes.
*A mesma coisa acontece com Reality Show. Inúmeros Realities entram e saem da grade, e os que permanecem estão cada vez menos populares. Um dia acho que a fórmula esgota também.
O que estou querendo dizer é que Alyson Nöel se perdeu na sua história. Eu era fã dela, gostava realmente de todo o enredo de "Os Imortais", mas diante de outros livros, os dela acabaram ficando pra escanteio. E confesso, não pretendo voltar e terminar a série. Chego a recomendar o primeiro (Para Sempre), mas o segundo (Lua Azul) se tornou uma enorme decepção para mim, com um final muito apelativo e pouco convincente. O terceiro (Terra das Sombras) seguiu a mesma linha e virou um esforço. Terminei a primeira metade da história decepcionada, porque era uma trama que tinha tudo para dar certo e não deu. Não para mim.
>>>Conclusão
É claro que isso tudo que eu falei é uma opinião minha. Como eu disse láááá em cima, um mesmo livro pode ter interpretações diferentes dependendo de quem lê. Talvez você goste da Alyson, seja superfã de Os Imortais, e eu entendo por que. Quem sabe, se eu tivesse lido essa série primeiro, antes de qualquer livro do estilo, a novidade proposta tivesse me conquistado por mais tempo. Pelo menos por tempo suficiente para que eu terminasse todos os seis volumes - quem sabe tivesse até dado uma chance para o spin-off...
Alyson ainda chegou a escrever um spin-off narrado pela irmã de Ever. |
De qualquer forma, eu continuo recomendando o primeiro livro - e apenas ele - para quem quer curtir algo mais leve e gosta de um amor juvenil meio deslumbrado (afinal de contas, todo mundo é meio deslumbrado em alguma idade).
E se você quer tirar as suas próprias conclusões, também é legal dar uma chance. Depois conta pra gente! Comente!
Ou se você já leu e discorda de tudo, opine também! Queremos ouvir!
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5 comentários
Oi Igra (:
ResponderExcluirAchei bem esclarecedor seu texto, principalmente quando deu o exemplo das séries de TV. Porque se a gente for pensar, é bem assim mesmo. Uma série, pra se sustentar, precisa evoluir a cada livro, trazendo problemas cada vez maiores e mais complexos para os protagonistas, e não só usar a mesma fórmula sempre.
É difícil eu abandonar leitura, mas uma coisa que eu larguei sem pensar duas vezes foi a coleção de "As Crônicas de Nárnia". A série é tão sem gracinha que não sei como milhões de pessoas gostam x: Mas como você disse, essa coisa de opinião literária é bem pessoal.
Gostei bastante da ideia da coluna e vou aguardar ansiosamente pelos próximos posts :) Adoro ver a opinião pessoal de vocês!
Abraços, e parabéns pelo post (:
(e desculpe pelo comentário pequeno ): Estou morrendo de cansaço! Fui no cinema hoje ver amanhecer, e como só tem na cidade vizinha, praticamente fiquei o dia todo fora. Mas por falar no assunto, vocês do blog foram/irão ver o filme?)
Oi, Joãooo!!
ExcluirSeus comentários são sempre lindos, não sei de onde você tirou essa ideia de que escreveu pouco. UHSUHAUHUHSA.
Quanto ao filme: vi ontem!! Gostei bastante, embora tenha visto muita gente reclamando de partes específicas (tenho certeza de que você sabe que partes são essas).
MAAAAAAAAAAAAAAASS é só isso que eu vou falar, porque a equipe, nesse exato momento em que eu escrevo isso, está debatendo o assunto "crepúsculo" em uma das nossas conversas produtivas -oi. A gente ainda não decidiu direito o que vai acontecer, mas é um fato que você ainda vai ouvir falar de Edward e Bella por aqui (isso tudo que eu falei é spoiler do blog, confidencial etc, espero que a Dana não veja, hehe).
Beijão!
eu li Para Sempre, Sussurro e Fallen na mesma semana, isso faz (acho) mais de um ano, até hoje confundo qual historia é qual! rsrs
ResponderExcluirSó li o primeiro e depois de ler seu post, vou ficar por aqui mesmo. Obrigada. Milha lista de "para ler" já conta com mais de 250 livros. Eu realmente não sei como farei isso.
Mas eu ainda tenho esse problema para abandonar livros. Eu tenho alguns aqui na minha estante e toda vez que eu vou pegar outro para ler é como se eles me sussurrassem que eu trai eles, que eles estão ali levando poeira. Você não quer saber o fim da história Deborah??????
Eu sei, tenho que procurar o psiquiatra mais próximo. hahaha
Bjão
O mesmo aconteceu comigo com a série de Assassin's Creed. Consegui ler o primeiro livro em uma semana. Achei meio repetitivo e tal, mas resolvi continuar e acabei gostando depois de ler. Fiquei ansioso para começar o segundo, mas parece que a coisa toda se repete várias e várias vezes... Ainda não consegui terminar de ler "Irmandade" e acho que "A Última Cruzada" vai ficar na estante por um booooom teeempo... Já vi muitas pessoas falando bem dos livros. Algum de vocês já leu? O que acharam?
ResponderExcluirIgra!
ResponderExcluireu nao li a série Os Imortais tmb, e nao tenho interesse em ler, mas eu li os 3 primeiros livros da Riley Bloom e gostei bastante, eles são beem juvenis, mas eu gostei sim!
Mas de qlq forma, ainda nao tenho interesse em ler Os Imortais.. rs