por Dana Martins
- Livro Único.
- Autora: Luiza Salazar
- Editora: Underworld
- Autora: Luiza Salazar
- Editora: Underworld
"Os Sete Selos" é uma aventura sobrenatural da agente Lara Carver, que trabalha controlando manifestações. O livro começa com ela lidando com uma suspensão quando precisa retornar para investigar o que parece ser o caso mais perigoso da história da Agência. Com um demônio e um ex-agente amigo de infância, ela vai lutar contra seres do inferno e do paraíso, mas a pior parte vai ser descobrir que há muito segredos enterrados por aí. O livro tinha tudo para ser um YA de referência, mas tropeça mais do que avança. Infelizmente, o desenvolvimento deixou muito a desejar.
Quer saber mais? Clique abaixo para conferir a resenha completa.
Ano passado, na Bienal do Rio de Janeiro, eu comprei "Bios", o segundo livro da mesma autora. Comecei a ler e a história era tão viciante que da outra vez que eu fui na Bienal corri para comprar Os Sete Selos de uma vez. E esse mês foi quando deu vontade de finalmente começar a leitura.
Tudo começa como uma história no estilo de Instrumentos Mortais ou a série Supernatural (A Agência é responsável por resolver problemas sobrenaturais) e com um clima de O Código Da Vinci. E começa realmente bem: Lara, uma agente esquentadinha, meio cabeça dura, que só quer saber de ação, está irritada até a alma por ter sido obrigada a fazer serviço interno. Para a sorte dela (ou azar), ela é uma das melhores agentes e algo muito estranho aconteceu em Paris. Algo muito além de qualquer coisa que a Agência já tenha enfrentado. Então Lara, um demônio e um ex-agente acabam responsáveis por uma missão secreta para descobrir o que está acontecendo.
Até esse ponto, tudo ótimo. Lara tem uma raiva mortal do demônio, está incerta e feliz pela volta de Jason, o ex-agente. Você quer saber o que eles vão fazer e o que vai acontecer com essa tensão toda entre eles (uma garota e dois garotos em um livro = VAI acontecer alguma coisa). Aí a história começa a desandar. Desandam a tal ponto que eu não indico esse livro para ninguém (sério).
Em "Bios" já tinha um pouco dos problemas de revisão (que praticamente nem existiu) e de evolução da narrativa, mas passa a ser uma obra-prima perto de "Os Sete Selos". A impressão é de que a Underworld publicou o rascunho da Luiza Salazar. Não há revisão, não há edição. Se teve, foi extremamente mal feita.
*Só um comentário: Em Bios, a história é legal e eu indico. Só não indico para os que têm problema de escrita, pra não ficar lendo coisa errada com cara de "oficial". Fora isso, ela melhorou muito de um para o outro. Então não julguem a autora com base nesse livro aqui.
A história vai perdendo o ritmo, meio que se perde em balancear conteúdo e ação. Chegou a tal ponto que eu decidi fechar o livro e ir dormir no meio de um ataque(!) ou de eu nem me importar mais no momento das "grandes revelações". Cheguei até a começar uma leitura dinâmica, para terminar logo.
Quando está quase acabando, o livro consegue se recuperar bem, voltando a ser tão interessante quanto antes. Mas já é tarde demais para salvar o livro (o que dá uma certa pena). A história tinha um potencial de ser algo no nível de Cidade dos Ossos, ou até mais. Os personagens são bem legais, a proposta também. Só que o desenvolvimento foi até chato.
Acho que com tanto livro bom por aí, não vale a pena perder tempo com esse (achei que não valeria nem listar os problemas aqui). A notícia boa é que a Luiza Salazar continua tendo histórias com potencial viciante e melhorou muito em "Bios". A ação desse último prende, a Luiza melhorou muito na descrição das lutas, os personagens são MUITO legais e o desenvolvimento geral é quase 100%. Mas isso você pode descobrir na resenha de Bios da Igra.
Queria fazer um comentário aqui sobre autores e editoras
Eu não queria que essa resenha terminasse com um "A Luiza Salazar é uma escritora ruim", por isso achei que valia um comentário. Se você for ver os agradecimentos de boa parte dos escritores americanos vai perceber que há uma equipe enorme de gente trabalhando em cima dos livros. Já vi um agradecimento tipo "Obrigada Fulaninha por me mostrar tais coisas e me fazer reformular o livro inteiro". A própria Suzanne Collins (Jogos Vorazes) recebeu ajuda. Enquanto eu pesquisava sobre de onde ela tirou a ideia para os livros encontrei uma entrevista com a Kate Egan, editora dela, falando que pediu para a Suzanne trabalhar um pouco mais na relação Gale-Katniss-Peeta. O próprio Rick Riordan diz que passava os manuscritos de Percy Jackson pela aprovação dos filhos.
Essas pessoas que influenciam não são tipo "muda essa porcaria porque isso não vende", é muito mais alguém que olha de fora, enxerga o potencial, e vê o que pode ser aproveitado.
Tudo começa como uma história no estilo de Instrumentos Mortais ou a série Supernatural (A Agência é responsável por resolver problemas sobrenaturais) e com um clima de O Código Da Vinci. E começa realmente bem: Lara, uma agente esquentadinha, meio cabeça dura, que só quer saber de ação, está irritada até a alma por ter sido obrigada a fazer serviço interno. Para a sorte dela (ou azar), ela é uma das melhores agentes e algo muito estranho aconteceu em Paris. Algo muito além de qualquer coisa que a Agência já tenha enfrentado. Então Lara, um demônio e um ex-agente acabam responsáveis por uma missão secreta para descobrir o que está acontecendo.
Até esse ponto, tudo ótimo. Lara tem uma raiva mortal do demônio, está incerta e feliz pela volta de Jason, o ex-agente. Você quer saber o que eles vão fazer e o que vai acontecer com essa tensão toda entre eles (uma garota e dois garotos em um livro = VAI acontecer alguma coisa). Aí a história começa a desandar. Desandam a tal ponto que eu não indico esse livro para ninguém (sério).
Em "Bios" já tinha um pouco dos problemas de revisão (que praticamente nem existiu) e de evolução da narrativa, mas passa a ser uma obra-prima perto de "Os Sete Selos". A impressão é de que a Underworld publicou o rascunho da Luiza Salazar. Não há revisão, não há edição. Se teve, foi extremamente mal feita.
*Só um comentário: Em Bios, a história é legal e eu indico. Só não indico para os que têm problema de escrita, pra não ficar lendo coisa errada com cara de "oficial". Fora isso, ela melhorou muito de um para o outro. Então não julguem a autora com base nesse livro aqui.
A história vai perdendo o ritmo, meio que se perde em balancear conteúdo e ação. Chegou a tal ponto que eu decidi fechar o livro e ir dormir no meio de um ataque(!) ou de eu nem me importar mais no momento das "grandes revelações". Cheguei até a começar uma leitura dinâmica, para terminar logo.
Quando está quase acabando, o livro consegue se recuperar bem, voltando a ser tão interessante quanto antes. Mas já é tarde demais para salvar o livro (o que dá uma certa pena). A história tinha um potencial de ser algo no nível de Cidade dos Ossos, ou até mais. Os personagens são bem legais, a proposta também. Só que o desenvolvimento foi até chato.
Acho que com tanto livro bom por aí, não vale a pena perder tempo com esse (achei que não valeria nem listar os problemas aqui). A notícia boa é que a Luiza Salazar continua tendo histórias com potencial viciante e melhorou muito em "Bios". A ação desse último prende, a Luiza melhorou muito na descrição das lutas, os personagens são MUITO legais e o desenvolvimento geral é quase 100%. Mas isso você pode descobrir na resenha de Bios da Igra.
Queria fazer um comentário aqui sobre autores e editoras
Essas pessoas que influenciam não são tipo "muda essa porcaria porque isso não vende", é muito mais alguém que olha de fora, enxerga o potencial, e vê o que pode ser aproveitado.
E daí? E daí que eu acredito que falte profissionais desse tipo no Brasil (ou pelo menos bons...). As editoras daqui estão muito acostumadas a pegar algo com garantia de sucesso lá fora e só traduzir. Acho que todo mundo sabe a dificuldade de um novo autor aqui no Brasil, tem editora grande que nem publica. E quando eles conseguem uma editora, ou publicam sozinhos, muitos tropeçam nessa parte da revisão/edição.
Agora vamos torcer para essa situção melhorar, para a Luiza Salazar resolver o problema dos porques inseparáveis e para ela continuar escrevendo. Com certeza vou dar uma olhada em um próximo livro dela.
Sobre a nota: Eu vi que a média (entre as que deram nota das 190 que leram no Skoob) é de 4. Mas por mais que a história tenha um potencial, tropeça em tantos problemas que eu não consigo dar mais do que 2 conversinhas. Eu normalmente sou legal, só não me contento com qualquer coisa.
Classificação:
(2/5 conversinhas)
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4 comentários
Alou, Dana (:
ResponderExcluirConfesso que eu não gostei da capa desse livro, embora a sinopse seja um pouco interessante. Não li nada da autora até agora, mas pretendo ler "Bios" em breve. Só que "Os Sete Selos" não me pareceu muito bom. Tenho sérios problemas com ritmo lento, e não consigo engolir livro (nem qualquer tipo de texto) com muitos erros de escrita. Sério, parece implicância, mas incomoda demais... prejudica muito a qualidade da leitura.
Por tudo isso, e também por sua opinião negativa do livro - que, aliás, eu respeito muito -, não vou lê-lo.
Ah, e também concordo com essa coisa de melhorar a revisão dos livros... é uma parte muito importante do processo de publicação que não é levado tão a sério quanto deveria. Um dos motivos pelo qual muitos autores brasileiros não vão pra frente...
Enfim. Parabéns pela resenha (:
Até mais o/
Oi Dana, sempre que leio algo aqui eu desço o texto pra ver as "conversinhas", logo em seguida leio a resenha. Quando vi uma conversinha tão baixa, resolvi investigar o pq haha! Fiquei triste, embora eu entenda bem o que você quis dizer sobre a autora não merecer ser julgada como um fracasso por apenas esse livro, e também, pelo que entendi a diagramação do livro não está boa e ai é com a editora. Mas isso só contribui para o preconceito que muita gente tem (inclusive eu, e muito) com literatura nacional.
ResponderExcluirQueria aproveitar o gancho pra fazer um pedido de post, posso, posso? De uns tempos pra cá tem aparecido diversos escritores brasileiros, eu pessoalmente gostaria de dar uma chance mas não sei por onde começar.
Seria legal um post com indicações dos melhores livros nacionais, pra quem como eu tá perdido nesse mundão verde e amarelo. Poucos, mas bons, irados, porretas, sabe? O que você acha?
HUAHA essa foi a mais baixa do blog! Tive até que fazer uma nota nova. Eu também fiquei triste, adoro quando tem livro nacional bom pra eu me orgulhar. E a Underworld tem muito problema mesmo, que só piora a situação (mas é com todo tipo de livro).
Excluirclaro que pode! nós do blog já conversamos sobre a sua ideia e estamos planejando algo, só vai demorar um pouco porque acho que também to precisando aumentar minha lista de leituras nacionais. Mas com certeza vamos fazer. Muito obrigada por indicar e adorei a ideia (:
Uma penas este problemas, capricharam tanto na capa e esqueceram o recheio.
ResponderExcluirBjs, Rose.