as vantagens de ser invisível
CCIndicação
[Indicação] As Vantagens de Ser Invisível, de Stephen Chbosky
17.10.12Paulo V.
por Dana Martins e Paulo V. Santana
Hoje é quarta-feira, dia em que postamos uma resenha de um livro aqui no blog. Porém, o fato da agenda estar um pouco apertada, o lançamento do filme ser na próxima sexta, 19, e ainda a vontade enorme que eu e Dana estávamos tendo de falar sobre esse livro aqui no blog, resolvemos postar essa indicação hoje. Vamos lá.
As Vantagens de Ser Invisível (The Perks of Being a Wallflower)
Autor: Stephen Chbosky
Editora: Rocco
“He's a wallflower. You see things. You keep quiet about them. And you understand.”
O livro é formado por cartas que Charlie, nome que ele decide usar, envia para um desconhecido. Essas cartas são tipo o diário dele, só que por motivos que você vai descobrir lendo, ele prefere enviar para outra pessoa ler. Nessas cartas Charlie fala de tudo: da escola, das matérias que estuda, das pessoas que conhece, da própria família... tudo o que um adolescente qualquer pode acabar falando. Só que não é apenas uma série de relatos sobre a rotina de um adolescente, são esses relatos contados através da visão peculiar do Charlie. Ele pensa, repensa e observa as pessoas. Fala sobre música, filmes e festas. Mas antes que você pense que vai ser o "Diário da Tati" versão americana, continue lendo para entender.
Dana:
A equipe do CC saiu junto e eu estava combinando com o Paulo essa indicação quando o meu irmão perguntou: "É sobre o que?" e a Igra ao mesmo tempo "É sobre bullying?". Fiquei sem palavras para responder ao meu irmão e neguei a parte do bullying. O Paulo também ficou sem jeito, mas respondeu "é sobre cartas". Isso não faz sentido nenhum, mas me fez pensar.
O título em português, apesar de legal, pode dar a entender errado. Em inglês o título é "The Perks of Being a Wallflower". As vantagens de ser uma "wallflower", que não tem um bom significado em português. Além do significado dado no próprio livro (quote lá em cima), você também pode dizer que é "alguém que prefere observar em vez de experimentar a vida". E o livro é meio que isso. Charlie é assim.
Paulo:
A Dana já fez uma definição boa e básica sobre o livro, mas eu queria comentar um pouco dessa coisa do "sobre o que é o livro?". Sabe quando você gosta tanto de um livro que você não sabe verbalizar esse sentimento? "The Perks..." é, pelo menos para mim, esse sentimento amplificado muitas e muitas vezes. Eu não sei dizer o quanto eu amei e me identifiquei com esse livro e se eu for entrar em detalhes, vou estar quase escrevendo coisas tão íntimas quanto o Charlie.
E o curioso do livro é que mesmo se eu não tivesse gostado (é possível acontecer isso com alguém?!), não saberia como descrevê-lo. É muito difícil descrever o livro em apenas uma frase, e se isso for feito como eu mesmo fiz, dizendo "é sobre cartas" ou "são cartas de um menino", vai parecer errado. Ele é muito mais do que isso.
Dana:
A equipe do CC saiu junto e eu estava combinando com o Paulo essa indicação quando o meu irmão perguntou: "É sobre o que?" e a Igra ao mesmo tempo "É sobre bullying?". Fiquei sem palavras para responder ao meu irmão e neguei a parte do bullying. O Paulo também ficou sem jeito, mas respondeu "é sobre cartas". Isso não faz sentido nenhum, mas me fez pensar.
O título em português, apesar de legal, pode dar a entender errado. Em inglês o título é "The Perks of Being a Wallflower". As vantagens de ser uma "wallflower", que não tem um bom significado em português. Além do significado dado no próprio livro (quote lá em cima), você também pode dizer que é "alguém que prefere observar em vez de experimentar a vida". E o livro é meio que isso. Charlie é assim.
Paulo:
A Dana já fez uma definição boa e básica sobre o livro, mas eu queria comentar um pouco dessa coisa do "sobre o que é o livro?". Sabe quando você gosta tanto de um livro que você não sabe verbalizar esse sentimento? "The Perks..." é, pelo menos para mim, esse sentimento amplificado muitas e muitas vezes. Eu não sei dizer o quanto eu amei e me identifiquei com esse livro e se eu for entrar em detalhes, vou estar quase escrevendo coisas tão íntimas quanto o Charlie.
E o curioso do livro é que mesmo se eu não tivesse gostado (é possível acontecer isso com alguém?!), não saberia como descrevê-lo. É muito difícil descrever o livro em apenas uma frase, e se isso for feito como eu mesmo fiz, dizendo "é sobre cartas" ou "são cartas de um menino", vai parecer errado. Ele é muito mais do que isso.
Dana:
Alguns livros estão presos a personagens legais, outros a resoluções de aventuras... mas As Vantagens de Ser Invisível é sobre a forma que você encara a vida. Eu li em uma noite e o tempo inteiro eu me surpreendia aproveitando a leitura. Eu não consigo expressar de outro jeito que não sendo "foi gostoso ler". Não sei como ficou em português, mas em inglês as palavras se encaixam tão bem. Se eu pegar o livro a qualquer momento e ler uma página ou outra é capaz de eu ler tudo outra vez - e ainda descobrir coisas novas durante a leitura*.
*Isso pode parecer normal, mas eu acho que não li mais de 3 vezes o meu livro "preferido" até hoje e não é apenas o simples "reparar nos detalhes".
Algo que eu só vim me dar conta recentemente é que da maneira que o autor faz, dando nomes "falsos" aos personagens e não falando a quem ele se dirige, fica de um modo que o livro poderia ser pra você. Na verdade, as cartas do Charlie são pra você. E mais do que isso: está falando sobre a sua escola, as pessoas que você conhece. Aqui no Brasil isso não funciona 100% por causa de diferenças culturais, mas serve de algum modo. É como se fosse a adolescência (e a vida!) contada de uma maneira interessante.
De certo modo, dá até para relacionar com "An Imperial Affliction", o livro fictício de A Culpa é das Estrelas. Só que Perks é sobre uma pessoa que sofre de adolescência, não de câncer. Mas é o mesmo tipo de livro: aquele que você coloca na cabeceira, lê e relê aproveitando as palavras, vira quase seu manual... Se você quiser pensar a história, é claro.
Paulo:
Lembram quando teve o especial #CulpaDoJohnGreen e eu ficava o tempo inteiro falando que vocês >deveriam< ler esse livro? Então, agora com esse livro é meio que o contrário. A comparação que a Dana fez de Peks/An Imperail Affliction exemplifica isso perfeitamente. Me sinto como a Hazel, que ama tanto o livro que não quer falar dele para ninguém e, para ser sincero, lá no fundo, essa é a minha vontade tamanha a importância desse livro para mim. Mas vou abrir uma exceção porque vocês são lindos. <3
A Dana falou de como as coisas que o Charlie conta "são" a nossa vida e eu devo apontar ainda as épocas - o livro foi lançado há 13 anos atrás, em janeiro de 1999! E arrisco dizer que ele deve ter sido escrito no mesmo período das datas que o Charlie usa em suas cartas 1991/1992, porque se é difícil publicar um livro atualmente, imagina na década de 1990, quando não havia esse boom de Young Adult que temos hoje?
De qualquer forma, faz mais de DEZ anos que o livro foi lançado e os temas tratados são tão atuais! Não é como se tivesse algo que você pega e fala "Ah, isso aqui já não é mais assim". Sendo sincero, fico até assustado com a contemporaneidade do livro e acredito que daqui a mais dez anos ele ainda vai ser atual.
As sociedades avançam, os anos passam, as pessoas mudam, mas o sentimentos da adolescência são sempre intensos. É por isso que vocês devem ler esse livro. E depois passarem para os seus filhos e depois para os seus netos. E esse livro tem que continuar passando.
Dana: Acho que o próprio livro mostra o que o Paulo disse muito bem com um dos quotes mais marcantes.
Alguns livros estão presos a personagens legais, outros a resoluções de aventuras... mas As Vantagens de Ser Invisível é sobre a forma que você encara a vida. Eu li em uma noite e o tempo inteiro eu me surpreendia aproveitando a leitura. Eu não consigo expressar de outro jeito que não sendo "foi gostoso ler". Não sei como ficou em português, mas em inglês as palavras se encaixam tão bem. Se eu pegar o livro a qualquer momento e ler uma página ou outra é capaz de eu ler tudo outra vez - e ainda descobrir coisas novas durante a leitura*.
*Isso pode parecer normal, mas eu acho que não li mais de 3 vezes o meu livro "preferido" até hoje e não é apenas o simples "reparar nos detalhes".
Algo que eu só vim me dar conta recentemente é que da maneira que o autor faz, dando nomes "falsos" aos personagens e não falando a quem ele se dirige, fica de um modo que o livro poderia ser pra você. Na verdade, as cartas do Charlie são pra você. E mais do que isso: está falando sobre a sua escola, as pessoas que você conhece. Aqui no Brasil isso não funciona 100% por causa de diferenças culturais, mas serve de algum modo. É como se fosse a adolescência (e a vida!) contada de uma maneira interessante.
De certo modo, dá até para relacionar com "An Imperial Affliction", o livro fictício de A Culpa é das Estrelas. Só que Perks é sobre uma pessoa que sofre de adolescência, não de câncer. Mas é o mesmo tipo de livro: aquele que você coloca na cabeceira, lê e relê aproveitando as palavras, vira quase seu manual... Se você quiser pensar a história, é claro.
Paulo:
Lembram quando teve o especial #CulpaDoJohnGreen e eu ficava o tempo inteiro falando que vocês >deveriam< ler esse livro? Então, agora com esse livro é meio que o contrário. A comparação que a Dana fez de Peks/An Imperail Affliction exemplifica isso perfeitamente. Me sinto como a Hazel, que ama tanto o livro que não quer falar dele para ninguém e, para ser sincero, lá no fundo, essa é a minha vontade tamanha a importância desse livro para mim. Mas vou abrir uma exceção porque vocês são lindos. <3
A Dana falou de como as coisas que o Charlie conta "são" a nossa vida e eu devo apontar ainda as épocas - o livro foi lançado há 13 anos atrás, em janeiro de 1999! E arrisco dizer que ele deve ter sido escrito no mesmo período das datas que o Charlie usa em suas cartas 1991/1992, porque se é difícil publicar um livro atualmente, imagina na década de 1990, quando não havia esse boom de Young Adult que temos hoje?
De qualquer forma, faz mais de DEZ anos que o livro foi lançado e os temas tratados são tão atuais! Não é como se tivesse algo que você pega e fala "Ah, isso aqui já não é mais assim". Sendo sincero, fico até assustado com a contemporaneidade do livro e acredito que daqui a mais dez anos ele ainda vai ser atual.
As sociedades avançam, os anos passam, as pessoas mudam, mas o sentimentos da adolescência são sempre intensos. É por isso que vocês devem ler esse livro. E depois passarem para os seus filhos e depois para os seus netos. E esse livro tem que continuar passando.
Dana: Acho que o próprio livro mostra o que o Paulo disse muito bem com um dos quotes mais marcantes.
"And in that moment, I swear we were infinite."
E o filme?
Eu gostei dos atores e acho que de alguma forma eles se encaixam com os personagens. O trailer tem a ver com a história. É meio que uma boa sinopse para quem quer saber do livro. Mas... Mas... Sempre tem um "mas", né? O diferencial do livro é como o Charlie conta a história, as mil pequenas reflexões em cada situação. Espero me surpreender, mas acho difícil eles conseguirem colocar isso nas telas em um filme comum. Até já conversei sobre isso no twitter do CC. O lado bom é que o próprio autor, o Stephen Chbosky, fez o roteiro e dirigiu o filme. O que não é garantia de nada, mas já ajuda. Vamos ver.
Paulo:
Se você já leu algum dos meus Livro vs. Filme (aliás, tenho que voltar a fazer essa coluna, mas quando eu vejo um filme que foi adaptado de um livro, ele fica mofando na wishlist e quando eu leio um livro que tem filme eu enrolo eras para assistir, aí entra em um ciclo sem fim e--), sabe que eu costumo gostar bastante de filmes baseados em livros.
Eu tenho bem clara na minha cabeça essa ideia de que um filme é um filme e um livro é um livro, são mídias muito diferentes. Quando você está escrevendo um livro, você está interessado em fazer algo que toque as pessoas, não se faz livros pensando no lucro*. No mercado cinematográfico é diferente, fazendo uma generalização, os estúdios estão fazendo filmes para ter lucro, afinal, do que adianta você gastar muito dinheiro fazendo algo realmente legal se não tem público? Então eu entendo (foco no "entender", que é diferente de "gostar") perfeitamente quando são feitas mudanças e, dependendo de como for, eu gosto de verdade porque esse tipo de filme é a visão de uma outra pessoa sobre a história, acho isso fantástico.
* Se você quer escrever e está pensando nisso, vá por mim, você está começando errado.
Nesse caso específico, do filme de um dos livros que eu mais gosto, eu mantenho essa mesma opinião. Até porque, como a Dana disse, o roteirista e o diretor é o próprio Stephen Chbosky, ou seja, é o livro dele na visão dele mesmo! O que eu espero é que seja um bom filme, porque "As vantagens..." merece. Mas se eu fiquei arrepiado com o trailer, imagina com o filme mesmo? E se você me segue no twitter nem preciso dizer que amo o cast com todas as minhas forças por motivos de: Ezra Miller. haha
Até mais!
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2 comentários
Hey, guys!
ResponderExcluirPrimeiro de tudo, achei muito legal vocês fazerem um post sobre "As Vantagens de ser Invisível" aqui. Eu meio que estava naquela fase de querer ler o livro antes de ir pro cinema ver o filme, pra comparar os dois (e também porque tem a Emma Watson - !!! - no elenco e que queria entender bem sua personagem). Infelizmente, isso não será possível, pois eu sou lerdo e NEM ME TOQUEI QUE A ESTREIA DO FILME ESTAVA CHEGANDO!! Sei que eu deveria ter adquirido o livro bem antes, mas agora que vocês falaram dele aqui ele subiu bastante na ordem de compras.
Eu não sabia nada sobre a história, e estava meio tipo a Igra ("é sobre Bullying?"), mas o livro parece ser profundo e também contado de modo original. Passei a valorizar livros que não sejam de fantasia um pouco mais depois que li ACEDE, e "As Vantagens..." parece uma boa obra do gênero.
O que mais me animou nesse texto foi compararem o livro ao "Uma Aflição Imperial", porque tipo, uma das relações de amor mais lindas de ACEDE é a dos personagens com o livro, então se vocês sentiram aquilo com "As Vantagens...", deve ser muito bom mesmo.
Como eu disse, não sei quando vou poder ler o livro (depois que eu conheci o CC eu comecei a ver indicações muito boas e comprar livros sem parar, e tipo, preciso me controlar um pouco x:). Vocês acham que vale a pena esperar e assistir o filme em DVD? Ou eu vou pro cinema e leio depois? Dúvida cruel ):
Estou muito mais animado com "As Vantagens..." agora, obrigado pela indicação (: Todas as indicações daqui são ótimas. E sim Paulo, faça mais posts da coluna Livro vs. Filme! São muito legais :D
Parabéns pelo post! Gostei bastante do formato que vocês o apresentaram (:
Enfim... Até logo! :D
Eu sou uma grande WatsonLover, e estava mais encantada pela história por causa da Emma, mas então li o livro a um tempo atras, e simplesmente a Emma não é a unica razão de eu estar assistindo o filme, me apaixonei.
ExcluirComo o Paulo falou esse é um daqueles livros que não se pode deixar a história morrer, é como "O Pequeno Principe", "Alice no Pais das Maravilhas" que você sempre vai querer passar pros seus filhos e netos, só que "As Vantagens de Ser Invisivel" trata mais sobre a adolescência, e o livro trata da nossa vida, de nós mesmos, de coisas que não temos coragem de falar (e não estou falando de sexo, drogas e coisas afins, embora o livro seja muito forte em relação a isso), como as confusões na nossa cabeça, e principalmente nossos sentimentos. E garanto que sua história é daquelas tão intrigantes que tu fica com ela na cabeça por milhares de dias *-*
Bom, João e outros que tiverem a mesma duvida, eu pelo mesmo acho que não teria problema em assistir o filme antes de ler o livro, por que realmente o filme não vai narrar o pensamento de Charlie, e sim o que está acontecendo em sua volta, e a coisa mais importante do livro, pelo menos pra mim, é a forma como o Charlie descreve o que ele esta pensando, e isso é o que nos mais cativa.