por Paulo V. Santana
- Autora: Pauline Alphen
- Editora: Cia. das Letras
Mini-crítica:
Em um futuro distante, catástrofes aconteceram no mundo e a população restante se reergueu em comunidades esparsas. É aí que conhecemos o vale de Salicanda e dois irmãos gêmeos que o habitam, Jad e Claris. O livro narra a história desses irmãos de 12 anos que querem descobrir mais sobre o passado da humanidade e a história deles mesmos.
Eu adorei a ideia, porém, achei a execução meio frustrante. A autora optou por ser bem detalhista na explicação do mundo, o que deixou tudo bem lento e gerou uma leitura um pouco arrastada. Apesar disso, gostei bastante da "bandeira" feminista levantada pela Claris e adorei alguns personagens, como a família Borges e o Ugh. Não é o melhor livro que eu li, mas tenho bastante curiosidade para continuar a saga.
Eu adorei a ideia, porém, achei a execução meio frustrante. A autora optou por ser bem detalhista na explicação do mundo, o que deixou tudo bem lento e gerou uma leitura um pouco arrastada. Apesar disso, gostei bastante da "bandeira" feminista levantada pela Claris e adorei alguns personagens, como a família Borges e o Ugh. Não é o melhor livro que eu li, mas tenho bastante curiosidade para continuar a saga.
Quer saber mais? Clique abaixo para conferir a resenha completa.
*Como os anos são chamados.
Os gêmeos têm uma vida meio
presa no castelo onde vivem. Têm poucos amigos, sua mãe, Sierra, desapareceu
quando tinham três luadas e os dois e o pai, Eben, mantêm uma vida meio isolada. E é
essa “redoma” em que eles vivem que dá o ponto de partida no livro. Isso
porque eles não conhecem a história da humanidade nem detalhes sobre o
desaparecimento da mãe. A curiosidade das crianças vai aumentando quando
conhecem Bahir, um sábio dono de sebo, e descobrem um jogo misterioso.
“Os Gêmeos” foi uma leitura
frustrante. Eu esperava bastante do livro, mas o que eu recebi não me agradou
muito. Esse livro foi mais um daqueles casos em que a história é muito boa, mas
a execução e a escrita não deixam que fique tudo perfeito.
Para mim, depois da história
legal, o mais importante em um livro é o ritmo. O livro tem que começar já em
um ritmo bacana para que o leitor consiga entrar na história e acompanhar o
mundo criado pelo autor. Infelizmente, o livro não cumpriu isso. No geral, ele
é muito lento. Para ter ideia, praticamente toda a primeira parte do livro
(mais ou menos 140 páginas) é parada, somente com uma introdução da vida dos
gêmeos. Além disso, as coisas só começam a ficar agitadas para valer nos
últimos capítulos e a autora ainda terminou o livro no meio do clímax. ;x
Outra coisa importante a ser
comentada dentro da escrita são os diálogos, que não me agradaram. A Bia (do
Nem um Pouco Épico) fez uma resenha do livro um tempinho atrás que tem um trecho que expressa bem o que eu senti quanto a
isso:
(...) a falta de quebra e descrição entre os diálogos (...). Os diálogos eram [diálogo completamente fictício]:
"- O que esse anel faz? – Claris perguntou ao Blaise.- Esse é um mistério que você terá que descobrir sozinha.- Ooh, eu irei descobrir! E blábláblá.- Blábláblá”
Enquanto, na minha opinião, mais pausas durante os diálogos tornariam a narrativa mais profunda, tipo:
"- O que esse anel faz? – Claris perguntou a Blaise .Ele franziu os olhos sábios, o que lhe dava um ar ainda mais oriental em conjunto com a sua barba de mandarim.- Esse é um mistério que você terá de descobrir sozinha. – respondeu ele solenemente, como uma profecia concreta que não poderia ser modificada.Então, Claris arregalou os olhos azuis, mas se manteve desafiadora como sempre.- Ooh, eu irei descobrir! E blábláblá.- Blábláblá – retrucou ele.”
Apesar desses problemas, uma
coisa bem legal na história é a importância que a autora dá às personagens
femininas. Durante praticamente todo o livro a Claris fica carregando a
bandeira de que as meninas também podem fazer o mesmo que os meninos e eu achei
isso bem legal. E a garota também vive falando de livros como a trilogia O Senhor dos Anéis, a série Harry Potter, a trilogia Fronteiras do Universo e até os filmes
de Star Wars. Foi amor instantâneo.
O Bahir Borges, que vira
instrutor dos irmãos - e sua mulher e suas filhas - também merecem destaque, gostei
muito deles. O Ugh, filho da ama dos gêmeos e que conviveu com eles desde
pequeno, é outro personagem bacana e, na minha opinião, ele é bem mais legal
que o próprio Jad.
Bom, infelizmente, o livro não
funcionou para mim. Entretanto, eu estou bem ansioso pela continuação porque,
como disse acima, o livro termina bem no clímax e, se a autora mantiver o
segundo livro no ritmo que parou o primeiro, as coisas devem melhorar bastante.
O livro foi um oferecimento da nossa parceira, a Companhia das Letras! Obrigado! :D
Até! ;)
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Paulo V. Santana
5 comentários
Oi Paulo (:
ResponderExcluirNem preciso dizer que adorei sua resenha, né? dfkgkfg. Bom, o contexto geral da história parece muito interessante e original. Achei legal essa coisa de "futuro medieval", por ser meio diferente das histórias futurísticas que vemos pro aí. Outra coisa que interessante é o fato dos personagens tentarem descobrir o passado, que eu acho que cai bem num livro.
Mas as chances de eu ler "Os gêmeos" caíram muito por causa da narração. Assim como você, eu considero isso muito importante quando eu leio algo. Se a narração não for boa, a história perde o brilho. E parece que foi isso o que aconteceu aí...
Este livro vai pra lista dos "vou ler se me emprestarem ou me derem de presente", pois pra comprar eu acho meio difícil... mas quem sabe, né? Se algum dia eu conseguir o livro, digo o que achei.
Abraços <: Até mais o/
Entendo você, João, e acho que eu faria o mesmo. Antes de ler eu sabia que ia gostar da história, mas como eu já havia lido algumas resenhas negativas desconfiava que poderia não gostar dele. Para ser sincero, se o livro não fosse de parceria talvez eu até abandonasse e deixasse para continuar um dia. ;x
ExcluirObrigado pelo comentário. :D
- Paulo
Li resenha sobre este livro em outro blog, e também achei a ideia bacana. :) Mas também dou importância a dinamicidade da coisa, e se fica descritivo demais, começa a me dar sono... :/
ResponderExcluirTomara que a autora consiga manter o ritmo no próximo livro e evolua na escrita tbm. :)
bjs!
A ideia foi bem criativa, devo reconhecer. A maioria dos livros que tem se ambientado no futuro são distópicos, e me parece que o genero já deu uma saturada né?
ResponderExcluirMesclar essas referencias atuais a um mundo medieval deve ter sido bem interessante.
Eu tbm me frustro mto quando a execução do livro deixa a desejar... Mas sendo esse o primeiro livro, é provavel que a autora melhore no próximo.
Se tiver a oportunidade, creio que vou ler o livro.
Indicamos vcs para dois memes lá no blog. Espero que gostem.
Abraço,
Alexandre
www.alemdacontracapa.blogspot.com
Oi, Alexandre! Devo confessar que acho classificar "Os Gêmeos" como distópico é uma ideia meio equivocada porque pelo menos no primeiro livro não há nenhuma sociedade opressora controlando tudo. Acho que as pessoas hoje em dia dizem que tudo é distopia só por passar no futuro. Aliás, nem classificaria o pós-apocalíptico porque normalmente os livros do estilo mostram o povo tentando reconstruir a sociedade e "Os Gêmeos" mostra tudo depois do que isso já aconteceu.
ExcluirObrigado pelo comentário! :)
- Paulo