por Dana Martins
- Autora: Ian McEwan
- Editora: Companhia das Letras
- No skoob
Mini-crítica:
O livro conta a história de Serena e como ela acabou se envolvendo com o serviço secreto britânico (tipo a CIA de lá). Mas não se engane: essa não é uma história de 007. Quando a sinopse diz "Serena é um romance sobre espiões" fala muito mais sobre o desenvolver do livro, o que você só vai entender se chegar ao final ou se já conhece outros livros do autor. Indicado para você que gosta de histórias sobre a vida comum adulta, de política ou quer pensar sobre o que significa escrever.
Quer saber mais? Clique abaixo para conferir a resenha completa.
O livro é narrado em primeira pessoa por Serena, que vai contando a história de sua vida. Fala sobre a sua família, como cresceu e o que a levou a ir parar em uma faculdade de matemática, mesmo querendo fazer letras. Depois mostra o relacionamento com um namorado que praticamente a treinou para trabalhar no serviço de inteligência britânico. E como foi trabalhar lá.
Foi um livro que começou com uma escrita bem legal, um estilo de narração interessante, mas aos poucos foi se dissolvendo na história de vida da personagem que, como é dito no próprio livro, é uma "vidinha". Imagine uma pessoa sem muitas pretensões, atrás de um marido e trabalhando em um cargo inferior, mas estável, do governo. E são umas 300 páginas disso. Com baldes de informações sobre a política da época e o serviço secreto. É tipo ler a parte para mães (porque dever ter alguma) e a parte de política do jornal.
É claro que não é apenas isso - e eu acredito que aí está o que fez o nome do autor. A escrita é realmente boa e fluida, o jeito de contar a história também. Além disso, existe submersa uma discussão sobre a própria literatura muito boa. Vários detalhes, referências e escolhas do autor (que faz um livroinception danado com o que a personagem lê). O final, que comentar seria um baita spoiler, também faz você enxergar tudo o que leu com outros olhos.
Infelizmente, mesmo esses detalhes não fizeram a leitura ser menos cansativa para mim. Eu literalmente precisei me arrastar pelas páginas na maioria das vezes. Acredito que todo tipo de história, além da história em si e a forma que ela é desenvolvida, precisa de "combustível". É como se a gente fosse um motor e precisasse que a história nos forcesse algum tipo de combustível para ir em frente. Em Serena, o combustível não entrou em equilíbrio com o meu motor.
Esse livro é indicado para os leitores do Ian McEwan, que pelo que eu vi em resenhas já estavam acostumados com o clima e até acharam meio clichê a história. Eu não indicaria esse como primeiro livro do autor. Se você for um leitor de litaratura mais "adulta" ou gostar da parte de política do jornal, eu também indico. Eu, muitas vezes, não tenho paciência para o drama da vida comum de adultos (os livros da Marian Keyes, por exemplo), então talvez você tenha mais chances de gostar. Ir do apenas YA para esse é tipo ir do toddynho pra cachaça pura, nem um pouco indicado.
Sobre a Nota: Vou dar 4 porque a escrita dele e como ele desenvolve a história... é de um modo muito bom. A forma como ele trata a literatura é como se fosse uma experimentação de escrita. Mas eu não posso fazer mais do que isso, porque foi até chato ler.
Foi um livro que começou com uma escrita bem legal, um estilo de narração interessante, mas aos poucos foi se dissolvendo na história de vida da personagem que, como é dito no próprio livro, é uma "vidinha". Imagine uma pessoa sem muitas pretensões, atrás de um marido e trabalhando em um cargo inferior, mas estável, do governo. E são umas 300 páginas disso. Com baldes de informações sobre a política da época e o serviço secreto. É tipo ler a parte para mães (porque dever ter alguma) e a parte de política do jornal.
É claro que não é apenas isso - e eu acredito que aí está o que fez o nome do autor. A escrita é realmente boa e fluida, o jeito de contar a história também. Além disso, existe submersa uma discussão sobre a própria literatura muito boa. Vários detalhes, referências e escolhas do autor (que faz um livroinception danado com o que a personagem lê). O final, que comentar seria um baita spoiler, também faz você enxergar tudo o que leu com outros olhos.
Infelizmente, mesmo esses detalhes não fizeram a leitura ser menos cansativa para mim. Eu literalmente precisei me arrastar pelas páginas na maioria das vezes. Acredito que todo tipo de história, além da história em si e a forma que ela é desenvolvida, precisa de "combustível". É como se a gente fosse um motor e precisasse que a história nos forcesse algum tipo de combustível para ir em frente. Em Serena, o combustível não entrou em equilíbrio com o meu motor.
Esse livro é indicado para os leitores do Ian McEwan, que pelo que eu vi em resenhas já estavam acostumados com o clima e até acharam meio clichê a história. Eu não indicaria esse como primeiro livro do autor. Se você for um leitor de litaratura mais "adulta" ou gostar da parte de política do jornal, eu também indico. Eu, muitas vezes, não tenho paciência para o drama da vida comum de adultos (os livros da Marian Keyes, por exemplo), então talvez você tenha mais chances de gostar. Ir do apenas YA para esse é tipo ir do toddynho pra cachaça pura, nem um pouco indicado.
Sobre a Nota: Vou dar 4 porque a escrita dele e como ele desenvolve a história... é de um modo muito bom. A forma como ele trata a literatura é como se fosse uma experimentação de escrita. Mas eu não posso fazer mais do que isso, porque foi até chato ler.
O livro foi um oferecimento da nossa parceira, a Companhia das Letras! Obrigado! :D
Até! ;)
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10 comentários
Eu fiquei super encantado com a sinopse e com a capa, rs. Parece falar de algo diferente do que já li, só que devia-se cativar mais na curiosidade do leitor né? Que pena que você não gostou..
ResponderExcluirAbraços, Desleituras em série passa lá depois.
Oi Dana (:
ResponderExcluirEu já tinha me deparado com a capa do livro em algum site por aí (Skoob, talvez? Não me lembro...), e embora ela seja muito bonita eu nem parei para ler a sinopse do livro. Bom, parece que eu não perdi muita coisa...
Sou muito crítico nessa questão do livro te dar "combustível" para continuar lendo (aliás, ótima colocação). História arrastada não dá, né? E eu também não estou acostumado a ler livros adultos, então é meio contra-indicado pra mim.
Mesmo que o livro não me interesse, a resenha ficou ótima. Adorei seus argumentos. E a comparação "do toddynho pra cachaça pura" foi ótima, kkk'
Abraços (:
Hmm, quero muito ler esse livro, mas quero ler o "Reparação" antes... ._. Gostei bastante da capa e da sinopse tbm! :) Pena saber que a história é meio parada, mas acho que é bem o estilo desse escritor mesmo. :/
ResponderExcluirbjs bjs!
Danna!
ResponderExcluirSempre fui muito curiosa pelo Ian, não vou mentir... Desde que vi um livro que começa com a seguinte frase: "E os dois eram virgens aquela noite..." Acho que é de "A Praia". Serena foi um livro que me atraiu muito por causa da capa, achei bem bonita, e acreditava que tinha alguma coisa a ver com o livro, mas depois de sua resenha fiquei na dúvida.
Mesmo assim, Ian ainda está na minha wishlist.
Adorei a resenha, querida!
Beijo!
Sempre tive uma certa curiosidade para ler algum livro do Ian McEwan, sobretudo "Reparação", pois gostei mto do filme.
ResponderExcluirPara ser sincero, Serena não tinha me chamado mta atenção.
Tbm acho complicado quando falta esse "combustível". Ter a sensação que a gente esta se arrastando para ler o livro acaba com vontade de qualquer um...
Abraço,
Alexandre.
www.alemdacontracapa.blogspot.com
Não me interessei muito pelo livro não e com sua resenha acho que não vou ler tão cedo... a capa é bem simples, mas gostei dela, mas a sinopse não é muito chamativa não... ótima resenha, também não gosto de livros dramáticos sobre a vida comum dos adultos, só se for bem original e tiver uma história que prenda!
ResponderExcluirAbraços, Joshua
pensamentosdojoshua.blogspot.com
Só vi o livro, mas nunca vi resenha dele e se vi não lembro. Sinceramente, não é um livro que me agradou e eu nem liguei muito pra ele. Mas lendo a resenha deu pra ter uma ideia do que realmente é. Mesmo assim, dispenso...
ResponderExcluirQue opinião diferente da minha. Eu ganhei o livro de presente e achei que seria chato, mas eu achei maravilhoso. Toda a interação com a política, as referências históricas, a espionagem, as mentiras e o romance proibido fizeram esse livro ser um dos melhores que eu já li!!!
ResponderExcluirExatamente! Acho que é bem isso. Foi o que eu falei na parte de combustível. Isso de referências histórias, a espionagem, as mentiras... não me interessaram tanto assim, aí não me motivava muito. :( Mas eu sei que quem gosta vai adorar! :D
ExcluirÉ Dana, talvez seja por que você realmente não gosta desse tipo de livro, já que os livros do Ian são muito bons, diferentes, mas bons! E Marian Keyes também é muito boa, mas os livros delas são direcionados para pessoas que gostem de comédia, mas não uma comédia infantil... ( não que esse seja o seu caso). Mas dê mais uma chance: leia outro da Marian(tente ler em inglês) e continue lendo Ian... acho que é questão de costume rs... talvez vocês( o pessoal que achou o livro sem combustível)só não tenham conseguido ver/perceber a profundidade do livro e da trama. Mas realmente, os livros do Ian não são para uma leitura corrida e intensa, é mais para se ler calmamente, aproveitando cada informação, prestando atenção em cada detalhe, pois com certeza isso fará diferença no final do livro.
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