por Paulo V. Santana
- Autora: Fabiane Ribeiro
- Editora: Universo dos Livros
Mini-crítica:
Xadrez (que era o nome do
livro antes de ser publicado pela Universo) conta a história de Amy, uma menina
de 8 anos que é obrigada a morar em uma casa onde é mal tratada por conta dos
pais, que só podem ver a filha uma vez por ano. O livro todo é, basicamente,
sobre a Amy tentando contornar a situação ruim em que vive.
Bem, eu, que havia colocado
muita fé no livro, me decepcionei completamente. Embora a ideia seja boa,
depois de certo ponto, a execução não é lá essas coisas e a história passa a ficar
enrolada. Inclusive, o final foi, para mim, desnecessário e ele meio que não
combina com o livro, parece que foi enfiado ali por falta de opção. Apesar de
tudo, a escrita da Fabiane Ribeiro é muito boa e eu com certeza leria outro
livro dela se tivesse a oportunidade.
Quer saber mais? Clique abaixo para conferir a resenha completa.
A vida de Amy muda quando seus
pais são obrigados a ter que viajar a trabalho direto, só podendo visitar a
menina uma vez por ano. Com isso, os pais pagam à senhora Jane, a professora da
menina, e ao seu marido para que Amy possa morar com eles. Ao chegar à sua nova
casa, que é do lado da casa dos pais, Amy vê um inferno sendo criado: carinho é
uma palavra inexistente para Jane e a mulher ainda proíbe a menina de brincar
com seus brinquedos e ver televisão, a manda limpar a casa e só lhe dá o
direito à duas refeições por dia.
Como uma forma de não sofrer
(ou amenizar o sofrimento), a menina joga sozinha partidas e mais partidas de
xadrez para que quando seu pai volte, ela possa derrota-lo. E, sem dar muitos
spoilers, ela cria em sua mente o Reino Xadrez, onde tudo o que ela quer
acontece.
Hm, resenhar esse livro é
MUITO difícil. E, quando digo muito, estou sendo sincero. Isso porque a
expectativa para o livro era gigante (odeio alimentar o “monstro da expectativa”,
mas é involuntário) e eu me decepcionei demais. ;x Tenho três principais
motivos para eu não ter gostado do livro: *pode conter spoilers LEVES
sobre a trama*
1 – A protagonista. Eu preciso confessar que tenho uma certa aversão
à crianças e, tipo, a Amy tem 8 anos. Isso já era um fator para eu desgostar dela,
mas como se isso não bastasse, a autora a fez como uma criatura perfeitinha e bondosa
demais e, cara, isso me irrita MUITO em um personagem. Simplesmente porque é
MUITO irreal. Para vocês terem ideia, tem uma cena que a Amy apanha até quase morrer
(mesmo) E DO MESMO JEITO ELA NÃO FICOU BRAVA COM A PESSOA QUE BATEU NELA!!!!
Tiveram até alguns momentos
que eu fiquei pensando se a Amy seria uma metáfora para Deus ou algo assim.
Sério, só desse jeito para a menina ser tão perfeita e depois do final d’As
Crônicas de Nárnia procuro Deus como metáfora em todos os personagens.
2 – Construção da história. Sendo franco com vocês, eu gostei muito
da ideia da autora, mas, sei lá, parece que, depois do que eu disse para vocês
na minha sinopse do livro, ficou tudo perdido. Eu estava o tempo inteiro
esperando o momento que a Amy fugiria com Pepeu, um “garoto” que se tornou
amigo da menina, e eles viajariam o mundo atrás dos pais delas e descobririam a
profissão deles e tudo mais. Consigo visualizar uma história e um final bem
diferentes (e talvez melhores).
Mas a autora preferiu colocar
vários elementos e manter a menina na casa onde ela não gostava de viver
durante anos e anos e anos. E, com isso, o livro acabou ficando chato e a
história não parecia ter um rumo. Xadrez, definitivamente, não segue a linha do
“personagem principal vive uma vida comum, algo extraordinário acontece, ela
parte em busca de algo para mudar o que está errado em sua vida, ela consegue
com muito esforço e todos vivem felizes para sempre”.
3 – Personagens demais. Esse motivo é uma espécie de continuação do
anterior. Como eu disse, a autora joga um monte de elementos na história e,
obviamente, vem personagens novos juntos deles. Para vocês terem ideia, aparecem,
pelo menos, sete personagens que não fazem parte do centro da história e que
poderiam ser facilmente descartados ou adaptados. Entretanto, esse item também
me leva a um comentário positivo sobre o livro: a escrita da Fabiane.
Pois é, por mais que eu não
tenha gostado mesmo do livro, algo salva tudo. A prosa da autora é realmente
muito boa, ela é uma ótima escritora. E a admiro bastante por descrever tão bem
o visual das cenas, algo que eu sou muito ruim. Aliás, em muitos momentos eu
podia imaginar Xadrez como um filme. Sério, o livro, se adaptado algumas
coisas, sairia muito bem na mídia audiovisual.
E agora que eu parei para
pensar sobre isso, uma série de TV desse livro seria perfeita. Como eu disse no
item 3, o livro tem personagens excessivos, o que encaixa perfeitamente em uma
série, que, assim como Xadrez, tem a
história da protagonista e histórias de
personagens anexos (que a Fabiane fez questão de desenvolver, mas que não
encaixou).
Enfim, deixando os meus
pensamentos megalomaníacos de lado, tive que dar uma nota baixa para ele
porque, embora eu tenha gostado da escrita, a história em si não me agradou. De
qualquer forma, eu recomendo o livro, talvez ele funcione para você (e uma
dica: não deixe a expectativa crescer).
O livro foi um oferecimento da nossa parceira, a Universo dos Livros! Muito obrigado.
Até! ;)
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Paulo V. Santana,
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7 comentários
Alou (:
ResponderExcluirConcordo quando você diz que o conceito do livro é bom... Quando li a sinopse, pensei: "sério que o Paulo não gostou? Parece ótimo". Mas depois dos seus ótimos argumentos, entendi seu ponto de vista.
Também não gosto de criancinhas inocentes demais, e muito menos de personagens desnecessários que só servem para confundir a cabeça do leitor.
Se eu tivesse lido apenas a sinopse do livro no Skoob ou numa livraria, eu me interessaria bastante e com certeza iria ler. Porém, depois da sua resenha, acho que são mínimas as chances de isso acontecer. Como você mesmo disse, não dá pra controlar a expectativa que você tem de um livro. Acho que eu iria me decepcionar também, então... melhor deixar pra lá.
Sua resenha ficou ótima, parabéns. Quero que isso fique claro, para que você não pense que não vou ler o livro porque a resenha é ruim. Ela ficou incrível, tá? \o/
Abraços (:
Eu também achei que fosse amar, mas não deu para mim. :( Bem, não é um livro que eu recomendo que você COMPRE, mas se você ganhar e tiver a oportunidade de ler, vale a pena tentar, talvez o livro funcione para você.
Excluir- Paulo
Tava cheio de expectativa com o livro, mas agora tá zero! Gosto muito de Xadrez, e quando vi que seria lançado esse livro, qui logo ler, mas sua resenha me deixou agora com um pé atrás... fica para uma leitura futura a obra! Ótima resenha :D
ResponderExcluirAbraços, Joshua
pensamentosdojoshua.blogspot.com
Na maioria das vezes que crio expectativas demais sobre um livro, me decepciono. Entendo esse drama e acontece nas melhores famílias hahahah Nunca li esse livro, mas vi um comentário sobre ele esses dias. A história parece ser bem parada e sofrida, não sei se estou em clima para livros assim, que se arrastam durante anos. Mas vale a dica da autora e ficar de olho em futuros lançamentos dela, né?
ResponderExcluirBeijos
Eu acho que esse livro poderia ser um bom enredo para um filme, adorei a estória. Parabéns à autora!!
ResponderExcluirLindo livro ! Não descordo 100% da resenha acima porque eu esperava um final diferente, mas isso não tiraria o barato de todo o livro. Eu amei a linda história de superação, a relação entre a natureza e Deus, isso tudo me encantou. Aprendi muito com a ANNY, e tudo que extraí do livro levarei para o resto da vida. Diferentemente dos vários gostos citados acima sobre personagens, gostaria de dizer que leio vários tipos de gêneros e histórias, então a personagem "criança perfeitinha" não me incomodou. Muito pelo contrário; as crianças são realmente seres puros contaminados ou não pelo mundo. E a Anny com seu jeito único me ensinou pra caramba.
ResponderExcluirParabéns Fabiane Ribeiro pela bela obra, estou aguardando a continuação ;)
Beijos !
Bom...com tds estes comentários caiu por terra obras desta autora e muito.menos esta obra!
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