O post de hoje é de uma convida, a Thalia Melo*. Recentemente ela começou a postar os poemas que escreve no blog da Ana Terra, o Doce Escrita, então eu a convidei (na verdade, implorei) para escrever um pouco sobre o seu processo de escrita, o que a inspira, etc. Clique em "Continue Lendo!" para ver o que ela escreveu.
Arma
(originalmente publicado em http://doceescrita.blogspot.com.br/2012/05/poemas-da-tm.html)
Olhos me perseguem
Olhos são câmeras,
martelos e armas.
O objeto corre de sua visão
Olhos crescem sem perceber
e derrubam os outros
Tão grande seu tamanho
que ocupa o espaço de
uma alma e a mata de forma crucial.
Assim como muitos gostam de poemas, existem também aqueles que não gostam. No meu caso desde pequena apreciei os poemas de Cecília Meireles, na época costumava escrever bastante e adorava lê-los como um incentivo para os meus. Hoje também tenho como influência os contos da Clarisse Lispector e mesmo que alguns sejam um pouco pesados, outros possuem um valor especial para mim.
Tem poetas que
realmente não gosto, às vezes chega a me irritar ler alguns de seus trabalhos,
como Carlos Drummond de Andrade. No mês passado tive que ler uma coletânea de
seus poemas e quase tive um enfarte. Para começar que é impossível fazer uma
interpretação textual de poemas, não tem como saber o significado exato das
palavras e depois que realmente não gosto dos poemas dele. Existem muitos onde ele
escreve sobre falta do que escrever, o que para mim não faz sentido nenhum.
Eu escrevo também
outros gêneros textuais, porém os que realmente escrevo mais são os do gênero
poético. Não há uma preferência, apenas gosto mais de escrevê-los porque há
todo aquele uso de figuras de linguagem, o que torna difícil saber o que
a pessoa que escreveu realmente pensou ou sentiu.
As minhas inspirações
são totalmente aleatórias, geralmente escrevo quando estou irritada, quando
isso acontece meio que o escrevo para tirar um "peso das minhas
costas", mas ultimamente tenho escrito sobre os livros que leio. Como “Garotas de Vidro”, da Laurie Halse Anderson, que realmente me chocou e me fez escrever
mais de 10 poemas, um deles, "Frieza", está no fim do post.. Às vezes uma simples palavra fica na minha cabeça e ela
acaba se ligando com outras e no final sai um poema.
Não sei como é o
processo dos outros que também escrevem poemas, mas no meu caso um poema não é
escrito quando se tem o que escrever, as palavras que o compõem é que possuem
vontade própria e ficam "martelando" na minha cabeça até passar para
o papel.
Enfim, para aqueles
que gostam de poemas e não tem coragem de escrever dou o conselho de escrever
para si, eu fazia isso até que uma amiga minha me convidou a ajudá-la no seu
blog postando meus poemas. E aos que não gostam de poesia peçam conselhos a
seus amigos de poetas que eles gostem, às vezes os poemas que vocês leram não
causou uma boa impressão do gênero - se os primeiros poemas que eu tivesse lido
fossem os de Carlos Drummond hoje com certeza eu não estaria escrevendo.
Frieza
(originalmente publicado em http://doceescrita.blogspot.com.br/2012/06/frieza.html, inspirado em "Garotas de Vidro")
Sufoca-me com seu ar gelado
E suas palavras incômodas
Deixe-me a deriva
e não peça socorro.
Faça pactos, milhares.
E...
Derrame seus órgãos.
Quem sabe o coração?
Ou melhor, seu esôfago.
Não espere pelo pior,
sou forte e estupidamente ingênua.
Um vento pode me levar...
Sinta.
Infinito é o teu poder de persuasão
e gigante,
o meu desejo de viver.
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3 comentários
O post ficou bem interessante. Que incrível o fato de, mesmo sendo jovem, ela se interessar em escrever poesia e fazer isso tão bem.
ResponderExcluirAdorei o poema "Frieza", me fez ter mais vontade ainda de ler "Garotas de Vidro".
Enfim, parabéns pelas ótimas poesias.
Abraços, João.
Eu também ADORO "Frieza". Ele passa uma sensação que eu não sei bem descrever, traz bem o clima do livro.
ExcluirObrigado pelo comentário!
- Paulo
Desde de cedo se interessar, faz muita diferença. Muito bacana o post.
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