por Igraínne Marques
- Autores: Harlan Coben
- Editora: Arqueiro
Mini-crítica:
Alta Tensão é um livro de suspense, investigação, embora o protagonista não seja exatamente um detetive, ou sequer tenha o humor misterioso de um. Por alguns segundos, ele me lembrou o Sherlock Holmes, com suas frases de impacto que têm entrelinhas. Na verdade, a história começa com intriga em rede social (não sei qual é dessa onda de internet se metendo em livro, mas enfim), e acaba num jogo de mentiras familiares digna de novela mexicana. Myron Bolitar é um advogado com uma tendência *bem grande* em tentar descobrir os mistérios da vida da pessoas (ou de seus clientes famosinhos), e não descansa até que tudo esteja resolvido. Não descansa mesmo. Até quando as próprias mentiras estão envolvidas nisso...
Quer saber mais? Clique abaixo para conferir a resenha completa.
Para começar, eu ouvi falar inicialmente de Harlan Coben - às vezes acho que esse nome é mais conhecido do que as histórias em si - pela minha mãe. Ela esteve numa fase em que só lia livros dele; um atrás do outro. Vivia dizendo que eram suspenses surpreendentes e etc. Eu não levava muita fé; nunca li um livro que realmente me surpreendesse no final... Não um de suspense. Não uma investigação.
Pois bem. Até aí você pode imaginar que minhas expectativas não estavam muito boas quando comecei. Mas a melhor parte é: minhas expectativas estavam erradas. Harlan Coben deixa você sim surpreso. E muito. Não sei se os finais de todos são assim, mas desse livro em específico eu gostei bastante.
Mas do que trata a história? Como Myron Bolitar aparece em quase todos - se não todos - os livros do Harlan Coben, imagino que vocês saibam mais ou menos como ele é. Contudo, eu gostei tanto dele, que vou precisar explicar. Principalmente porque nem todo mundo por aí sabe direito como são esses livros de suspense - não desse autor em específico, embora ele seja bem conhecido. Para começar, Myron Bolitar é um advogado de meia idade que trabalha numa agência de representações, ou seja, basicamente, ele cuida da vida pública desse povo famoso que tem por aí. A empresa é bem conhecida, e ele e seu sócio Win são os donos do lugar, agenciando não só a vida profissional de seus clientes como dando pitaco na vida pessoal também. A MB Representações (esse é nome da empresa) agenciava inicialmente apenas atletas. Depois de um tempo, com a expansão dos negócios, isso se alastrou para o meio artístico também, cuidando da vida de escritores, artistas, cantores...
Cantores... Acontece que Myron é representante - e amigo próximo - de um casal famoso. Ela, Suzze T., grávida de oito meses, é uma ex tenista dona de uma academia que prepara novos talentos do esporte. Ele, Lex Ryder, é o coadjuvante de um dupla de Rock. Tudo vai bem no casamento dos dois até que uma pessoa *do além* posta no facebook
Myron é mais do que um agente, como eu já disse. Ele é amigo pessoal de seus clientes. Sua função é tornar a vida deles melhor e mais fácil. Assim, depois que Lex sai de casa, Myron tenta a todo custo achá-lo para que ele volte. Afinal de contas, é só uma postagem no facebook minha gente! Não dá pra confiar que seja verdade. Com a ajuda de sua - também amiga - e colega de trabalho Esperanza, Myron enfim descobre Lex numa boate badaladíssima das redondezas.
O que Myron não esperava, contudo, era encontrar, na mesma boate, Kitty, sua cunhada que não vê há 16 anos. Ela e o irmão de Myron sumiram do mapa há muito tempo sem dar notícias - ou se preocupar com isso, tudo devido a uma confusão a qual inicialmente o leitor não tem qualquer acesso. A simples possibilidade de reencontrar Brad (seu irmão) - e desafazer o suposto mal entendido que ocorreu - deixa Myron sem conseguir dormir. Ele e Win (seu sócio e meu personagem favorito) se empenham então em tentar desvendar o que Kitty estava fazendo naquela boate - com outro homem - e o que supostamente Lex fazia no mesmo grupo de pessoas.
Todo o ramo de ações, tudo que se desenrola depois disso, é muito bem construído. Você começa a achar, até tem certeza, que as coisas foram pensadas antes da própria história ter sua primeira linha escrita. Pelo que eu li a respeito - não só no livro, mas depois também - essa é a história onde os segredos familiares de Myron mais se expõem. Posso não ter lido todas as tramas de Myron Bolitar, mas com certeza vou procurar tudo agora para saber melhor a respeito dessas coisas.
Quanto aos personagens, todos eles têm um viés de humor. Myron tem umas piadas muito boas, principalmente quando você pensa: ok, ele vai entrar em pânico, ou então: cara, não tem como ele sair dessa. E mesmo que não tenha, ele é inteligente o bastante para sair e ainda soltar uma frase de efeito digna de filme. E frase engraçada, tenho dito. Só pra você ter uma noção, ele não fica bebendo uísque ou sei lá que bebida cara esses detetives bebem. Até porque, como sempre diz Win, ele não é pago para investigar nada. Ele não é policial. Mas o fato é que ele tem estilo. Ele faz isso tudo com uma caixinha de achocolatado na mão, e não um cigarro ou coisa parecida.
De qualquer forma, embora Myron obviamente roube a maior parte dos diálogos do livro - que são muitos e são todos muito bons - não tem só ele de personagem. A própria Esperanza, com seu jeito *ainda sou adolescente* me deixou simplesmente fascinada. Big Cyndi também é outra que é incrível: ela não gosta de ser chamada só de Big e muito menos só de Cyndi. Mas Win levou o prêmio de melhor personagem construído. Sendo sócio de Myron, ele muitas vezes está um passo a frente das investigações - e de tudo - e ainda tem uma namorada oriental que me é duvidosa, mas mesmo assim ninguém nega que Win tem *poder*, se é que posso usar essa palavra.
A coisa que mais me chamou a atenção nesse livro foi, de um modo geral, a narração. Por se tratar de um homem escrevendo, os palavrões aparecem - não que as escritas femininas não tenham isso - mas Harlan deu um jeito louco para que não ficasse forçado. Não há exageros, não é coisa colocada ali de propósito. É só... natural. O modo como ele escreve é incrível, e te conquista fácil.
EXTRA: É ou não livro único?
Quando eu comecei a escrever essa resenha, me perguntei - mais de uma vez - se eu deveria colocar que esse livro é único. Quero dizer, é um suspense, e até aí ok, certo? Certo. Harlan Coben, como muita gente sabe, é o mestre das noites em claro, faz todo mundo ir madrugada a dentro para saber o que acontece. Não foi diferente comigo - e olha que eu trabalho. Contudo, na maior parte do tempo, dá pra perceber que existe uma história anterior a toda a trama. Myron Bolitar é o protagonista de Alta Tensão, mas também é o protagonista de muitos outros livros do Harlan. Não é necessário ler as histórias na ordem certa para você entender cada uma. Porém, que elas são interligadas, ninguém pode negar. O número de referências é enorme, e mesmo quem não leu os outros volumes - como eu - percebe. Isso, por um lado, é bom: enriquece a história e o próprio autor. Faz você procurar mais a respeito. Mas, olhando de outro ângulo... Bem, é ou não é um livro único? Você fica em dúvida sobre muitas coisas.
Sobre a nota: O livro fica com 4 conversinha porque algumas coisas - como essas referências a outros livros - me incomodaram um pouco. Não pelas referências em si, mas porque o leitor fica meio cego, principalmente para quem começou a ler o estilo agora, como eu.
Quanto aos personagens, todos eles têm um viés de humor. Myron tem umas piadas muito boas, principalmente quando você pensa: ok, ele vai entrar em pânico, ou então: cara, não tem como ele sair dessa. E mesmo que não tenha, ele é inteligente o bastante para sair e ainda soltar uma frase de efeito digna de filme. E frase engraçada, tenho dito. Só pra você ter uma noção, ele não fica bebendo uísque ou sei lá que bebida cara esses detetives bebem. Até porque, como sempre diz Win, ele não é pago para investigar nada. Ele não é policial. Mas o fato é que ele tem estilo. Ele faz isso tudo com uma caixinha de achocolatado na mão, e não um cigarro ou coisa parecida.
De qualquer forma, embora Myron obviamente roube a maior parte dos diálogos do livro - que são muitos e são todos muito bons - não tem só ele de personagem. A própria Esperanza, com seu jeito *ainda sou adolescente* me deixou simplesmente fascinada. Big Cyndi também é outra que é incrível: ela não gosta de ser chamada só de Big e muito menos só de Cyndi. Mas Win levou o prêmio de melhor personagem construído. Sendo sócio de Myron, ele muitas vezes está um passo a frente das investigações - e de tudo - e ainda tem uma namorada oriental que me é duvidosa, mas mesmo assim ninguém nega que Win tem *poder*, se é que posso usar essa palavra.
A coisa que mais me chamou a atenção nesse livro foi, de um modo geral, a narração. Por se tratar de um homem escrevendo, os palavrões aparecem - não que as escritas femininas não tenham isso - mas Harlan deu um jeito louco para que não ficasse forçado. Não há exageros, não é coisa colocada ali de propósito. É só... natural. O modo como ele escreve é incrível, e te conquista fácil.
EXTRA: É ou não livro único?
Quando eu comecei a escrever essa resenha, me perguntei - mais de uma vez - se eu deveria colocar que esse livro é único. Quero dizer, é um suspense, e até aí ok, certo? Certo. Harlan Coben, como muita gente sabe, é o mestre das noites em claro, faz todo mundo ir madrugada a dentro para saber o que acontece. Não foi diferente comigo - e olha que eu trabalho. Contudo, na maior parte do tempo, dá pra perceber que existe uma história anterior a toda a trama. Myron Bolitar é o protagonista de Alta Tensão, mas também é o protagonista de muitos outros livros do Harlan. Não é necessário ler as histórias na ordem certa para você entender cada uma. Porém, que elas são interligadas, ninguém pode negar. O número de referências é enorme, e mesmo quem não leu os outros volumes - como eu - percebe. Isso, por um lado, é bom: enriquece a história e o próprio autor. Faz você procurar mais a respeito. Mas, olhando de outro ângulo... Bem, é ou não é um livro único? Você fica em dúvida sobre muitas coisas.
Sobre a nota: O livro fica com 4 conversinha porque algumas coisas - como essas referências a outros livros - me incomodaram um pouco. Não pelas referências em si, mas porque o leitor fica meio cego, principalmente para quem começou a ler o estilo agora, como eu.
Classificação:
O livro foi um oferecimento da nossa parceira, a Arqueiro! Muito obrigado! (:
Até a próxima!
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7 comentários
Ficou ótima, a resenha.
ResponderExcluirNunca parei pra pegar um livro de suspense pra ler... sempre fui mais do gênero fantasia. Mas até que me interessei pelo livro, vou ver se acho pra ler.
Abraços ;*
Hey, João! Nós da equipe do CC sempre ficamos contentes com seus comentários. o/
ExcluirQuanto ao livro, esse estilo também nunca me agradou muito. Assim como você, o gênero da Fantasia realmente tem o meu coração *-* Eu fui arriscar com o Harlan porque sempre falavam tanto dele e aí fiquei curiosa. Pode apostar que se você der uma chance vai gostar bastante!
beijão!
Sou fã de livros de suspense e mistério, e acho que adoraria a leitura do livro acima. Harlan me chamou a atenção com diversos dos seus livros, e pelo que percebi, a maioria são protagonizados pelo Bolitar... pensava que ele era detetive, mas com sua resenha percebi que ele não é, rs. Amei a crítica, e também concordo com você sobre quando o livro não é lançado em ordem cronológica... não entendo por que as editoras brasileiras lançam em outra ordem... incomoda pois parece que você fica meio perdido quando o autor menciona um fato, mas você não sabe que fato é aquele e tal...
ResponderExcluirAbraços, Joshua
pensamentosdojoshua.blogspot.com
Bolitar pode não ser detetive, mas adora bancar um. auhsuhauhsha. Essa coisa da ordem cronológica eu sei que deve ter. Não tenho certeza se publicaram seguindo essa linha, mas Alta Tensão realmente não é um dos primeiros. Ele deve estar lá pro meio da... hm... "série". De qualquer forma, mesmo com esses probleminhas de fatos meio que jogados, o livro é ótimo!
ExcluirSe você realmente gosta do estilo, assim como disse, vai adorar!
Beijão!
Adoro o genero e por isso sou meio suspeita pra falar, além do fato de ter gostado muito dos dois outros livros do Harlan Coben que li,(e de ser amiga da resenhista em questão -q) mas gostei muito da critica e esse com certeza já está na lista dos proximos livros que lerei.
ResponderExcluirLê sim, senhorita Adriana-anônima -q UHSUHAUHUAHUHS Qualquer coisa sabe que eu te empresto. :)) Os outros livros que você leu do Harlan não sei se o Myron aparecia, (fiz uma pesquisa, e parece que ele só surge nesses livros mais recentes do autor), mas virei fã dele (tanto do personagem quanto do Coben)
ResponderExcluirBeijão!
Gosto muito dos livros deste autor, uma pena que já tem um tempo que não leio nada dele, mas este livro está em minha lista para leitura com certeza.
ResponderExcluirBjs, Rose.