A Batalha dos Mares
Alexander Skarsgård
[Resenha] Battleship - A Batalha dos Mares, filme
24.5.12Dana Martins
por Dana Martins
- Baseado no jogo Batalha Naval
- Direção: Peter Berg
- Atores: Taylor Kitsch, Alexander Skarsgård, Rihanna, Brooklyn Decker, Gregory D. Gadson, Tadanobu Asano, Liam Neeson...
- Ação/Ficção científica - 10 anos - 135 min. - Trailer
- Nos cinemas brasileiros a partir de 11 de maio de 2012
- Nos cinemas brasileiros a partir de 11 de maio de 2012
Mini-crítica:
Se você estava com medo de eles terem ficado só nos efeitos especiais ou que seja o "filme da Rihanna", como usam para divulgar, não precisa disso. Acho que o maior problema do filme é divulgação errada e um certo esgotamento desse tipo de história. Fora isso, pode ser até muito bom. Misturando estratégia com efeitos especiais, "Battleship" conta a história de um grupo de pessoas que ficaram presas dentro de um campo de força criado pelos alienígenas e precisam, sozinhos, entender o que está acontecendo e lutar contra os invasores. O filme acaba centrando em Alex Hopper (Taylor Kitsch) que se encontra como herói, enquanto sua namorada, Samantha Shane (Brooklyn Decker), está em terra e acaba tendo que se virar dentro do campo de força também.
Quer saber mais? Clique abaixo para conferir a resenha completa.
Eu acho que não conseguiria colocar em palavras o quanto eu tinha preconceito com esse filme e achava que ia ser ruim. Lembra na resenha de "Os Vingadores" que eu falei que poderia ser muito ruim? Então, eu imaginava "Battleship" como a concretização desse ruim, sem superheróis e ainda com a Rihanna.
Para quem não tem nem ideia do que a história, vou explicar:John Carter ainda na Terra Taylor Kitsch* aproveita a vida boa até que seu irmão certinho Alexander Sedução Skarsgård decide dar um jeito no menino e obriga ele a entrar na marinha. Mesmo um tempo depois, ele continua desleixado e, só para piorar, está quase noivo da filha de um chefão da marinha. Justamente quando está para ser expulso por seu mau comportamento, alienígenas invadem o nosso planeta.
Esses alienígenas caem no mar e criam uma espécie de campo de força em volta, então o navio do John Carter e mais alguns ficam presos ali sem ninguém saber o que está acontecendo e o que é aquilo. Acaba sobrando para eles, sozinhos, descobrirem tudo e lutarem contrar os inimigos.
A partir disso, você pode imaginar o que acontece, o personagem evoluindo, salvando o dia e mais uma série de clichês.
*Aqui na resenha vou chamar o Taylor Kitsch, personagem principal, de John Carter.
A questão é que o filme acaba se desenvolvendo em certos detalhes que fazem valer a pena e ficar acima da média entre os filmes do estilo. Pode perguntar para qualquer um que goste de filme com explosões e ação, a resposta vai ser "muito bom!".
Isso é porque o filme já parte de uma ideia diferente: é baseado no jogo Batalha Naval.
A transformação de algo que seria só "booom" (aka efeitos especiais de filmes de ação) em alguma estratégia mudou um pouco o cenário negativo do filme. Quando chega na hora da luta, tem muito aquilo de "nós somos os caras" e efeitos especiais, mas também tem bastante de: "Como é que nós vamos lutar contra esses seres que nós não conhecemos?"
Outro ponto positivo é que o filme é centrado em um momento, a batalha toda acontece no mesmo dia e praticamente no mesmo lugar. Por exemplo, em filmes como "2012" os personagens quase cruzam o mundo e enfrentam cenários de dia, de noite, se separam, se reencontram... Isso acaba sendo um ponto positivo porque evita uma possível enrolação, além de que acaba sendo um diferencial.
A própria Rihanna* não foi tão ruim quanto eu imaginava. Achei que ela ia ficar com a mesma cara de "oh, eu sou a Rihanna e sou A garota da marinha", porque no trailer é essa a impressão. Acaba que no filme conseguem utilizar bem o personagem dela.
*do jeito que eu falo parece até que eu não gosto da Rihanna, mas é que não consigo levar muito a sério quando colocam uma pessoa famosa nada a ver em um filme que já tem tudo para ser feito de qualquer jeito se apoiando nos efeitos especiais.
Além disso, o filme utiliza a garota que o John Carter gosta, a Samantha Shane para balancear a trama. Enquanto todo o resto acontece no mar, ela está caminhando com um homem que perdeu as pernas trabalhando para a marinha. Ele tem todo aquele complexo de "eu não sirvo para mais nada" e ela, como fisioterapeuta, está tentando ajudar. Para o final, o filme consegue balancear batalha no mar vs. situação na ilha de forma muito boa. Até me lembrou ao livro "O Poder dos Seis", que faz isso muito bem.
Só mais uma coisa que eu acho importante dizer, porque é até isso que firma o filme como realmente bom, é que eles conseguem trabalhar com a emoção das pessoas. Dá até para ficar arrepiado no meio de toda a guerra.
Ponto negativo (a não ser que você seja a mãe mentecapta de um americanozinho, ou um americano patriota): O que eu realmente não gostei no filme é a visão extremamente fechada e no estilo "educativa", para fazer a cabeça do pessoal. Tem a supervalorização da marinha, o John Carter é o exemplo para aquele cara desempregado que não ajuda em nada ao país e vai entrar para marinha, o cuidado com os aleijados e os vovôs é pra reforçar a autoestima e por aí vai. Isso é até importante, mas eu gosto de sonhar que as pessoas poderiam usar o próprio cérebro. Para piorar, eles ainda trabalham construindo a visão da China como vilã.
E você achando que propaganda para manipulação era só nos livros de Jogos Vorazes ou o Hitler que fazia...
No geral, o filme consegue ser bom dentro do próprio estilo. Não é tão ruim quanto poderia ser, mas a não ser que você tenha 6 anos não será o filme da sua vida. É daqueles que você junta os amigos para ir ao cinema ou, quando tiver dvd, coloca na sala com a "galera" para assistir com som alto e se divertir.
Algumas referências: É do estilo de G.I. Joe ou um Transformers da vida. De algum modo, me faz lembrar de "Cavalo de Guerra", porque ambos acabam sendo aquele filme de família, com a diferença de que "Cavalo de Guerra" é mais para o drama (ah, e de que "Battleship" não tem o Tom Hiddleston, infelizmente).
Quatro conversinhas porque não é O filme, mas pode divertir e arrepiar o suficiente por algum tempo e, tirando o ponto negativo citado, não tem nenhum grande problema. Se eu indico "Battleship"? Com certeza, se você estiver procurando esse tipo de filme.
Para quem não tem nem ideia do que a história, vou explicar:
Esses alienígenas caem no mar e criam uma espécie de campo de força em volta, então o navio do John Carter e mais alguns ficam presos ali sem ninguém saber o que está acontecendo e o que é aquilo. Acaba sobrando para eles, sozinhos, descobrirem tudo e lutarem contrar os inimigos.
A partir disso, você pode imaginar o que acontece, o personagem evoluindo, salvando o dia e mais uma série de clichês.
*Aqui na resenha vou chamar o Taylor Kitsch, personagem principal, de John Carter.
A questão é que o filme acaba se desenvolvendo em certos detalhes que fazem valer a pena e ficar acima da média entre os filmes do estilo. Pode perguntar para qualquer um que goste de filme com explosões e ação, a resposta vai ser "muito bom!".
Isso é porque o filme já parte de uma ideia diferente: é baseado no jogo Batalha Naval.
Sim, o jogo antigo |
A transformação de algo que seria só "booom" (aka efeitos especiais de filmes de ação) em alguma estratégia mudou um pouco o cenário negativo do filme. Quando chega na hora da luta, tem muito aquilo de "nós somos os caras" e efeitos especiais, mas também tem bastante de: "Como é que nós vamos lutar contra esses seres que nós não conhecemos?"
Outro ponto positivo é que o filme é centrado em um momento, a batalha toda acontece no mesmo dia e praticamente no mesmo lugar. Por exemplo, em filmes como "2012" os personagens quase cruzam o mundo e enfrentam cenários de dia, de noite, se separam, se reencontram... Isso acaba sendo um ponto positivo porque evita uma possível enrolação, além de que acaba sendo um diferencial.
A própria Rihanna* não foi tão ruim quanto eu imaginava. Achei que ela ia ficar com a mesma cara de "oh, eu sou a Rihanna e sou A garota da marinha", porque no trailer é essa a impressão. Acaba que no filme conseguem utilizar bem o personagem dela.
*do jeito que eu falo parece até que eu não gosto da Rihanna, mas é que não consigo levar muito a sério quando colocam uma pessoa famosa nada a ver em um filme que já tem tudo para ser feito de qualquer jeito se apoiando nos efeitos especiais.
Além disso, o filme utiliza a garota que o John Carter gosta, a Samantha Shane para balancear a trama. Enquanto todo o resto acontece no mar, ela está caminhando com um homem que perdeu as pernas trabalhando para a marinha. Ele tem todo aquele complexo de "eu não sirvo para mais nada" e ela, como fisioterapeuta, está tentando ajudar. Para o final, o filme consegue balancear batalha no mar vs. situação na ilha de forma muito boa. Até me lembrou ao livro "O Poder dos Seis", que faz isso muito bem.
Eu queria um foto que mostrasse as pernas dele, mas não sei por que praticamente ninguém mostra isso, não achei uma foto, não aparece em trailer... Poderia ser até uma propaganda boa para o filme. De qualquer forma, eu descobri que o ator é da marinha mesmo e realmente não tem as pernas, olha aqui ele com as pernas mecânicas. |
Só mais uma coisa que eu acho importante dizer, porque é até isso que firma o filme como realmente bom, é que eles conseguem trabalhar com a emoção das pessoas. Dá até para ficar arrepiado no meio de toda a guerra.
Ponto negativo (a não ser que você seja a mãe mentecapta de um americanozinho, ou um americano patriota): O que eu realmente não gostei no filme é a visão extremamente fechada e no estilo "educativa", para fazer a cabeça do pessoal. Tem a supervalorização da marinha, o John Carter é o exemplo para aquele cara desempregado que não ajuda em nada ao país e vai entrar para marinha, o cuidado com os aleijados e os vovôs é pra reforçar a autoestima e por aí vai. Isso é até importante, mas eu gosto de sonhar que as pessoas poderiam usar o próprio cérebro. Para piorar, eles ainda trabalham construindo a visão da China como vilã.
E você achando que propaganda para manipulação era só nos livros de Jogos Vorazes ou o Hitler que fazia...
No geral, o filme consegue ser bom dentro do próprio estilo. Não é tão ruim quanto poderia ser, mas a não ser que você tenha 6 anos não será o filme da sua vida. É daqueles que você junta os amigos para ir ao cinema ou, quando tiver dvd, coloca na sala com a "galera" para assistir com som alto e se divertir.
Algumas referências: É do estilo de G.I. Joe ou um Transformers da vida. De algum modo, me faz lembrar de "Cavalo de Guerra", porque ambos acabam sendo aquele filme de família, com a diferença de que "Cavalo de Guerra" é mais para o drama (ah, e de que "Battleship" não tem o Tom Hiddleston, infelizmente).
Extras: Titanic
O filme trouxe duas coisas que me lembraram bastante ao último Sherlock Holmes. A primeira foi o uso de referências sem ficar na cara que é referência, como eles brincam com o filme Titanic em uma das vezes que o barco está afundando. Aí você me diz: "Mas se fosse Titanic seria a Rose e o Jack, não o John Carter e o..." Exatamente. Isso nos leva à segunda coisa: o bromance entre esses dois personagens. Tem até uma hora no filme que alguém diz "oh, vocês formam um lindo casal". Eles provavelmente acharam que valia a pena dar um incentivo nisso...Quatro conversinhas porque não é O filme, mas pode divertir e arrepiar o suficiente por algum tempo e, tirando o ponto negativo citado, não tem nenhum grande problema. Se eu indico "Battleship"? Com certeza, se você estiver procurando esse tipo de filme.
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3 comentários
Mudei de blog, estou começando de novo e resolvi passar por aqui. Me deparei com essa resenha enorme e muito boa. Quer dizer, você conseguiu expressar muito bem sua opinião e eu adorei. Quero muito ver esse filme, apesar de não gostar da Rihanna e esse papo de alienígena estar meio chato já né rs
ResponderExcluirAssisti o filme e achei muito bom. É claro que teve esses errinhos e tal, mas até que o filme ficou na média. Só achei a data de estreia muito ruim, pois o filme é ofuscado pelo sucesso de Os Vingadores. Se fosse no meio do ano, ou sei lá, menos no mês de Vingadores, talvez o filme tivesse uma bilheteria mais alta, pq quando pesquisei o total de bilheteria do filme atualmente,, vi que ficou no vermelho... mas enfim, recomendo mesmo asism o filme! Amei a crítica do filme, e concordo com você em tudo!
ResponderExcluirAbraços, Joshua :D
Verdade, bobearam muito em lançar agora. Tem umas épocas no ano que o cinema fica praticamente vazio, um filme assim ia chamar muito mais atenção, mesmo com todos os problemas (tipo ser de um estilo já extremamente gasto). Mas eu sinceramente não sei o que passa na cabeça deles pra fazer algo assim...
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