Essa é a primeira sexta do nosso guia do Guia (GUIACEPTION) do Mochileiro das Galáxias, que não é O guia, porque até o Neil Gaiman fez um guia desse Guia, então já começamos desafiando padrões extraterrestres. Porém, segurando firme a toalha, vamos seguir em frente e ajudar você, caro leitor, a não ficar tão perdido em maio, o mês dos nerds. Por que mês dos nerds? Porque é o mês das duas maiores celebrações nerds: o Dia do Orgulho Nerd e Dia da Toalha, que são comemorados, é claro, no mesmo dia, 25 de maio. Se você já está perdido,
Quem já ouviu falar d' O Guia do Mochileiro das Galáxias? Douglas Adams, o autor da "trilogia" de cinco (deixemos para falar do "sexto" livro em outro post...) livros é o nosso queridinho de maio. Vamos falar dele, da série e de muitas outras nerdices por aqui. Para começar, apresentaremos a história inicial, uma pequena trajetória do que o tio Douglas fez e como surgiu a sua pequena série.
>>>Por que Nerd?
Para quem não sabe, Douglas foi um ateísta. Não que isso seja um pré requisito para ser um nerd. Mas o que diabos é ateísmo, você deve estar se perguntando. Ateísmo é aquilo que contrasta diretamente com o termo teísmo, que seria a crença em pelo menos uma divindade. Ou seja, em outras palavras, Douglas Adams era ateu. E um dos radicais. Um biólogo chamado Richard Dawkins lhe dedicou um livro, onde escrevia que Douglas havia se tornado ateu (dos extremistas) devido a sua compreensão completa da Teoria da Evolução*. Devido a tudo isso, e à sua fama inegável de pertencer mais à ciência e à tecnologia do que às artes, Douglas acabou se tornando um protetor fervoroso dos animais e do meio ambiente. Tinha também uma ligação (ou obsessão) por carros - automóveis em geral - e por câmeras. Ele era bem fã da tecnologia. Chegou a escrever textos sobre e-mails quando esse tipo de comunicação nem sequer era conhecida. Além disso, foi um professor extremamente requisitado nos tópicos (mais do que óbvios) da ciência e da tecnologia. Isso para você ter uma ideia da fama que o cara tinha.
*seleção e evolução natural das espécies a partir dos estudos de Darwin; juntamente com as pesquisas acerca de uma genética como base para a herança biológica de Gregor Mendel; e a teoria da genética populacional.
Essa coisa toda com animais talvez tenha nascido de sua criação muito próxima com a avó, que possuía um refúgio para os animais machucados. Quando os pais se separaram e Douglas e a irmã se mudaram com a mãe para a casa da avó, a proximidade apenas se intensificou. O que é irônico, no entanto, é que parece que ele segue completamente o esteriótipo de um cara nerd: Douglas desenvolveu asma. Só faltou o cara ser míope, pode falar.
>>>E a arte?
Douglas Adams, diferentemente do que você deve estar pensando, não se limitou à ciência. Ele era ligado - sempre foi - à criação e ao desenvolvimento de histórias (tendenciosas, que fique claro), e suas influências científicas e tecnológicas serviram de base para a criação de muitos enredos malucos. Douglas escreveu esquetes para uns caras da TV britânica, que ninguém jamais ouviu falar: Monty Phyton´s Flyng Circus. Ele também escreveu quadrinhos, participou de peças de teatro (escrevendo-as, claro), foi dramaturgo e até mesmo músico. O cara era de tudo um pouco, né minha gente. E pra você que achava que os nerds só podiam ficar enclausurados no quarto estudando a teoria da relatividade....
O Guia do Mochileiro das Galáxias a princípio era um programa de comédia da BBC transmitido pelo rádio. Mais tarde, se desenvolveu para uma série de livros que inicialmente era uma trilogia. Sabe como é essa coisa de inicialmente, né? Sempre tem mais alguma coisa para ser contada. O Guia do Mochileiro tem críticas explícitas ao consumismo, à política, à burocracia (ou ausência dela) e até mesmo às manias das pessoas. Tudo usando de um humor escrachado e de uma ironia bizarra. O efeito quase nos faz questionar se Douglas Adams era, além de nerd, um idealista.
Nos livros, ainda percebemos influências - além das óbvias já citadas - musicais, como Bob Dylan, The Beatles, Pink Floyd, Procol Harum e muitos outros. Adams teria usado o Pink Floyd para criar a banda fictícia "Disaster Área", descrita nos livros como “não só a banda de rock mais alta na galáxia, como na verdade o maior ruído de qualquer natureza”. A proximidade com o Pink Floyd talvez tenha sido gerada porque Adams era amigo do guitarrista da banda. Ele chegou a ser convidado, em seu aniversário de 42 anos*, a fazer uma participação num concerto que aconteceu em Londres, onde apareceu em duas músicas: "Brain Damage" e "Eclipse". Sim, ele sabia tocar guitarra. E tocava de modo canhoto, além de algumas fontes afirmarem que o escritor tinha 24 guitarras diferentes em sua casa. Pra que colecionar bolinhas de gude, se a gente pode colecionar guitarras....
*O número 42 teria um significado especial, sendo referência para a última questão do Universo, da Vida, de Tudo. Além disso, foi também quando Douglas tinha 42 anos que nasceu sua filha Polly.
Douglas também era amigo de Gary Brooker, integrante de outra banda que teria influências em O Guia do Mochileiro das Galáxias, o Procol Harum. Gary seria o vocalista, pianista e compositor de rock progressivo (deu pra notar que os amigos dele também faziam muitas coisas ao mesmo tempo...). Assim como no concerto do Pink Floyd, Adams também tirou alguma experiência tocando com seu amigo musical, dessa vez participando da música “In Held Twas in I” num show do Procol Harum.
>>>Ciência e Arte
Para quem não sabia, Douglas Adams também criou jogos de computador. Ele escreveu, arquitetou e deu "vida" à sua ideia, unindo em um só lugar toda a ciência e a tecnologia da qual jamais se distanciou, e a arte que sempre esteve presente em sua vida. Em 1984, juntamente com o Steve Meretzky, da Infocom, Douglas criou uma versão de ficção interativa de HHGG. Douglas ainda esteve presente em reuniões da equipe de jogos da Lucasfilm, onde participou ativamente da criação do jogo Labirinto. Ele também foi responsável pela criação do jogo Starship Titanic que só foi publicado em 1998 pela Simon and Schuster (três anos antes de sua morte por ataque cardíaco).
O Guia do Mochileiro também teve sua versão dos jogos. Primeiramente, tornou-se série de televisão, e posteriormente gerou projetos paralelos que desenvolveram jogos como o Bureaucracy. O Starship Titanic também teria sido criado com base no Guia, e Adams ainda ia escrever um livro sobre isso, mas estava ocupado demais com o jogo para se dedicar integralmente. Porém, o livro "Douglas Adam’s Starship Titanic" foi lançado, escrito não pelo próprio Adams, mas pelo escritor também britânico Terry Jones.
O editor de Douglas Adams teria tido que, devido a toda essa movimentação, trancar Douglas num quarto de hotel com uma máquina de escrever para que ele terminasse a série O Guia do Mochileiro das Galáxias. Na verdade, Duglas assumiu que isso realmente aconteceu.
>>>Curiosidades
Em homenagem ao Douglas Adams, foi criado o Dia da Toalha, que é celebrado no dia 25 de maio. A escolha da "toalha" é por causa do fato de que, n' O Guia do Mochileiro, Adams gastou uma página inteira falando de uma toalha e sua importância para a história. A data é comemorada pelos fãs e nerds no geral com o uso da toalha durante o dia todo, ficando grudados a ela até ser dia 26. Algumas pessoas preferem enrolá-la na cabeça, outras a usam como capa ou qualquer outra maluquice que se julgue conveniente.
O Guia do Mochileiro das Galáxias a princípio era um programa de comédia da BBC transmitido pelo rádio. Mais tarde, se desenvolveu para uma série de livros que inicialmente era uma trilogia. Sabe como é essa coisa de inicialmente, né? Sempre tem mais alguma coisa para ser contada. O Guia do Mochileiro tem críticas explícitas ao consumismo, à política, à burocracia (ou ausência dela) e até mesmo às manias das pessoas. Tudo usando de um humor escrachado e de uma ironia bizarra. O efeito quase nos faz questionar se Douglas Adams era, além de nerd, um idealista.
Nos livros, ainda percebemos influências - além das óbvias já citadas - musicais, como Bob Dylan, The Beatles, Pink Floyd, Procol Harum e muitos outros. Adams teria usado o Pink Floyd para criar a banda fictícia "Disaster Área", descrita nos livros como “não só a banda de rock mais alta na galáxia, como na verdade o maior ruído de qualquer natureza”. A proximidade com o Pink Floyd talvez tenha sido gerada porque Adams era amigo do guitarrista da banda. Ele chegou a ser convidado, em seu aniversário de 42 anos*, a fazer uma participação num concerto que aconteceu em Londres, onde apareceu em duas músicas: "Brain Damage" e "Eclipse". Sim, ele sabia tocar guitarra. E tocava de modo canhoto, além de algumas fontes afirmarem que o escritor tinha 24 guitarras diferentes em sua casa. Pra que colecionar bolinhas de gude, se a gente pode colecionar guitarras....
*O número 42 teria um significado especial, sendo referência para a última questão do Universo, da Vida, de Tudo. Além disso, foi também quando Douglas tinha 42 anos que nasceu sua filha Polly.
Douglas também era amigo de Gary Brooker, integrante de outra banda que teria influências em O Guia do Mochileiro das Galáxias, o Procol Harum. Gary seria o vocalista, pianista e compositor de rock progressivo (deu pra notar que os amigos dele também faziam muitas coisas ao mesmo tempo...). Assim como no concerto do Pink Floyd, Adams também tirou alguma experiência tocando com seu amigo musical, dessa vez participando da música “In Held Twas in I” num show do Procol Harum.
>>>Ciência e Arte
Para quem não sabia, Douglas Adams também criou jogos de computador. Ele escreveu, arquitetou e deu "vida" à sua ideia, unindo em um só lugar toda a ciência e a tecnologia da qual jamais se distanciou, e a arte que sempre esteve presente em sua vida. Em 1984, juntamente com o Steve Meretzky, da Infocom, Douglas criou uma versão de ficção interativa de HHGG. Douglas ainda esteve presente em reuniões da equipe de jogos da Lucasfilm, onde participou ativamente da criação do jogo Labirinto. Ele também foi responsável pela criação do jogo Starship Titanic que só foi publicado em 1998 pela Simon and Schuster (três anos antes de sua morte por ataque cardíaco).
O Guia do Mochileiro também teve sua versão dos jogos. Primeiramente, tornou-se série de televisão, e posteriormente gerou projetos paralelos que desenvolveram jogos como o Bureaucracy. O Starship Titanic também teria sido criado com base no Guia, e Adams ainda ia escrever um livro sobre isso, mas estava ocupado demais com o jogo para se dedicar integralmente. Porém, o livro "Douglas Adam’s Starship Titanic" foi lançado, escrito não pelo próprio Adams, mas pelo escritor também britânico Terry Jones.
O editor de Douglas Adams teria tido que, devido a toda essa movimentação, trancar Douglas num quarto de hotel com uma máquina de escrever para que ele terminasse a série O Guia do Mochileiro das Galáxias. Na verdade, Duglas assumiu que isso realmente aconteceu.
>>>Curiosidades
Em homenagem ao Douglas Adams, foi criado o Dia da Toalha, que é celebrado no dia 25 de maio. A escolha da "toalha" é por causa do fato de que, n' O Guia do Mochileiro, Adams gastou uma página inteira falando de uma toalha e sua importância para a história. A data é comemorada pelos fãs e nerds no geral com o uso da toalha durante o dia todo, ficando grudados a ela até ser dia 26. Algumas pessoas preferem enrolá-la na cabeça, outras a usam como capa ou qualquer outra maluquice que se julgue conveniente.
Sua participação na rádio gerou a Douglas uma oportunidade na série televisiva Doctor Who em 1979, quando o Doutor era interpretado por Tom Baker. Três episódios teriam sido escritos pelo autor, mas apenas dois foram ao ar, sendo eles - até hoje - considerados alguns dos melhores episódios da série.
Neil Gaiman, por incrível que pareça, também era amigo de Adams. Ele tinha umas amizades incríveis, pode falar. Gaiman, para quem não sabe, é autor de vários quadrinhos e romances (inclusive Sandman e Stardust). Em 1988, após a publicação dos quatro primeiros livros da série O Guia do Mochileiro, Gaiman - ainda desconhecido -, escreveu um livro sobre O Guia e sobre Douglas Adams, cuja capa você pode conferir abaixo. O livro se chamava Don't panic (não entre em pânico), nome que motivou o título do nosso especial e virou um marco para os fãs. Gaiman escolheu tal expressão porque ela na verdade é usada inicialmente no próprio Guia :D
Neil Gaiman, por incrível que pareça, também era amigo de Adams. Ele tinha umas amizades incríveis, pode falar. Gaiman, para quem não sabe, é autor de vários quadrinhos e romances (inclusive Sandman e Stardust). Em 1988, após a publicação dos quatro primeiros livros da série O Guia do Mochileiro, Gaiman - ainda desconhecido -, escreveu um livro sobre O Guia e sobre Douglas Adams, cuja capa você pode conferir abaixo. O livro se chamava Don't panic (não entre em pânico), nome que motivou o título do nosso especial e virou um marco para os fãs. Gaiman escolheu tal expressão porque ela na verdade é usada inicialmente no próprio Guia :D
TAGS:
bbc,
CCLivros,
CCSéries,
CCSexta,
doctor who,
don't panic,
douglas adams,
guia do mochileiro das galáxias
4 comentários
Eu comprei/me dei de presente os cinco livros do Guia de natal, e terminei a série em pouco menos de duas semanas.
ResponderExcluirAcho genial a forma como ele usa o nonsense para explicar coisas do nosso cotidiano. No mesmo momento que o leitor se sente "distante" da situação por ela acontecer, por exemplo, dentro de uma nave espacial, ele tem a impressão de estar completamente próximo, por estar se tratando de algo sobre o dia a dia (por exemplo, a teoria das contas de restaurantes, no terceiro livro). Não sei se deu pra entender, eu acabo criando cérebro de ameba quando vou me expressar em frases grandes, haha.
Tudo o que ele fala sobre politica, cotidiano, economia, religião, cultura, vida é algo muito realista, e que acaba "cutucando" aquela ferida do leitor por ele notar o quanto algumas situações são ridículas (comicas, talvez) e mesmo assim necessárias no dia a dia. O maior exemplo disso é a descrição da festa, também no terceiro livro. (:
Pra mim, ele foi um escritor mais do que necessário, e a leitura do Guia é obrigatória. Não obrigatória do tipo "ah, voce só é nerd se já leu Douglas Adams", coisa que se ouve muito por aí e bem..não tem nada a ver. Mas só obrigatória. Ponto. :3
taiyounorakuen.blogspot.com
o primeiro livro foi o mais legal, ja li varias vezes como a narrativa segue uma direçao e depois de um tempo ela simplesmente pula para uma direçao totalmente diferente!
ResponderExcluiré genial que em seu nosense Douglas Adams faz sentido! existe uma mensagem por tras! isso acontece muito no primeiro livro mas sinto que nos outros simplesmente se vai perdendo... se tornando apenas... nosense puro...
Ps: a parte da baleia e o vaso de petúnias é a minha favorita
Onde eu posso encontrar para comprar "Don`t Panic: Douglas Adams & the Hitchhiker`s Guide to the Galaxy - Neil Gaiman" ?
ResponderExcluir(Qualquer idioma)
Li os livros e ri muito com as bobagens, mas Douglas Adams era no fundo, no fundo, um idiota. Agora está passando uma temporada eterna no inferno.
ResponderExcluir