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[Resenha] Os Homens que Não Amavam as Mulheres, de Stieg Larsson
16.2.12Dana Martins
por Dana Martins
- Millennium - Livro 1
- Autora: Stieg Larsson
- Editora: Companhia das Letras
- No skoob
- Continua em: "A Menina que Brincava com Fogo" e "A Rainha do Castelo de Ar".
OBS: O autor planejava mais livros para a série, mas morreu antes mesmo de terminar. Mas não desanime, o livro não precisava necessariamente de uma continuação, é como se fossem vários casos.
*Todos os 3 já foram encontrados até por 5 reais nas lojas físicas das Lojas AmericanasMini-crítica:
Os homens que não amavam as mulheres traz uma dupla irresistível de protagonistas-detetives: o jornalista Mikael Blomkvist e a genial e perturbada hacker Lisbeth Salander. Juntos eles desvelam uma trama verdadeiramente escabrosa envolvendo a elite sueca.
Dizer que é uma investigação é o modo mais fácil de descrever o livro, mas "Os Homens que Não Amavam as Mulheres" é muito mais que isso. É uma trama envolvente* relacionada ao abuso das mulheres na Suécia, com várias pontas que mesmo distante acabam chegando a esse mesmo assunto. Além disso, as vidas de Lisbeth e Mikael pesam sobre tudo o que está acontecendo, fazendo o livro ser também sobre a história deles. Ou seja, não se engane achando que é dois amigos e pura investigação. Eles até demoram para se encontrar e a relação entre eles é diferente. No primeiro livro de Millennium o assunto, os personagens e o desenvolvimento são muito mais importantes do que o "quem é o culpado?".
*talvez você tropece um pouco no início, mas isso vai passar. Veja a resenha completa para saber o motivo.
Dizer que é uma investigação é o modo mais fácil de descrever o livro, mas "Os Homens que Não Amavam as Mulheres" é muito mais que isso. É uma trama envolvente* relacionada ao abuso das mulheres na Suécia, com várias pontas que mesmo distante acabam chegando a esse mesmo assunto. Além disso, as vidas de Lisbeth e Mikael pesam sobre tudo o que está acontecendo, fazendo o livro ser também sobre a história deles. Ou seja, não se engane achando que é dois amigos e pura investigação. Eles até demoram para se encontrar e a relação entre eles é diferente. No primeiro livro de Millennium o assunto, os personagens e o desenvolvimento são muito mais importantes do que o "quem é o culpado?".
*talvez você tropece um pouco no início, mas isso vai passar. Veja a resenha completa para saber o motivo.
Quer saber mais? Clique abaixo para conferir a resenha completa.
Oi! Essa resenha eu já tinha postado no Blog das Resenhas, mas eu queria colocar a resenha de "Os Homens que Não Amavam as Mulheres" aqui também e percebi que se eu fosse alterar o máximo que eu conseguiria seria ficar enrolando. Eu já falei do filme americano aqui e com certeza essa série vai retornar ao blog (adaptação sueca, resenha das continuações, livro vs. filme...), mas enquanto isso fique a resenha.
Em 1966, Harriet Vanger, jovem herdeira de um império industrial, some sem deixar vestígios. Quase quarenta anos depois, Henrik Vanger, o velho patriarca do clã, contrata o jornalista Mikael Blomkvist para conduzir uma investigação particular, como última tentativa de resolver o caso. Mikael, que acabara de ser condenado por difamação contra o financista Wennerström, vê na proposta uma boa oportunidade para se recuperar e aceita. Mais tarde vindo a contratar Lisbeth Salander para ajudá-lo.Assim como aconteceu com o filme, ao terminar o livro foi uma sensação de silêncio e impacto, enquanto toda a história ainda era processada e eu tentava descobrir a minha verdadeira reação. Eventualmente, cheguei a conclusão de que é muito bom. Muito bom porque não é só um livro de investigação - há várias investigações envolvidas -, é um livro sobre os personagens, é um livro gostoso de ler. Infelizmente, essa combinação tão boa não é o que sempre encontramos por aí. Felizmente, ela pode ser encontrada.
*sinopse no Skoob é puro spoiler, fiz uma versão resumida.
Eu vou começar falando sobre o ritmo do livro para evitar que ninguém desanime. Quando eu comecei a ler, achei um pouco chato e parado (alguns amigos que estavam lendo acharam o mesmo), mas aguente firme porque isso é só até a Lisbeth aparecer*. Quando passa a falar dela, o nível de interesse se multiplica e fica muito mais legal. Daí é mais fácil a leitura fluir normalmente, diria que fica no mesmo patamar de um livro mediano. Mediano até você sentar com atenção e passar um tempo lendo para pegar o ritmo, depois disso você vai embora.
*Esse "problema" de ritmo no início é para quem está mais acostuma a livros adolescentes. Lisbeth é o lado YA do livro, enquanto o Mikael é o lado mais adulto (relação que nem sempre é exatamente assim). Então, em outras palavras: dependendo do que você está acostumado a ler esse ritmo muda. Aconselho a sentar e ler por um tempo para entrar no clima.
Como eu falei, o livro não é uma história só, é uma trama. As pontas evoluem, se confundem e cada uma recebe o próprio final. Apesar de o modo fácil de resumir o livro ser dizendo que é sobre uma investigação, não é só isso a história. O livro tem mais de 500 páginas e se você tirar as que são sobre essa investigação em si daria umas 100. O resto está repleto de situações diversas que representam o que o próprio título do livro traduz: "os homens que não amavam as mulheres". Se você, como eu, não tinha se ligado muito no significado desse título, a cada divisão do livro há uma "dica", trechos de dados sobre mulheres que sofrem abuso da Suécia. O interessante é que todas as pontas da história acabam relacionadas a isso.
Mas não vá pensar que é um livro com várias pequenas histórias diversas, é a própria evolução do que está acontecendo que leva a exemplos desses abusos. O livro intercala entre Mikael e Lisbeth, que passam a maior parte do tempo vivendo os próprios dramas um pouco afastados (ele na ilha da família Vanger investigando o caso, ela na cidade enfrentando problemas com a tutela). Só perto do final que eles passam a ficar juntos e o foco na investigação aumenta.
>>>Conheça os personagens
Como parte da história é sobre os personagens, eu vou falar um pouco sobre eles. Primeiro, Lisbeth Salander, a personagem que marca o livro, o filme, os leitores e até deu a Rooney Mara a indicação ao Oscar. Ela é grande parte da história, tanto que a tradução americana* do título do livro é "A Garota com a Tatuagem do Dragão", em referência à personagem. Provavelmente uma jogada de marketing para parecer mais atraente. Mas, apesar do título original (algo como "Os Homens que Odeiam as Mulheres") ser muito mais adequado, não dá para negar que essa história teria metade da força se não fosse ela. Ou seja, a tradução americana não é totalmente errada.
*para quem não sabe, o livro é sueco.
Lisbeth é uma mulher (ou menina?) de 20 e poucos anos, que teve uma vida difícil*, em parte por causa de seu próprio jeito. Não fala com ninguém, parece não se importar com nada, faz tudo de acordo com uma lógica própria e está contente com isso. Nesse livro, ela é uma hacker que trabalha para uma empresa de segurança e é brilhante no que faz. Conforme nós lemos, ela vai se transformando diante de nossos olhos. É interessante que nesse aspecto o livro se assemelha à maioria dos livros YA do momento: é sobre uma pessoa, da fase young adult, descobrindo quem realmente é. Só que a história de Lisbeth acaba sendo muito mais complicada do que decidir entre dois pretendentes que todo mundo quer (não desemerecendo essas histórias, eu costumo adorar e, se você for pensar, não dá para culpar as adolescentes que têm uma vida boa por terem uma vida boa). Além disso, ela ainda traz um tom inflexível de defesa às mulheres misturado com sua personalidade forte que dá um toque especial ao livro.
*Parece que a história dela é aprofundada nos próximos livros.
Apesar de ser uma balança um pouco injusta, temos o outro peso nessa história: Mikael Blomviskt. Ele é um jornalista muito dedicado (e no quesito viciado em trabalho ele se assemelha a Lisbeth), faz jornalismo econômico e acredita que a grande dever desse tipo de jornalista é cuidar para que as empresas façam seu trabalho honestamente, pode ser caracterizado como idealista por muita gente. Ele é um dos fundadores da Millennium, uma revista independente que trabalha denunciando o que todo mundo joga para baixo do tapete. É numa dessas que a história começa: ao se meter com um grande empresário, acaba acusado por difamação e perde o caso, abalando a própria credibilidade e a da revista.
Há muitos outros, como Henrik Vanger, Erika Berger e Dragan Armansky, que contribuem para a trama e chamam atenção com suas histórias e personalidades interessantes. Mas é melhor deixar para vocês descobrirem, né?
Como eu falei no início, "Os Homens que Não Amavam as Mulheres" foi um livro que eu gostei muito, que eu acho que vale a pena ler e não é nem por causa da investigação em si (se fosse por isso, falava para ler Dan Brown ou, se procura algo mais adolescente, Pretty Little Liars). No final, foi um livro que me lembrou um pouco a Law and Order SVU, porque essa é uma série que tem os casos e tal, mas ainda tem muito dos detetives, a Olivia Benson e o Elliot Stabler (sem falar do tipo de caso parecido né). No primeiro livro de Millennium o assunto, os personagens e o desenvolvimento são muito mais importantes do que o "quem é o culpado?".
Se quiser saber sobre o filme americano, há a resenha aqui. Ele é bem fiel ao livro, a ponto de várias falas serem exatamente as mesmas. Se você já ouviu falar sobre uma mudança no final, saiba que há, mas não altera tanto o resultado. A maior diferença é que no filme o principal é a emoção e a tensão, enquanto no livro é o desenvolvimento de toda a situação (aprofundamento que seria difícil em um filme). Eu sou chata com adaptações, mas essa é um soco na cara de quem diz que não é possível fazer algo bom e que possa representar o livro.
Classificação:
(5/5 conversinhas)
Veja algumas outras capas do livro:
Essa é a outra versão brasileira. A que eu coloquei lá em cima é uma outra versão econômica, que eu gosto mais e a que eu comprei (essa é bonita também, mas a outra tem mais a ver, com essa o livro parece alguma coisa de fantasia). Alerta: também há uma versão econômica do livro circulando com essa capa. O Paulo comprou o box no Submarino e quando chegou viu que era a econômica (a que ele não queria), no site não tem nenhum aviso.
Versão americana do livro. Uma das poucas vezes em que eu gosto do que eles fazem. Até a citação encaixou bem na capa. As das continuações só ficam mais bonitas. :D
A versão francesa do livro e que o Paulo já tinha até colocado no twitter. É a que eu menos gosto e só contribui para o meu medo do estilo de design comum na França. E repara que as 4 capas aqui dão destaque à Lisbeth (independente do título do livro), para vocês verem a força da personagem.
Todas as 4 capas você pode encontrar aqui no Brasil nas grandes livrarias, tipo Fnac ou Saraiva. Eu também procurei a original, mas não é tão fácil assim ter certeza o que é o que lendo em sueco (se é que aquilo era sueco). Eu ainda vou ver se encontro, mas enquanto isso fique com essas e mais algumas (inclusive uma minimalista linda) no tumblr: só clicar.
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3 comentários
Sinceramente, não li sua resenha toda, li mais por alto porque quero me surpreender com cada palavra do livro. Ele é minha leitura do momento \o/
ResponderExcluirMas pelo o que peguei, o inicio é realmente meio parada, tô tipo, no iniciozinho mesmo, lá pelos 30 e poucos e estou achando meio parado. Ai, mas agora fiqeui super curiosa, porque para dá 5 conversinhas...
Fico até meio com medo, porque estou esperando muito do livro hehe
BJão!
-Amigas Entre Livros-
Parece ser ótimo este livro.
ResponderExcluirJá faz um tempo que eu quero lê-lo.
Parabéns pela resenha!
"Palavras ao Vento..."
www.leandro-de-lira.blogspot.com
Não tenho muito interesse por literatura cujo tema seja investigação, mas esse romance parece que vale mesmo a pena (a começar pela editora, que é sensacional).
ResponderExcluirE essa coisa dos títulos me confunde muito, pra quê mudar o que já foi estabelecido pelo autor? Sou sempre contra... ;/